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Ação pede anulação de assembleia e afastamento de dirigentes da CBF

MP acatou pedido que alega violação do dever e transparência da CBF durante a convocação da assembleia

25/07/2017 às 10h13


POR Redação

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O pedido do deputado federal Otavio Leite (PSDB-RJ) foi acatado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, que ajuizou ação coletiva de anulação da assembléia da Confederação Brasileira de Futebol, responsável por dar mais poderes às Federações em relação aos clubes, nas eleições da entidade máxima. Além disso, o MP pediu o afastamento da diretoria da CBF.

"Caberá ao juizado do torcedor examinar os dois pedidos liminares relativos à suspensão dos efeitos da assembleia até que seja decidido se ela vale e também o afastamento cautelar dos dirigentes para que, como prevê a lei, respondam afastados até a decisão final sobre a destituição", afirma o procurador Rodrigo Terra, responsável pela ação.

De acordo com o edital da assembleia, as agremiações não foram chamadas porque apenas assuntos administrativos seriam tratados. Com isso, a CBF violou o dever da transparência na entidade desportiva ao não avisar os clubes sobre a assembleia, já que foi discutida e votada mudança estatutária que alterou o sistema eleitoral do órgão que comanda o futebol nacional. Os votos das federações passaram a ter peso três. Os das equipes da Série A do Brasileiro, peso 2. Os da Série B, peso 1.

A explicação oficial para a mudança foi adequar o colégio eleitoral à entrada dos times da segunda divisão, que antes estavam fora das deliberações. Isso foi determinado pelo artigo 22 da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte (Profut).

"O caminho que o Ministério Público está tomando é o melhor para corrigir um grave erro. Os clubes terem acesso às assembleias da CBF significou um marco na governança do futebol, uma oxigenação no poder da CBF. Logo, esta convocou uma assembleia legal e isso precisa ser reparado. O caso é muito sólido para que isso aconteça", diz Otavio Leite, que defende que a decisão foi ilegal.

A CBF disse que não vai se pronunciar enquanto não for notificada oficialmente. Durante as investigações, a entidade apresentou defesa. Alegou que nenhum clube, que seria a parte interessada, reclamou da decisão. O Ministério Público não aceitou a explicação.

"O direito coletivo à transparência da administração da entidade desportiva não se limita aos clubes mas a todo e qualquer torcedor", completou Rodrigo Terra.

No requerimento de investigação, foi pedido que as medidas sejam tomadas para que a convocação de qualquer assembleia na CBF apenas aconteça quando os clubes forem citados. 

Foto: Lucas Figueiredo/CBF