Logomarca
Nublado
º
min º max º
CapaJornal
Versão Impressa Leia Agora
Sexta-feira. 26/04/2024
Facebook Twitter Instagram
COLUNISTAS

ECONOMIA

COMBUSTÍVEL

“Desse jeito, caminhoneiros vão ter que parar”, afirma diretor do Sinditac sobre aumento dos combustíveis

Motoristas goianos ameaçam paralisação nas estradas, nas próximas semanas

11/03/2022 às 16h30


POR Redação

facebook twitter whatsapp

“Do jeito que está, não dá, os caminhoneiros vão ter que parar!”, afirma o motorista Jaci Alves, diretor Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Estado de Goiás (Sinditac-GO). Com 42 anos de experiência nas estradas, o caminhoneiro declarou que a classe deve organizar paralisações em breve, diante do recente aumento dos combustíveis anunciado pela Petrobras na última quinta-feira, 10.

“Hoje o caminhoneiro autônomo é o que mais sofre. Uma viagem de Goiânia para Belém (no Pará), por exemplo, fica em torno de R$ 6 mil reais, só de combustível”, desabafa. Ele também destaca que motoristas já começaram a organizar bloqueios e interdições de vias no estado ao norte do país. Segundo Jaci, já existem movimentações de caminhoneiros ocorrendo no município de Barcarena, região Metropolitana de Belém, e em trechos do Mato Grosso.

Apesar das paralisações iniciais, ainda não existe uma organização geral do movimento entre motoristas de Goiás, ou mesmo do país, segundo o diretor do Sinditac. Ele, no entanto, garante que nas próximas semanas o movimento deve ganhar forças.

 

Reinvindicações

De acordo com Jaci, a paralisação é a única forma de buscar novas negociações que permitam o trabalho da classe. Ele destaca que, ainda que o autônomo sofra os impactos com maior força, até mesmo as grandes empresas estão se aproximando da ideia de paralisação, pois o trabalho está ficando insustentável. “A gente cansou de acordos que trocam seis por meia dúzia e agora os danos já estão chegando também nos peixes grandes”, comenta em referência a empresas de transporte com mais volume de trabalho e veículos.

Para o diretor do Sinditac, está na hora de medidas que favoreçam mais os motoristas, mas também da aplicação e fiscalização disso nas estradas. “A ANTT todo mês sobe a tabela de frete, mas não fiscaliza nem aplica isso, então o mercado acaba funcionando por suas próprias regras”, lamenta.

O motorista ainda destaca que os custos elevados não se restringem ao de combustível, que, segundo ele, já registrava aumento nas bombas antes mesmo do esperado para esta sexta-feira. Além do reajuste de gasolina e diesel, Jaci destaca que está cada vez mais complicado manter custos de manutenção do veículo, citando “o tambor de freio que custava cerca de R$ 620, agora chega a R$ 950, R$ 1.000. E se a gente falar dos melhores pneus do mercado, chega a custar mais de R$ 3.700”, explica.