POR PONTO & VÍRGULA | Marcelo Heleno
Lúcia fora e com mancha
Lúcia Vânia construiu uma carreira brilhante na política em Goiás. Jornalista, foi primeira-dama, tentando ser diferenciada. Foi a primeira deputada federal eleita por Goiás e a primeira senadora. Ajudou muito no estímulo à presença da mulher. Participou de debates acalorados, dentro e fora de estruturas partidárias e parlamentares. Sofreu muito preconceito e não conseguiu aglutinar tanto quanto se imaginava. Com a derrota na segunda reeleição para o Senado, estava escrito que ia perder o comando do PSB, entregue ao emergente deputado Elias Vaz. Ao recorrer à justiça para tentar se manter como presidente do PSB em Goiás, e perder na segunda análise, Lúcia acena para um final de carreira ruim. Que não combina com sua trajetória.
Elétrico
De volta ao comando do PSB, Elias Vaz com energias focadas em Brasília, nesta terça, 21. Como membro da Comissão de Meio Ambiente, propôs a realização de uma audiência pública, para tratar do péssimo desempenho da Enel na distribuição de energia elétrica em Goiás. A empresa é a maior do ramo no mundo, mas não conseguiu decolar seu programa de investimentos em Goiás. Já enfrenta cobranças da ANEEL, do Governo de Goiás e da Alego, essa última através de CPI.
Detalhe
Deputado Alisson Lima (PRB) distribuiu vídeo nas redes sociais, alertando que é a própria Enel quem afere os medidores de energia, para a cobrança da conta, uma das mais caras do país. Sinal de fiscalização zero.
Choro livre
Presidente da FIEG, o ex-deputado Sandro Mabel reclama (com razão técnica) da proposta do governador Ronaldo Caiado, em usar recursos do FCO para socorrer os Estados, que estão em dificuldades na região. O Fundo existe para fomentar o desenvolvimento, normalmente através de projetos da iniciativa privada que geram cadeias produtivas novas, empregos e renda, com o desenvolvimento da economia. Tecnicamente, a reclamação é correta.
Mas...
A gestão de Marconi Perillo usou dinheiro do BNDES para uso na máquina estadual. O precedente foi aberto lá atrás, com dinheiro parecido.
Na cozinha
Sandro Mabel sabe disso, já que, mesmo sem cargo, tinha gabinete e despachava no Planalto, no governo comandado por Michel Temer.
Salvação da lavoura
No mesmo dia em que zombou de meio mundo, ao dizer que gostaria ser dono do laranjal, o presidente Bolsonaro diz que o grande mal do Brasil é a classe política. Da qual ele faz parte há 30 anos. Mesmo tendo razão, era essa classe e esse o cenário que o presidente certamente sabia que ia enfrentar no seu governo. Que demonstra não ser muito bom de estratégia para enfrentar o problema.
Concorrência
O plano A do MDB, caso Íris não disputa a reeleição à prefeitura de Goiânia ganhou concorrência. Agenor Mariano ocupa espaço e já aparece nas cotações ao lado de Andrey Azeredo. O plano B continua sendo Bruno Peixoto e o C, Clécio Alves. As outras letras continuam combinando com Íris.
Quem ganha?
Em São Paulo, Janaina Paschoal acena para saída do PSL. A sigla inchou em todo o país e pode começar a sofrer baixas.
Constatação
A cada dia que avançam, novos governos se parecem mais com antigos governos.
Mais dois anos
AGM promoveu pesquisa via Whatsapp com seus pares e concluiu: quase todos os prefeitos goianos são favoráveis à PEC que tramita na Câmara, prevendo unificação das eleições para 2022. Com isso, os atuais prefeitos, vice-prefeitos e vereadores ganhariam mais dois anos de mandato.
Caldo
Aí Íris Rezende já encomenda um pouco mais fubá para engrossar o caldo do assunto reeleição. Promete permanecer mais dois anos calado sobre o assunto.
Frase do dia
“Há duas espécies de chatos: os chatos propriamente ditos e os amigos, que são os nossos chatos prediletos”
(Mário Quintana)
