POR PONTO & VÍRGULA | Marcelo Heleno
SONHO
Ser governador de Goiás é um sonho cultivado há mais de duas décadas por Ronaldo Caiado (DEM). Ele surgiu na política, liderando a União Democrática Ruralista (UDR), trabalho que projetou o seu nome para concorrer à presidência em 1989, na volta das eleições. Se candidatou pelo PSD, que nada tem com a atual sigla comandada por Giblerto Kassab. Pelo PFL, tentou o Governo de Goiás em 1994, quando liderou as pesquisas, mas acabou fora do segundo turno, ficando atrás de Maguito Vilela e Lúcia Vânia. A partir daí, construiu aq sua carreira parlamentar, se elegendo deputado federal em 1998, 2002, 2006 e 2010, conseguindo a vaga em disputa para o Senado em 2014. Por um conjunto de fatores, ganhou com extrema facilidade a eleição para governador, que sempre se desenhou como difícil, pelo gênio explosivo, que inviabilizou maiores articulações ao longo dos anos. Com a diplomação, Caiado está muito próximo do sonho de governar e, segundo o seu discurso de campanha, mudar a realidade de Goiás.
MODELO FEDERAL
Caiado vem repetindo aqui em Goiás traços indicados por Jair Bolsonaro. Tem sido mais personalista do que o normal na escolha dos auxiliares e anunciou a Secretaria da Economia, para reunir toda a área financeira em uma só estrutura, a exemplo do que Paulo Guedes está fazendo no governo federal. Caiado é umd dos seis governadores que já firmaram compromisso em trazer a reforma da previd~encia para os servidores estaduais. E tem mantido contato permanente com a futura equipe do governo federal. A razão parece ser bem simples: com dificuldades de caixa, Goiás não pode abrir mão de um apoio decisivo por parte do governo central.
EFEITO POLICARPO
A exemplo do que aconteceu na Câmara de Goiânia, um grupo de deputados tenta uma articulação para melar a decantada eleição de Álvaro Guimarães (DEM) para a presidência da Casa. O grupo prega maior independência e defende o nome de Dr. Antônio, também do DEM, que é de Trindade e foi eleito para o segundo mandato a partir de 2019. Com promessa de fortes emoções para quando janeiro chegar.
MOVIMENTANDO
Depois de devolver a Marginal Botafogo ao trânsito na região da Avenida Independência com a Araguaia, a gestão Íris Rezende mira agora na retomada das obras do BRT> com possibilidade de entrega de, pelo menos, parte do eixo ainda em 2019. Outro ponto na agenda de Íris para o ano que vem é a entrega da reforma do Parque Mutirama.
AH, MARCO AURÉLIO
O ministro do STF guardou a caneta para o último dia antes de iniciar o recesso do Judiciário para assinar decisão que livra da prisão condenados em segunda instância. Passando por cima de decisão contrária da mais alta Corte do país, tomada em duas ocasiões. Coisa de republiqueta de terceiro mundo. Ao contrário do que disse o ministro, o assunto está pautado para o plenário do STF. Para abril. Mas está pautado.
LULA LIVRE
Ato contínuo, a defesa do ex-presidente Lula já pediu a liberação do condenado. Passada a eleição, era esperado algo que aliviasse a barra para Lula. A dúvida era como, quem e porque. Marco Aurélio assumiu.
VOTO ABERTO
No pacote de decisões antes do recesso judiciário, Marco Aurélio determinou voto aberto para a eleição da nova Mesa Diretora do Senado. Em fevereiro.
ESVAZIOU
A solenidade de diplomação dos eleitos em outubro esvaziou o plenário da Câmara Municipal de Goiânia. Cinco vereadores receberam o documento, que viabilza a posse para os novos cargos: Jorge Kajuru (PRP) como senador, Elias Vaz (PSB) como deputado federal e Delegado Eduardo do Prado (PV), Alisson Lima (PRB) e Vinicius Ciruqeira (Pros) como deputado estadual. Kajuru e Elias são aguerridos e vão tentar ocupar espaços em Brasília. Entre os três eleitos para Assembleia, Vinicius é quem tem demonstrado mais apetitie. Atual vice-presidente da Câmara Municipal de Goiânia, em primeiro mandato, foi o principal articulador da eleição de Romário Policparpo, no início do mês.
EM TEMPO
Com a renovação das bancadas, há espaço para criação de referência para Goiás, em Brasília. O atual senador Ronaldo Caiado tem sido a voz mais influente nos últimos anos e volta para comandar o Governo de Goiás. João Campos (PRB) tenta chegar à presidência da Câmara, e Delegado Waldir vai liderar a bancada do PSL do presidente Bolsonaro. São forte candidatos a esse papel.
SEM PRESSA
Dono do segundo maior fundo partidário a partir do ano que vem, o PSL parece não ter pressa em receber novas filiações. Pretende crescer de forma mais consistente.
FAMÍLIA, FAMÍLIA
Bolsonaro se envolveu em mais uma questão menor. Negou a retirada de peças sacras do Palácio da Alvorada. Considerou como mais uma mentira da Folha, que apurou e confirmou com o vice Mourão. Por sinal, a guerra com a Folha vai longe.
POR QUE?
Por que o ministro Marco Aurélio deixou a decisão polêmica para a tarde do último dia antes do recesso?
FRASE DO DIA
“Não tenha medo de crescer lentamente. Tenha medo apenas de ficar parado”
(Provérbio chinês)
