A SOLIDÃO DO PODER
A última semana foi pródiga em ensinamentos para nossos novos governantes, com elementos em comum: família, conspiração e lealdade. Momentos difíceis, mas que devem ser, acima de tudo, de aprendizado. Especialmente para quem se acostumou com a vida no Legislativo, onde qualquer grande problema poderia ser resolvido com um sumiço providencial, para visitar as bases. No Executivo, a parada é outra. Normalmente, o chefe deste Poder pode muito. Mas dificilmente se lembra de que não pode tudo. Coisa que tempo e experiência vão ensinar.
Por aqui
Na Assembleia Legislativa, gesto infantil e desnecessário do governador Ronaldo Caiado. Ao fazer coração com as mãos e lançar beijo para manifestantes que protestavam contra o governo, mais uma vez quer deixar a entender que não há motivo para os protestos. Está claro que não há mais argumento para não pagar o que resta do salário de dezembro. Dinheiro em caixa para pagar uma folha tem, o orçamento está aprovado e pagar ou não dezembro virou birra. Todos os goianos interessados sabem que Caiado herdou a dívida de Zé Eliton.Mas o problema é dele, desde que assumiu o cargo em janeiro. Se a solução possível é escalonar, a partir de março, que o governo assuma claramente e ponha ponto final no assunto.
Por aqui 2
O baile funk para a oposição ou o almoço com filhas e amigos delas para a situação pegou mal. Família deve ser preservada sim. Sabendo-se que, hoje, com a facilidade de acessos a celulares e redes sociais, é cada vez mais difícil uma figura pública guardar segredo de suas atividades particulares.
Por ali
O episódio Bebiano revela o quanto Bolsonaro está despreparado para o desafio proposto, que é recolocar o país em ordem. De preferência com progresso. É claro que o espírito de mudança que o levou a vitória, passa pelos partidos políticos. O que está sendo revelado, no momento, é que o PSL parece condenado a ser outro PRN. Uma sigla insignificante, que elegeu um presidente da República e que está caminhando para o ostracismo. A diferença é que o PSL de hoje teve sucesso nas eleições parlamentares, o que lhe dá um grande espaço.
Indecisão
Que a relação de confiança de Bolsonaro e Bebiano foi quebrada, não há dúvida. Mas a impressão que ficou é que o presidente usou o filho para cristalizar a crise. E deixou o episódio sangrar durante a semana toda. Culminando com um convite para Bebiano mudar de cargo, com outra nítida impressão. Agora de que Bolsonaro estaria querendo comprar o silencia do ex-presidente do seu partido.
Segredo
Qual será o tamanho da caixa de segredos guardada por Bebiano?
Novo partido
A saída do clã Bolsonaro para compor a nova UDN mostra o quanto a política está fragilizada.
Mais um
Tucanos vazam “informação” de que Marconi Perillo pode ser candidato a prefeito de Goiânia. Nada de concreto. O que se tem, hoje, é apenas Marconi fazendo o que mais gosta: ocupando o vazio político deixado por seus adversários.
Lógica
A voz corrente é que Goiânia precisa de um gestor, depois de 14 anos nas mãos de Íris Rezende e Paulo Garcia, que agem de forma muito mais política. Marconi teria o perfil do gestor.
Mas...
O desempenho de Marconi e do PSDB em Goiânia historicamente é ruim. Alimentado pelo sentimento de oposição aos seus governos.
Frase do dia
“Cada segundo é tempo para mudar tudo para sempre”
(Charles Chaplin)