POR PONTO & VÍRGULA | Marcelo Heleno
Bolsonaro, o único
Está claro que Bolsonaro está convencido que fazer política é trombar, entrar em polêmica. E, claro, ele, com a força do governo, sempre tem a chance maior de sair melhor. A briga com a direção do PSL parece não fazer sentido. Bolsonaro exigiu (e conseguiu) fidelidade plena do partido, que proíbe críticas à atuação do presidente. Uma posição que gera conflitos, que provocaram as saídas de parlamentares, como o deputado Alexandre Frota (SP) e a senadora Juíza Selma (MT). Pior para Bolsonaro é acenar com a saída, sem ter o caminho definido. Será, provavelmente, o primeiro presidente eleito do país a deixar o partido.
Sem sigla
Quando acertou o ingresso no PSL, Bolsonaro era um pré-candidato desacreditado, a ponto de ter negado o espaço para concorrer pelo PSC. Bolsonaro se elegeu e, graças à sua onda, conseguiu fazer a maior bancada na Câmara, que gerou, por sua vez, o maior fundo eleitoral.
Diferenças
O PSL sempre foi um partido liberal. Distante do estilo bélico levado por Bolsonaro, os filhos e alguns aliados.
Goiás é espelho
A situação no Estado é peculiar. Quem manda mesmo no PSL é o Delegado Waldir, pela força dos votos que teve. Mas quem tem mais prestígio em Brasília é o deputado Major Vítor Hugo, líder do Governo na Câmara.
Professor Caiado
Governador Ronaldo Caiado (DEM) volta ao batente nesta terça. Com a obrigação de ser professor, em matéria de política. É lógico que o ritmo será mais lento nos próximos dias, próprio de quem ainda está em recuperação de um grave problema médico. O que a assessoria vendeu como um mal estar se revelou com um grave problema de circulação, que exigiu a instalação de um stent. Os assuntos que pararam voltam a andar. Com velocidade menor.
Sai na frente
O deputado federal Francisco Jr (PSD) é o primeiro nome lançado oficialmente para concorrer à prefeitura de Goiânia. Faz certo, a praticamente um ano do pleito. Estudioso do planejamento, Francisco Jr fez uma campanha eficiente e sem recursos, chamando a atenção há três anos. Sabe que o nome a ser batido é o de Íris Rezende, mas já tem maior liberdade pra conversar sobre propostas e alianças para a cidade.
Força
Com o lançamento do nome de Francisco Jr, o PSD ganha fôlego para formar chapa de vereadores.
Justiça da vez
Vamos esquecer o Lula. É um absurdo o STF julgar pela quarta vez, em dois anos, se o cabra pode ou não ser preso após a condenação em segunda instância. O STF já ganhou direito a música no Fantástico ao julgar três vezes pela prisão nesses casos. Ase mudar de posição, nem VAR vai explicar.
Lula livre
O ex-presidente teve uma condenação suspeita. Mais por convicção do que por provas efetivamente levantadas pela investigação. Já teve direito a todos os recursos possíveis e imagináveis. E agora não quer a liberdade provisória, que pode ser concedida a partir de pedido do Ministério Público e não da sua defesa, o que aumento o filme surreal vivido por Lula.
Isca mordida
Senador Jorge Kajuru (Patriota) garante que tem movimento interno no PSDB para expulsão de Marconi Perillo. Aí, o deputado Talles Barreto, fiel marconista, defende discutir assunto depois da decisão judicial sobre o assunto. Tudo errado. Primeiro, porque Kajuru pode até querer se meter em assuntos de outros partidos, mas está tentando é tumultuar. E vai conseguindo. Segundo, Talles parece ter esquecido uma regra básica: as decisões políticas servem para corrigir o que a Justiça costuma demorar décadas para resolver. O que menos importa é a culpa ou inocência de Marconi. O que vale, agora, é o incômodo que sua presença gera no partido.
Risco
A temporada pode ajudar a definir a eleição em Goiânia. Tem buraco e poeira em praticamente todas as regiões da cidade, com as obras lançadas pela prefeitura. As grandes obras viárias estão previstas para acabar apenas no final do ano que vem, após a eleição. Qualquer atraso no cronograma pode aumentar a insatisfação das pessoas que estão sendo prejudicadas. Os cidadãos comuns pelos problemas do trânsito. Gente do comércio pela ausência de clientes nos seus estabelecimentos. Que os transtornos passem logo.
Mais um
Enquanto isso, Íris Rezende segue seu caminho de região em região, em ritmo de Mutirão. No final de semana, foi a vez da Região Noroeste, a mais populosa da cidade.
Dream is over?
Enquanto Bolsonaro se mete na crise com o PSL, seu filho, o 02, vê a indicação para a embaixada em Nova York adormecer solenemente nas gavetas do Senado.
Aposta correta
Governistas continuam apostando em reação na economia para animar o clima pela reeleição de Bolsonaro. Apesar de tímidos, os sinais são positivos.
Lição
Uma grande nação se constrói a partir da educação. Por isso precisamos sempre de professores e livros. Aos mestres, o nosso carinho.
Por que?
Bolsonaro não sai logo.
