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COLUNISTAS

PONTO & VÍRGULA | Marcelo Heleno

POLÍTICA

Coluna Ponto & Vírgula - 04 de dezembro de 2018

04/12/2018 às 10h31


POR PONTO & VÍRGULA | Marcelo Heleno

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INCENTIVOS NA MIRA

Deve terminar nesta semana a queda-de-braço em torno dos incentivos fiscais. Os programas Fomentar e Produzir são reconhecidos por vários economistas brasileiros como exemplo, por combinarem a isenção de parte do ICMS combinada com compensações, como, por exemplo, a instalação de uma cadeia produtiva para atender o empreendimento, o que fomenta a economia local. As maiores empresas vão além, tenho ganho ao longo dos anos benefícios bem mais polpudos, através de créditos outorgados, baixados pela Sefaz, indo além dos programadas. Essa prática estimula a chamada guerra fiscal e já foi alvo de determinação do Tribunal de Contas, para que o Estado reduza esse percentual de renúncia, o que vai acontecer agora. A questão é quanto e quais são os setores que vão perder, o que gera uma disputa entre a bancada do atual governo e os apoiadores do futuro, tendo os empresários como plateia e agentes da discussão. Se não houver consenso, todos perdem. Pela discussão adiada, pelas sanções que podem sofrer os atuais gestores e por uma receita menor para os futuros. Interesse e dinheiro como pano de fundo de uma decisão política.

 

PAZ QUEBRADA?

Filho do ex-vereador de Goiânia Amarildo Pereira e deputado novato, Humberto Teófilo (PSL) está se lançando na disputa pela presidência da Alego. Pra ocupar espaço, uma vez que Álvaro Guimarães (DEM) costurou bem até agora e vem mexendo bem o doce, no linguajar de bastidor.

 

NA REAL

Depois de conversar, negociar e nomear integrantes de bancadas temáticas, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) desembarca em Brasília para conversar com líderes de partidos que podem se aliar. Se não houve toma-lá-dá-cá explícito até agora, Bolsonaro aceitou indicações e vetos dessas bancadas até agora. Mas para o jogo legislativo, a conversa tem que ser travada com os partidos. Bolsonaro vai pelo centro, tentando isolar o PT que deve se firmar naturalmente como oposição maior.

 

ELES NÃO

Sem participar dessas conversas até agora, o DEM, mesmo tendo três nomes anunciados para o ministério, não se considera contemplado, uma vez que a sigla não participou da conversa até agora. O recado foi dado pelo prefeito de Salvador, ACM  Neto.

 

DIA DE DECISÃO                                                            

Sai fumaça nesta terça, na Câmara Municipal de Goiânia. Não se sabe ainda de que cor. Grupo de Romário Policarpo diz ter 23 votos na eleição para a nova Mesa Diretora. Já o do atual presidente, Andrey Azeredo contabiliza 14. Como são 35 vereadores, tem dois passando da conta ou fazendo jogo duplo. Se fosse em outro local, a eleição estaria decidida. Mas é na Câmara Municipal, acostumada a movimentos bruscos de última hora.

 

APARENTEMENTE FORA

Por motivos diferentes, os maiores líderes políticos da atualidade em Goiás evitaram participar diretamente na sucessão da Câmara.

 

REENTRÉ

Licenciado, o senador eleito Jorge Kajuru (PRP) deve reaparecer no plenário da Câmara Municipal para a eleição da Mesa, a exemplo do que aconteceu na votação da reforma da previdência dos servidores.

 

QUINTA OU SEXTA

Governador eleito, Ronaldo Caiado deve anunciar nesta semana a equipe de auxiliares. De volta de viagem de trabalho à Inglaterra, Caiado priorizou contatos com a equipe de transição, para conhecer melhor os últimos números recebidos, especialmente sobre o fluxo de caixa. As discussão em torno da nova modelagem dos incentivos fiscais também consumiu a atenção de Caiado que, mesmo tendo o desenho da equipe, ainda terá que formular os convites. Previsão é de anúncio para o final da semana, até para dar tempo aos escolhidos possam planejar o início de trabalho.

 

“DEVERÍAMOS VOLTAR AOS 60 DIAS”

Publicitário que participou da campanha de Lula em 89, com a criação do bordão “Lula-Lá”, assessor dos ex-presidentes FHC e Lula e um dos mais requisitados profissionais da área, Paulo de Tardo esteve em Goiânia na semana passada, participando de um simpósio que analisou o resultado das eleições e o comportamento do eleitor.

POR QUE OS PARTIDOS TRADICIONAIS FRACASSARAM ESSA ELEIÇÃO?

Por essa pseudoprofissionalização que envolve, na verdade, um sistema de operação de verbas publicas e que não é um fenômeno brasileiro. Existem interesses em jogo. Houve cooptação da política das ideias pela política do resultado econômico.

BOLSONARO PARECE UMA ONDA COMO FOI COLLOR NO PASSADO. PODE SER DIFERENTE?

Ele está se mostrando mais coerente do que eu pensava. Por exemplo, ele propõe os 15 ministérios já chegou a 21.  Já recou, vai fazer um Ministério da Mulher, com um discurso homofóbico que ele teve na campanha. Campanha é campanha, governo é governo. Tem coisas que ele propôs que eram impossíveis. Vamos esperar o Paulo Guedes. Temos que esperar o que vai acontecer na economia. 

A INTERNET ESTÁ NA CABEÇA DO BRASILEIRO?

Ainda não. O whatsapp mais porque ele tem uma conectividade grande, quase todo brasileiro tem acesso ao celular. O Facebook não chega a 7% da população. Nós temos muita estrada para ter uma internet de conteúdo. Hoje, ela é utilitária, ainda não é uma fonte de informação do povo mais pobre.

A CAMPANHA MAIS CURTA RESOLVE?

Não, pelo contrario. Essa visão antipolítica só favorece os candidatos com mais dinheiro.  Deveríamos voltar aos 60 dias de campanha. Não se trata de interesse corporativo, porque nem sei se vou fazer mais campanha. A tradição de viradas nas campanhas da televisão é grande. A discussão de projetos neste ano foi horrorosa.

 

FRASE DO DIA

“Se as coisas são inatingíveis... ora! Não é motivo para não querê-las... Que tristes os caminhos, se não fora a presença distante das estrelas..,” (Mário Quintana)