POR NOTÍCI@PURA | Divino Olávio
Caiado vira o jogo na Assembleia Legislativa
O setembro de 2019 será lembrado em Goiás como o mês da chegada da Primavera, com os seus ipês floridos colorindo as praças e calçadas de pétalas nas cores rosa e amarela, mas também pelo desabrochar do governo de Ronaldo Caiado, que conquistou maioria para aprovação, com sobras, de Projetos de Emendas Constitucionais. Foram dois projetos aprovados até com sobras de votos, num intervalo de 24 horas. Na terça-feira, em 1ª votação, por 30 dos 41 deputados e em 2ª votação, ontem, por 29 votos, a PEC que inclui no percentual constitucional de 25% da Educação os gastos da Universidade Estadual, UEG. Também ontem os parlamentares provaram o Projeto de Lei Ordinária, do Tribunal de Justiça, que autoriza o Executivo a usar até 75% dos Depósitos Judiciais. O projeto foi aprovado por 30 dos 41 deputados que compõem o Legislativo. A prevalecer essa nova contabilidade na divisão de forças na Assembleia, o governador Ronaldo Caiado só tem motivos para comemorar nesse começo de setembro. A nova divisão de forças na Casa entre governo e oposição foi possível após o governador Ronaldo Caiado passar a fazer o que ele mais sabe fazer na vida, junto com a Medicina: política, dedicando dois dias da semana a atendimento dos deputados, em audiências individuais. Os dirigentes de alguns partidos de oposição já começam a ficar preocupados com o rápido crescimento do apoio do atual governo no Legislativo. Nota-se parecer haver entre os deputados que foram eleitos pela oposição em 2018 um novo sentimento, o sentimento de que caiu a ficha da derrota sofrida pelos principais dirigentes dos partidos que comandaram o poder em Goiás, nesses últimos 20 anos. A começar pelo líder maior do conglomerado partidário nesse período. E que não há como prever quando retomarão o poder, se é que aqueles líderes ainda retomarão os mesmos cargos, em algum dia.
Um Lereia para Caiado?
Durante bate-papo descontraído entre um deputado e um jornalista, no cafezinho da Assembleia Legislativa semana passada, a constatação a que chegaram foi que a base de apoio do governador de Ronaldo Caiado na Casa ressente da falta que faz um “Lereia” – com ou sem chapéu –, para defender o governo e também atacar, em determinados momentos, com a mesma competência e virulência verbal do tucano Carlos Lereia, para o correligionário Marconi Perillo, durante o seu primeiro governo.
Novo ”Lereia”
Aliás, conforme o entendimento entre o deputado e o jornalista, o ex-governador Marconi Perillo continua contando com a ajuda competente do personagem “Lereia”, no Legislativo estadual. Só que representado por outro “ator.” Referiam-se ao líder da bancada tucana na Casa, deputado Tales Barreto – sem chapéu. Naturalmente que, com um vocabulário esmerado e diferenciado do primeiro, porém, bastante atuante.
Salivas
Pelo visto em alguns movimentos na Assembleia Legislativa nesses últimos dias, o presidente estadual do PSDB, Janio Darrot, terá muito trabalho e precisará gastar muitas salivas para tentar conter o “tsunami” que passou a rondar o seu partido, de uns tempos para cá. E parece que as coisas devem piorar.
Alerta
Economista Júlio Alfredo Pascoal criticou duramente os deputados da oposição que ajudaram o governo aprovar a PEC que inclui os 2% do Orçamento estadual destinados à UEG, nos 25% da Educação. “Acordem, 2022 vem chegando e não venham vocês baterem em nossa porta”. Candidato derrotado a uma cadeira na Assembleia Legislativa, pelo PSDB, o Júlio Alfredo Pascoal é filho do ex-deputado Ênio Pascoal (extinta Arena) e conselheiro aposentado do TCE. “Acordem, 2022 está chegando e depois não venham bater em nossa porta”, alertou, pelo Facebook.
A ficha caiu
Com base nos exemplos ocorridos nos últimos 40 anos em Goiás, o baixo astral que abateu sobre a oposição na Assembleia, nesses últimos dias, tende a continuar como está ou até piorar. Em as mudanças de partido no comando do Estado, nas eleições do ano passado, os deputados da base do antigo “tempo novo” passam de seis meses e um ano num clima animado, como se os seus partidos estivessem às vésperas de retomar o poder. Mas quando a ficha realmente, a sensação de euforia começa a ser substituída pelo desânimo. Afinal de contas, ninguém tem como prever quanto tempo terão que ficar na planície.
Sem coligação, eleição ficou difícil
A proibição de os partidos se coligarem para a eleição proporcional, já apartir da eleição de 2020, está tirando o sono dos chamados partidos nanicos, que correm o risco de pelo menos boa parte deles não conseguir eleger nenhum vereador, e ficar sem representação na Câmara Municipal para os próximos quatro anos. Sem contar os em vários candidatos desses partidos se elegiam com baixa votação, porque se beneficiavam da soma de votos obtida por toda a coligação. Isso não mais acontecerá, de acordo com a nova legislação eleitoral, quem quiser se eleger terá que gastar muita sola de sapato e dinheiro, para fazer uma boa campanha.
Incertezas no PT
A situação é tão grave que a direção do Partido dos Trabalhadores (PT), que mesmo sendo um dos maiores no espectro partidário nacional, está indeciso quanto a lançar ou não candidato a prefeito. Desgastado pelo protagonismo na Operação Lava Jato com vários dos seus líderes presos, há uma corrente aparentemente majoritária que defende a tese de o partido lançar apenas candidatos a vereador e investir os seus recursos financeiros provenientes do Fundo Eleitoral, apenas na eleição de uma expressiva bancada na Câmara Municipal.
Nem Adriana Accorsi demonstra entusiasmo
Nem a deputa Adriana Accorsi, principal nome da legenda para a hipótese de disputar a prefeitura, demonstra entusiasmo com essa possibilidade.
Outra realidade
Outra conta que alguns analistas vêm fazendo é que, ao contrário do muitos acreditavam, a eleição municipal de 2020 pode não ser aquela “Brastemp” para os partidos de oposição. A começar pelas maiores cidades, existe a possibilidade de os partidos da base do governo elegerem em boa parte dos prefeitos. Motivo? O governador Ronaldo Caiado já está conseguindo a equacionar os maiores problemas do Estado, dentre eles, o do desequilíbrio fiscal, o que ajudará a fortalecer a “máquina” de conquistar votos para seus candidatos, com obras que serão construídas no Estado.
Curiosidade
As evidências indicam que a cidade de Catalão não estará sozinha na liderança do ranking das disputas mais acirradas em 2020. Aparecida de Goiânia deverá caminhar lado a lado com a capital industrial da região Sudeste, com uma disputa acirrada entre o atual prefeito, Gustavo Mendanha (MDB) e o candidato da base do governador Ronaldo Caiado.
Vish, juiz manda prender presidente e controlador da Câmara de Formosa
O atual presidente da Câmara Municipal de Formosa, Edmundo Dias, e o controlador interno da instituição, Humberto Serafim Mendonça, foram presos ontem na Operação Número Sete, deflagrada pelo Ministério Público e a Polícia Civil. Os mandados foram expedidos pelo juiz Fernando Oliveira Samuel. Edmundo Dias é acusado de adquirir produtos e mercadorias, entre 2016 e 2019, sem a realização de licitação pública, “favorecendo amigos, correligionários e apaniguados”. Os proprietários dos estabelecimentos comerciais beneficiados também estão na mira da investigação.
