POR NOTÍCI@PURA | Divino Olávio
TRÂNSITO NO PLANALTO E DISTANCIAMENTO DA POLÍTICA LOCAL, ENTRE RAZÕES PARA EQUIPE COM NOMES DE FORA, ADMITE CAIADO
Além de competência técnica dos nomes convidados para a sua equipe de governo, o governador Ronaldo Caiado falou ontem pela primeira vez sobre as razões de ter optado por nomes de outros Estados, na montagem da equipe: proximidade com a equipe do governo do presidente da República, Jair Bolsonaro, e ausência de ligações com as forças políticas no Estado. Ele falou ontem sobre o assunto pela primeira vez, em entrevista coletiva no Centro Cultural Oscar Niemaryer. Com uma dívida de R$ 3,4 bilhões para administrar nos próximos anos e baixa disponibilidade de caixa com receita própria, e uma cambulha de compromissos e programas para implantar, é fundamental para o seu governo contar com auxiliares de excelente nível técnico e trânsito na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Principalmente quando se tratar de gente próxima do ministro da Economia, Paulo Guedes. No aspecto político, o governador precisa, especialmente no primeiro ano do governo, de um quadro pormenorizado da real situação do Estado. E para isso, é importante que alguns órgãos da administração sejam conduzidos por quadros sem nenhuma ligação com a política estadual. É natural até que possam surgir olhares de esguelha no meio político, em algum momento, que gostaria que a equipe fosse composta por indicações dos partidos políticos. Mas no caso em questão, ninguém arrepiou, pelo menos por enquanto.
MAGUITO/GOIÂNIA 2020
O ex-governador Maguito Vilela se consolida a cada dia como candidato do MDB à sucessão do prefeito Iris Rezende (Goiânia), em 2020. “Herdeiro” de Iris na política, como declarou o prefeito numa entrevista a esse colunista, para o Jornal Diário da Manhã, em 98, Maguito foi indicado por Iris como candidato para quase todos os cargos que se elegeu: foi convidado a disputar cadeira na Assembleia Legislativa, em 82; deputado constituinte, em 86; vice-governador, em 90 e a governador, em 94, sem contar o apoio natural para o Senado, em 98, quando ele, Iris, foi derrotado por Marconi Perillo (PSDB), na disputa para o governo estadual.
ACERTO
Sabiamente, Maguito Vilela nunca contrariou o prefeito Iris Rezende, mesmo quando ele, talvez, tenha tido algum motivo para isso.
ERRO DE DANIEL
Postura muito diferente foi a adotada por Daniel Vilela, filho de Maguito, em 2018, que resistiu aos apelos de Iris Rezende a compor chapa com o democrata Ronaldo Caiado, em 2018. Moral da história: o resultado, do ponto de vista político foi desastroso para Daniel e o MDB. Daniel tem poucas alternativas se não quiser ficar sem mandato sabe-se lá por quanto tempo: tentar a Câmara de Vereadores de Goiânia ou disputar com Humberto Machado a indicação de candidatura a prefeito de Jataí, em 2020. O MDB perdeu a oportunidade de ter dois senadores e o vice-governador, sem contar o desconforto de não conseguir eleger nem um deputado federal em Goiás, fato inédito na história do partido no Estado.
IRIS EXIGE RESPEITO
O prefeito Iris Rezende exigiu respeito durante uma reunião em seu gabinete no Paço Municipal, no dia 18 de dezembro, para anúncio da liberação de empréstimo de R$ 115 milhões pela Caixa Econômica Federal ao município. O recurso é destinado à contrapartida da prefeitura no financiamento das obras do BRT e extensão da Avenida Leste-Oeste, que deverão ser reiniciadas nos próximos meses. Participavam do evento a superintendente regional da Caixa, Marise Fernandes, o então ministro das Cidades, Alexandre Baldy, deputado federal eleito, Adriano do Baldy e secretários municipais.
A IRRITAÇÃO DE IRIS
Segundo revelação de um dos participantes do evento, Iris Rezende se irritou com um discurso do ainda ministro Baldy, na ocasião, em que divagou sobre ações do ministério em outras cidades brasileiras. O gesto do ministro, segundo esse participante da reunião no Paço, teria sido interpretado por Iris como uma tentativa de querer “valorizar” a sua atuação, na viabilização do empréstimo. Nessa hora Iris não se conteve, bateu com a mão sobre a mesa, exigindo respeito, depois de classificar o discurso do ministro como “propaganda”, e que não estava disposto a continuar ouvindo tal pronunciamento, porque segundo ele, o recurso já havia sido disponibilizado há vários dias.
ASSUSTADO
Com a reação inesperada do anfitrião a partir daquele momento, segundo a coluna conseguiu apurar, passou a ser percebido um expressivo aumento de transpiração que escorria pelo rosto do ministro. A temperatura no ambiente só baixou minutos depois, graças às incursões da superintendente da CEF, Marise Fernandes, atuando no papel de “bombeira”. Curiosamente, embora o ato tenha contado com a cobertura escrita, audiovisual e digital, feita por vários veículos de comunicação, nada foi publicado a respeito dessa parte do evento.
CAROÇO ELOGIA
“O governador Ronaldo Caiado não poderia ter optado por alguém melhor para a presidência da Agetop”, comentário do deputado estadual eleito, Sebastião Caroço (PSDB), sobre Aderbal Caiado, novo superintendente da Agência Goiana de Obras Públicas. Segundo Caroço, Aderbal “é honesto, trabalhador e conhece bem a situação em que se encontram as estradas em Goiás.”
ACOMPANHAMENTO
O governador Ronaldo Caiado admitiu ontem à coluna a possibilidade de contratar auditoria externa, para a realização de auditorias nos órgãos da administração, caso seja constatado que número insuficiente de quadros técnicos do Estado, para essa missão. Antes, serão criados núcleos de controle interno [Auditoria, Controladoria e Procuradoria] nos órgãos da administração, para fazer o acompanhamento permanente nos órgãos, durante o seu governo.
MOSTRAR AO POVO
Não tenho a menor dúvida quanto a isso, vamos levantar tudo [na administração nos últimos anos] e mostrar para a população, de forma clara, com toda a transparência como tudo que eu sempre fiz na vida, como a população sabe, disse Caiado.
APLAUSOS
O nome do jornalista Vassil Oliveira foi muito aplaudido, ao ser anunciado pelo cerimonial na solenidade de posse do secretariado do governador Ronaldo Caiado, quarta-feira no Palácio da Música, no CCON. Jornalista com vasta experiência adquirida em redações dos principais veículos de comunicação do Estado, Vassil foi nomeado secretário de Comunicação do novo governo Social do novo governo.
AUSÊNCIA NOTADA
O ex-governador Marconi Perillo não apareceu para prestigiar o evento de transmissão de cargo no Palácio das Esmeraldas, na terça-feira, dia 1º, quando houve a tradicional troca de faixa de José Eliton para Ronaldo Caiado.
DEU CERTO
Enquanto o governador Ronaldo Caiado (DEM) expunha ontem as primeiras ações do governo em entrevista coletiva, no Centro Cultural Oscar Niemayer, um jornalista que cobre a sua trajetória na política desde a primeira eleição para presidente da União Democrática Ruralista (UDR), em 86, resumiu para ele, com duas palavras, ao final da coletiva, a sua luta ao longo desses quase 32 anos, coroada com a eleição de governador, em 2018: “Deu certo”. Caiado reagiu com um sorriso, aparentemente concordando com a análise do profissional. Além das eleições classistas, Ronaldo Caiado disputou a eleição de Presidente da República, em 89; eleito deputado federal em 90, 98, 2002, 2006 e 2010. Disputou a eleição de governador em 94 e a de senador, em 2014, quando se elegeu em aliança do DEM com o PMDB.
