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NOTÍCI@PURA | Divino Olávio

POLÍTICA

Coluna Notíci@ Pura - 31 de janeiro de 2019

31/01/2019 às 09h46


POR NOTÍCI@PURA | Divino Olávio

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CAIADO PODE SOFRER PRIMEIRA DERROTA NA ASSEMBLEIA COM UM MÊS DE GOVERNO

Fruto de um misto de desprezo aos deputados estaduais e inabilidade da articulação política do governo [se é que tem articulação], a própria base do governo se uniu até com a participação da oposição, para impor ao governador Ronaldo Caiado (DEM) a sua primeira derrota na Assembleia Legislativa, com apenas um mês de mandato, com a praticamente certa eleição do deputado Lissauer Vieira (PSB), novo presidente da Casa. Depois de tornar público há mais de dois meses o seu apoio à candidatura do deputado Álvaro Guimarães (DEM), para presidente da Assembleia na eleição dessa sexta-feira 1º/2, a articulação política do governo parece não ter dado maior importância aos movimentos paralelos que começaram a surgir na própria base na Casa, contrários à indicação de Álvaro. O primeiro a se manifestar foi Iso Moreira, que colocou o nome na disputa, seguido do Dr. Antônio, ambos do Democratas. Iso e Dr. Antônio se uniram e lançaram esse último candidato, numa quinta-feira. No sábado, eles foram até o governador lhe comunicar a decisão. Não receberam dele nenhuma palavra de desestímulo. E como é normal acontecer nesses momentos, toda vez que há disputa na situação por alguma posição, a oposição costuma entrar e tirar vantagem tomando partido de um dos lados.  

 

A EVOLUÇÃO DA CANDIDATURA

Com o passar dos dias, surgiu um segundo grupo de parlamentares também insatisfeitos com a candidatura de Álvaro Guimarães, liderado pelo deputado Lissauer Vieira (PSB) e apoiado por Humberto Aidar (MDB) e Cláudio Meireles (PR) e mais uns dois três. O grupo de Iso e Dr. Antônio reunia entre 13 a 14 deputados e o de Lissauer, uns seis, ou seja, sozinho, nenhum deles tinha número suficiente para ganhar. Eles se reuniram e decidiram formar apenas uma chapa, com Lissauer para presidente. Essa chapa somou ontem à noite o apoio de 33 deputados.  

  

A CULPA É DE VOCÊS

Por volta das 23:30 dessa terça-feira, os deputados Iso Moreira e Dr. Antônio se reuniram com o governador Ronaldo Caiado, no Palácio das Esmeraldas, a convite desse último. A pauta? Segundo a narrativa de um dos participantes, Caiado foi direto ao ponto, a eleição para presidente da Assembleia, proferindo uma série de frases como essas: “Eu sei que já perdi essa eleição; se a gente não encontrar outra solução, o candidato de vocês terá mais de 30 votos; serei derrotado e haverá repercussão na imprensa em Brasília; e a culpa da minha derrota será toda de vocês”. Nessa hora, segundo um dos presentes, o Dr. Antônio ficou bastante emocionado.

  

CULPADO PELA CRISE

De acordo com as opiniões de vários deputados, a crise em que se transformou a eleição da nova mesa diretora da Assembleia Legislativa foi fruto da “falta de habilidade” do secretário de governo, Ernesto Roler. Segundo esses parlamentares, faltam ao secretário “mais paciência e tato no trato com os parlamentares.”

 

ELOGIOS A CABRAL

Por conta das dificuldades em lidar com o secretário de governo, a parte final das articulações em torno da eleição da mesa diretoria da Assembleia foi comandada pelo secretário de Cidadania e Trabalho, Marcos Cabral, que por sua vez vem sendo bastante elogiado por deputados, prefeitos, ex-prefeitos e lideranças políticas em geral que o procuram.  

 

RECOMPOSIÇÃO

Sem qualquer viabilidade da candidatura Álvaro Guimarães, o Palácio tentava ontem à noite uma composição indicando o deputado para um cargo na mesa. Foi tentada inicialmente a vaga de vice, mas o próprio Álvaro optou pela Comissão de Constituição e Justiça, o que parece provável que vai acontecer. A resposta sai durante uma reunião dos deputados, que vai acontecer numa chácara no município de Nerópolis, na manhã dessa quinta-feira.  Pelo menos assim, cria-se um clima melhor para o governo, porque do jeito que ficou até ontem, estava simplesmente irrespirável. A eleição será amanhã, mas o governador Ronaldo Caiado vai ter que mexer rapidinho no tabuleiro, sob pena se não quiser ter sérios problemas logo, logo. Uma coisa é certa: a Assembleia Legislativa é um poder, e como tal tem que visto.

  

ARRESTO

Causou certo susto no meio político estadual a notícia da decisão da Justiça de arrestar bens imóveis do ex-governador Marconi Perillo, visando o ressarcimento em caso de eventual condenação em ação é acusado por suposto recebimento de propina na Cash Delivery. Nesse mesmo ato foram arrestados bens também do ex-presidente da Agetop, Jaime Rincón, de familiares e de empresas e também de Marconi. São apartamentos, fazendas, casas e lotes em São Paulo, Goiânia, Pirenópolis, Três Ranchos e Aruanã, cujos valores atingem R$ 21,9 milhões.

  

DATIVOS

Os advogados dativos mobilizados em todo o Estado, com vista a pressionar o governo estadual pelo resgate do compromisso de campanha do então candidato Ronaldo Caiado, para com a categoria, de que colocaria o pagamento em dia. Entretanto até agora, segundo a coluna foi informada, o pagamento se encontra em atraso desde dezembro.

 

CAIADO E AS CASCAVÉIS

A levar em conta seus movimentos nesses últimos três meses, o governador Ronaldo Caiado parece decidido a esmagar a “cobra cascavel” que andou lhe picando durante anos, na política de Goiás. Caiado deve ter aprendido ainda na adolescência quase tudo sobre o poder ameaçador das cobras cascavéis, campeando na adolescência nas fazendas Aricá, em Americano do Brasil e às margens do Rio Tesoura, no município de Crixás. Infeliz daquele que fosse inoculado por uma víbora dessa espécie, fosse ele um quadrúpede ou humano. Caiado deve ter aprendido que não dá para brincar com essa peçonhenta.  As cascavéis sem aspas costumam mexer com o chocalho que trazem na ponta da cauda, mesmo depois de mortas, enquanto que as primeiras, as “cascavéis” da política, dizem que também costumam ser perigosíssimas e que por medida de segurança, em determinados casos o mais recomendado é que sejam “esmagadas e penduradas no varal”, por algum bom tempo. O procedimento visa reduzir o risco de reanimação das peçonhentas evitando que elas voltem a circular por aí novamente, mesmo que em “estado zumbi.”