BOLSONARO PRESIDENTE
Jair Messias Bolsonaro será o presidente do Brasil, a partir de janeiro, em um processo eleitoral anormal. Ou que inaugura um jeito novo de se fazer campanha. Com as condições que tinha (ou não tinha), Bolsonaro conseguiu construir uma candidatura que desafiou as regras das campanhas tradicionais. Se elegeu por um partido pequeno. Tudo bem, Fernando Collor havia feito o mesmo no PRN, em 1989. Mas foram só 8 segundos de rádio e TV, compensados por uma militância ativada a partir das redes sociais e que provocou uma mobilização poucas vezes vista na política brasileira. A ponto de Bolsonaro ter sido eleito, ficando em casa durante dois meses. Não foi construída uma grande aliança em torno dele. Pela primeira vez, não houve debate entre os dois candidatos que chegaram ao segundo turno. Pressionado pela opinião pública no segundo turno, reviu algumas posições, como a proposta de fusão entre os Ministérios da Agricultura e Meio Ambiente. Mas já anunciou que vai liberalizar as armas, que deve ser a primeira proposta do seu governo a ser enviada ao Congresso. A reforma da previdência também será prioridade, como parte do ajuste fiscal, que incluiria o reajuste na tabela do imposto de renda. Será um tempo de aprendizado.
PAUTA CONSERVADORA
Naturalmente, a pauta do governo Bolsonaro será reflexo do Brasil exposto nas urnas. Além da sua própria vitória, baseada nessa pauta e no antipetismo, a resposta dada pela população segue o rastro do presidente eleito. O PT terá a maior bancada na Câmara dos Deputados. E uma bancada experiente. Mas quase metade da Casa já está alinhada com o presidente, que será mais um a depender do Centrão pra formar maioria. Dos 27 governadores eleitos, o PT tem o maior número (quatro), concentrados no Nordeste. O PSB tem 3 e o PCdoB, 1. O PDT elegeu o governador do Amapá, ligado ao grupo Sarney. Os demais se revezam entre conservadores e liberais.
QUEM SERÁ OPOSIÇÃO?
O PSDB deve frequentar o divã neste final de ano. Oposição ao PT, não conseguiu sucesso nas urnas. A vitória de João Dória em São Paulo é a sétima seguida dos tucanos no maior e mais importante colégio eleitoral do país. Mas Dória contrariou a direção partidária e incentivou um movimento colado a Bolsonaro desde o primeiro turno. Maior autoridade tucana no momento, Dória não quer ser oposição. O PT, também no divã e sem Lula nas ruas, talvez faça a autocrítica e pode ter Fernando Haddad como novo líder. Quieto no seu canto, Ciro Gomes pode construir um grupo independente com outras forças consideradas como progressistas.
RENOVAÇÃO CONTINUA
A vitória de Bolsonaro apontou para o enterro de lideranças históricas na política pelo país. Daqui a dois anos, o processo deve se repetir nos municípios.
GESTÃO MODELO
Eleito com o dobro de votos do tucano Antônio Anastasia, Romeu Zema pode transformar sua gestão em modelo para o Novo, partido que disputou sua primeira eleição nacional. O sucesso de Zema seria o maior reforço para novo voo de João Amoêdo em 2022.
SERÁ?
Na campanha, Jair Bolsonaro disse que não pretende concorrer à reeleição.
CAIADO NA BASE
Adversário histórico do PT e de petistas, o governador eleito Ronaldo Caiado (DEM) abraçou a campanha de Bolsonaro no segundo turno. Sem declarar apoio no primeiro, Caiado ficou à vontade para hipotecar apoio ao capitão. Prevendo graves problemas financeiros para o início de sua gestão à frente do Governo de Goiás, Caiado conta com ajuda federal.
ACERTANDO CONTAS
Governador José Eliton (PSDB) anunciou início de pagamento às OSs que cuidam de 17 hospitais estaduais em Goiás. Foram R$ 80 milhões agora, com mais R$ 500 milhões acertados para atualizar os gastos com saúde. A intenção do governador é entregar a área com as contas em dia até o dia 29 de dezembro. Paralelo, começou o processo de rescisão das entidades que cuidam hoje das gestão do HUGO e do HUTRIN.
PRESTANDO CONTAS
Prefeito Íris Rezende (MDB) iniciou a semana prestando contas na Câmara Municipal de Goiânia. em clima muito mais tranquilo. 20 dos 35 vereadores estão na sua base, hoje.
SEM DISPUTA
Sindifisco realiza eleição da nova diretoria no dia 24 de novembro. Pela primeira vez em 30 anos de existência, a entidade não terá disputa no pleito. P atual presidente, Paulo Sérgio Carmo foi o único a inscrever chapa para o pleito e busca a reeleição.
NA RUA
Candidato derrota do PSOL à presidência, Guilherme Boulos ocupa redes sociais para convocar a participação em atos de resistência em todo o país, nesta terça-feira. Será?
FRASE DO DIA
“O sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder entusiasmo” (Winston Churchill)