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NOTÍCI@PURA | Divino Olávio

POLÍTICA

Coluna Notíci@ Pura - 21 de novembro de 2018

21/11/2018 às 08h55


POR NOTÍCI@PURA | Divino Olávio

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CAIADO ASSUMIRÁ GOVERNO EM MEIO A GRANDE CRISE DO ESTADO

O quadro das finanças do Estado que Ronaldo Caiado vai assumir no dia 1º de janeiro será um dos piores dos últimos 36 anos, se levar em conta o momento de baixa atividade econômica porque passa o País. A arrecadação mensal varia em torno de R$ 1,9 bilhão, mas não está sendo suficiente para pagar folhas, honrar as parcelas da dívida, que hoje é da ordem de R$ 19 bilhões, e ainda fazer face às demais demandas da população. Já ocorre atraso no pagamento a entidades prestadoras que administram os maiores hospitais, sem contar que boa parte das rodovias clama por manutenção e recuperação nesse período chuvoso; enfim, uma série de outras áreas que estarão demandando providências do novo governador, a partir de janeiro.

 

RECURSOS INSUFICIENTES

Os recursos para atender às demandas de há muito deixaram de ser suficientes. E as alternativas são poucas, vez que o aumento de arrecadação, por exemplo, é difícil de ocorrer em tempos de redução da atividade econômica, com elevação dos índices de desemprego. Aliás, há que se ressaltar que boa parte dos investimentos feitos públicos nesses últimos 36 anos tiveram como fontes os financiamentos internos /externos,r vendas de ativos e Governo Federal.

 

NOVOS EMPRÉSTIMOS

Também não será fácil a obtenção de autorização junto ao Tesouro Nacional, para contrair novos empréstimos junto a bancos internacionais, porque Marconi Perillo já utilizou a disponibilidade que havia, com os novos financiamentos obtidos no atual mandato. Também não se deve esperar apostar que o novo governador lançará mão de privatizações, porque praticamente não há mais nada muito interessante sob o controle do Estado, para ser privatizado. A exceção é a Saneago, cuja transferência do controle acionário para a iniciativa privada já teve reiteradas manifestações de reprovação por parte do governador eleito.   

 

ALCIDES NÃO PRIVATIZOU E NÃO FEZ EMPRÉSTIMO, AFIRMA BRAGA

De todos os governadores de Goiás ao longo dos últimos 36 anos, excetuando os vices que assumiram temporariamente, ou concluíram mandato, apenas Alcides Rodrigues (PP, 2007 – 2010) não vendeu ativo e nem contraiu empréstimo durante o mandato. Segundo o secretário da Fazenda da época, Jorcelino Braga, além de não vender ativo e não contrair empréstimo, o doutor Alcides ainda entregou o governo ao sucesso com “o Estado preparado para receber o empréstimo de R$ 6 bilhões, efetivado durante o governo da presidente Dilma Rousseff (PT)”. Ou seja, foram gastos recursos provenientes apenas de receita própria, pressupõe-se.  

 

QUEM PRIVATIZOU      

Os demais governadores desse período, Iris Rezende (PMDB, 1983 – 1986), Henrique Santillo (1987 – 1990), (1991 – 1994), Maguito Vilela (1995 – 1998) e Marconi Perillo (1999 – 2002 – 2006; 2011 – 2014 – 2018) recorreram a empréstimos internos e/ou externos e a vendas de ativos ou receberam ajuda do Governo Federal. Iris contraiu empréstimo de U$ 200 milhões junto ao BIRD e Banco Mundial, no seu 1º governo e a outros empréstimos, para pavimentar rodovias e concluiu a construção da 4ª etapa da Usina de Cachoeira Dourada, no 2º mandato.

 

MAGUITO E MARCONI VENDERAM BEG, CELG E CACHOEIRA DOURADA

Eleito governador com o apoio de Iris em 94, Maguito Vilela vendeu a Hidrelétrica de Cachoeira Dourada, o mais cobiçado ativo do Estado pela iniciativa privada na época, por mais de R$ 820 milhões. Na sequência, já em 99, o tucano Marconi Perillo transferiu a gestão do antigo Banco do Estado, BEG, para o Governo Federal. Posteriormente a instituição foi vendida para o Banco Itaú. Durante os quatro mandatos de Perillo como governador, Goiás ainda vendeu a Celg e contraiu vários empréstimos. Marconi Perillo foi, disparado o governador que mais contraiu empréstimo para o Estado, até hoje.

 

CURIOSIDADES

Lembram-se da fama de que Maguito Vilela não gostava de receber prefeito no palácio, durante o seu mandato de governador? Pois é totalmente verdadeira, mas havia um motivo para isso: a situação de “pindaíba” vivida pelas finanças do Estado na época, até a venda da Hidrelétrica de Cachoeira Dourada, em setembro de 97. “Se eu não tenho dinheiro para atender aos pedidos que os prefeitos me trazem, é preferível não recebê-los para não ter que ficar dizendo não aos seus pedidos”, justificou Maguito, certa vez ao ser provocado sobre o assunto.

 

LEALDADE DE MAGUITO

Maguito pode não dizer publicamente, mas certamente tem em mente que os seus melhores dias na política não foram durante o mandato de governador. Eleito com o apoio de Iris Rezende, de quem recebeu o Estado em condição financeira “braba” mesmo. E para piorar um pouco mais, o governo de Fernando Henrique Cardoso endureceu as posições sobre gastos nos Estados, já numa fase preparatória para a implantação da Lei de Responsabilidade Fiscal, que limita gastos com pagamento de folha, por exemplo.

 

CESTA E PÃO

Com pouco dinheiro para gastar nos primeiros anos do seu governo, Maguito Vilela só conseguiu manter o programa de distribuição de cesta básica de alimentos a famílias carentes e do pão e leite, a crianças pobres. Mesmo assim, à custa de boas campanhas publicitárias nos veículos de comunicação, o governo de Maguito foi sempre bem avaliado. O PMDB só perdeu a eleição para Marconi em 98 porque Marguito se recusou a sair candidato à reeleição.

 

HOSTILIDADES

A transferência de residência do ex-governador Marconi Perillo para São Paulo, recentemente, tem tudo a ver com o ambiente hostil que surgiu em relação a ele no condomínio onde se situa a sua residência, a partir da decretação de sua prisão pela Justiça Federal, logo após a eleição do primeiro turno. Segundo um amigo da família, teria havido caso até de espocar de foguetes por parte de vizinhos próximos, durante o evento judicial. Por sugestões de amigos e próximos e de familiares, Marconi deve passar algum tempo fora da capital.

  

CAIADO E ADIAL

Alguém arrisca algum palpite sobre o desfecho dos entendimentos entre governador eleito Ronaldo Caiado e a Adial, acerca da proposta de suspensão temporária dos incentivos fiscais? Conhecendo bem os dois lados e o momento vivido pelo País, essa coluna está certa de que haverá, sim, um bom acordo entre as partes.  

 

VILMAR RETOMA AULAS NA UFG

Sem mandato e sem governo, o ex-deputado Vilmar Rocha voltará a lecionar Direito na UFG, em 2019. Ele procurou a diretora do curso na  instituição, professora Bartira Macedo de Miranda, no início desse mês, para discutir o assunto. Afastado da atividade há anos, devido às atividades em vários cargos públicos que exerceu durante esses últimos anos, Vilmar Rocha ministrará inicialmente apenas uma disciplina, compartilhada, com um colega de instituição no seu reentre. Mas, pelo semblante na foto ao lado da professora Bartira Macedo, Vilmar Rocha não deixa dúvida da felicidade com o retorno à sala de aula, em breve. Sucesso, professor.