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NOTÍCI@PURA | Divino Olávio

POLÍTICA

Coluna Notíci@ Pura - 11 de outubro de 2018

11/10/2018 às 11h00


POR NOTÍCI@PURA | Divino Olávio

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FORTES TENSÕES MARCAM PERÍODOS DE TROCA DE PARTIDOS NO GOVERNO ESTADUAL

Os períodos de troca de partidos políticos no poder em Goiás têm sido marcados por fortes tensões, desde a posse de Iris Rezende (MDB) para o seu primeiro governo, em 1983. Naquela época, o então secretário de Segurança Pública nomeado por Iris, deputado federal José Freire, queria porque queria prender o ex-governador Ary Valadão (PDS), sem processo e sem ordem judicial. Durante a campanha, Ary foi acusado no palanque peemedebista de se apropriar de bens do Estado. Uma equipe da SSP chegou a se deslocar até à fazenda de Ary, no município de Anicuns. Não o encontraram nem Ary e nem os bens que acreditavam poder apreender. A fúria do novo governo peemedebista só foi contida graças a um editorial do jornalista Batista Custódio. Batista destacou, dentre outros pontos no seu editorial, que Iris Rezende não podia permitir que o seu governo frustrasse mais de um milhão de eleitores que votaram nele, com atitudes de vinditas.

 

A PRISÃO DE OTONIEL, EM 1999

Com apenas três meses após a posse de Marconi Perillo no seu 1º mandato de govenador 1999, o suplente de senador e irmão de Iris Rezende, Otoniel Machado, recebeu voz de prisão em circunstância semelhante ao ocorrido com Marconi Perillo ontem, durante depoimento a um delegado da Polícia Federal e um escrivão, no apartamento do depoente. Foi na investigação do caso que ficou conhecido como o “Caso Caixego”. Otoniel (foto) era investigado como suspeito de participar do desvio de R$ 6 milhões de ex-funcionários da antiga Caixego. Começava ali, no entanto, uma tragédia que deixou marcas profundas que perduram até hoje. Fortemente impactado emocionalmente, Otoniel Machado passou mal ali mesmo na frente do delegado. Em seguida foi internado no Hospital Neurológico, onde permaneceu por vários dias na UTI. Otoniel perdeu a memória e até hoje não se recuperou. Necessita até hoje de cuidados especiais. Para uma família unida como sempre foi a de Iris Rezende, o fato ocorrido com Otoniel Machado foi e continua sendo grande sofrimento.    

 

MARCONI PRESO PELA PF, 20 ANOS DEPOIS

Ontem, a 80 dias da posse do novo governador, Ronaldo Caiado (DEM), o ex-governador Marconi Perillo, que é também vice-presidente do Diretório Nacional do PSDB, também foi preso durante depoimento que prestava a um delegado na Polícia Federal. Marconi é investigado na operação Cash Delivery, como suspeito de ter recebido R$ 10 milhões em propinas da Odebrecht, em 2010 e 2014. Para quem acredita na chamada “Lei do retorno”, eis aí um bom motivo sobre o qual deve valer à pena se debruçar. Essa coluna não discute mérito de nenhum dos casos aqui citados, até porque esse é papel é da Justiça. As referências dos três casos são meramente informativas e culturais. Deve estar passando um filme longa metragem na cabeça do ex-governador Marconi Perillo, com todas as cenas vividas por ele, nesses últimos 20 anos.

 

ARGUMENTAÇÃO FRÁGIL

 Na avaliação de um alto funcionário da Justiça Federal, mestre e professor de Direito em algumas das mais importantes universidades, é pouco provável que a prisão do ex-governador Marconi Perillo seja duradoura. Segundo ele, os fatos apontados na fundamentação do pedido são frágeis. “Não tem sustentação, é firula, marketing” conceituou.  Por razões óbvias, a coluna opta por preservar o nome do funcionário, embora essa seja uma avaliação pessoal do cidadão.

 

CAIADO APOIA BOLSONARO

Avesso a fica em cima de muros, o governador eleito, Ronaldo Caiado (DEM), foi ao Rio de Janeiro ontem, para anunciar apoio ao candidato do PSL à Presidência da República no 2º turno, Jair Bolsonaro. Embora a direção nacional do Democrata tenha deliberado por deixar a questão em aberta no 2º turno, para que os líderes e os militantes optem por apoiar qualquer um dos dois finalistas da eleição, Bolsonaro ou Fernando Haddad (PT). O encontro de Caiado com o candidato foi na residência do presidenciável, na Barra da Tijuca, e durou cerca de uma hora.

 

CAIADO NÃO TEM RECURSO PARA INVESTIR, DIZ CIENTISTA POLÍTICO

Segundo cientista político da UFG, Francisco Tavares, nada menos que 114% da receita do Estado para os próximos anos é de conta vinculada, como Educação e Saúde, por exemplo. Dessa forma, ele prevê que o novo governador, que tomará posse no dia 1º de janeiro, não terá disponibilidade de nenhum centavo para investir com discricionariedade. Como o governo federal também, segundo ele, estará impedido de socorrer os Estados com o repasse de novos recursos, pela Emenda 95, que trata do novo regime fiscal pelos próximos 20 anos. Diante dessa situação, ele só vê dois caminhos para conseguir recursos para investir, que são a redução das despesas e o aumento de arrecadação.

 

PROFESSOR FRANCISCO DEFENDE SUSPENSÃO DE DESONERAÇÕES

 Uma terceira fonte de nova receita sugerida pelo professor Francisco Tavares é a suspensão das desonerações fiscais de empresas beneficiadas por programas de incentivos. Mesmo que com o compromisso de devolvê-los lá mais na frente, mas pelo menos ajudaria o estado a sair da crise de recursos para investimento por que passa momentaneamente. O professor Francisco Tavares (foto) defendeu a adoção dessa providência no programa Roda de Entrevista, da TBC dessa terça-feira. Perguntado se não haveria o risco dessas empresas irem embora para outras praças, por conta da medida emergencial, o professor disse estar certo de que não há esse risco. Além de cientista político, o doutor Francisco Tavares é também advogado tributarista.  

 

PARCELAMENTO DE SALÁRIOS

Essa coluna divulgou uma informação no início da campanha eleitoral, sobre uma reunião havida no 10º andar do Palácio Pedro Ludovico, em que discutiu dentre outros assuntos, a possibilidade de parcelamento dos salários acima de R$ 3,5 mil. Se esse fato tivesse ocorrido durante a campanha, naturalmente que a campanha à reeleição do atual governador poderia ter sido altamente impactada. Mas passada a eleição, o parcelamento começa a ser feito agora, com parte da folha da Sefaz e dos tribunais de Justiça e de contas do Estado e dos Municípios.  

 

SITUAÇÃO DIFÍCIL

O fato de ter que parcela o pagamento de parte da folha não chega a ser o fim do mundo, apenas mais um indicativo de que a situação financeira do Estado braba. Ah Dr. Ronaldo Caiado, ser senador em Brasília não seria melhor e menos complicado...?