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NOTÍCI@PURA | Divino Olávio

POLÍTICA

Coluna Notíci@ Pura - 09 de outubro de 2018

09/10/2018 às 08h00


POR NOTÍCI@PURA | Divino Olávio

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CAIADO CHEGA COM MUITAS ESPERANÇAS E POUCOS COMPROMISSOS COM PARTIDOS

 Ancorado na maior votação numérica e segunda em percentual obtida por um governador de Goiás até hoje – só perde para Iris Rezende (PMDB) em 1982, com 66,72% -, o democrata Ronaldo Caiado assumirá o governo do Estado em 1º de janeiro de 2019 levando na bagagem as esperanças de dias melhores de um povo. Esperança por mais segurança, melhor atendimento na saúde, melhor educação, melhores serviços e menos compromissos com partidos políticos. A vitória no 1º turno evita aquele monte de compromissos com partidecos que acabam criando dificuldades para o eleito governar. Foi uma vitória fruto acima de tudo da vontade popular.

Cautelosos nas palavras tanto durante a campanha quanto agora nas primeiras declarações à imprensa, já na condição de governador eleito, Ronaldo Caiado reúne todas as condições para fazer um governo realizador e certamente corresponder às expectativas dos eleitores. Membro de uma das mais importantes famílias na história político do Estado, a família Caiado, o novo governador eleito tem tudo para exercer a principal liderança do Estado por muitos anos. Principalmente depois da passagem do “tsunami” de domingo, que varreu Marconi Perillo e os seus correligionários mais afins.  

 

HADDAD COM MEIRELLES

Segundo informação obtida pela coluna, por orientação do ex-presidente Lula, o candidato Fernando Haddad deverá procurar o economista Henrique Meirelles nos próximos dias, para tratar de possível apoio à sua candidatura no 2º turno. Objetivo, segundo a fonte, é dar tranquilidade ao mercado.  

 

Veja a seguir como é que ficam e as perspectivas dos principais partidos no Estado, a partir do novo mapa político saído das urnas nesse domingo 7/10.

 

DEM: O MAIOR CRESCIMENTO

DEM elegeu o governador, dois deputados federais e quatro deputados estaduais. Amargando sempre as piores posições no ranking dos partidos no Estado durante anos, o antigo PFL, hoje DEM, deve assumir em pouco tempo posição de destaque entre os partidos que mais deverão crescer no espectro partidário do Estado. Devido a principalmente às afinidades entre o novo governador eleito e a quase totalidade dos partidos da base aliada, não será surpresa para ninguém se esses partidos procurar aproximação com o DEM a partir de agora, quando o partido assumir o governo.

 

MDB COM CAIADO

No MDB a maior probabilidade é que o partido será o principal aliado do governo de Ronaldo Caiado, a partir de janeiro. Essa opção deverá ser apoiada pelo prefeito Iris Rezende (Goiânia), em articulação liderada pelo prefeito de Catalão Adib Elias, que foi coordenador da campanha do democrata e líder do grupo de dissidentes que apoiaram a eleição do democrata.  Com a posse do novo governador em janeiro, o 1º suplente Luís do Carmo assumirá a vaga de Caiado, para os últimos quatro anos de mandato. Será uma espécie de compensação política do partido pelo apoio de parte do partido ao candidato do DEM.

 

PSL ELEGE QUATRO

Provavelmente puxado pela onda do capitão, o PSL elegeu quatro deputados em Goiás, sendo dois federais e dois estaduais. Quanto à perspectiva para o futuro, vai depender do resultado das urnas nesse segundo turno e do resultado do provável governo do partido em nível nacional.

 

DERROTA DO PTB

A não reeleição do deputado Jovair Arantes, depois de seis mandatos consecutivos na Câmara Federal, o PTB de Goiás parece ter entrado na onda embalada pelas derrotas de outros nomes conhecidos do partido em outros Estados, como o da deputada Cristiana Brasil (RJ), filha do ex-deputado Roberto Jefferson. Com a derrota de Jovair, o partido perde grande parte da sua importância e do peso político que tinha no Estado. E para complicar, o ex-senador Demóstenes Torres também não obteve êxito na tentativa de se eleger deputado federal.

 

PT SE SEGURA

Mesmo com o desgaste sofrido em nível nacional por conta das investigações, condenações e prisões de alguns dos seus quadros, em Goiás o PT manteve o número de parlamentares de quatro anos atrás. Reelegeu Rubens Otoni para a Câmara Federal e Adriana Accorsi, para a Assembleia Legislativa. Para essa última, foi eleito pela primeira vez o ex-prefeito de Anápolis, Antônio Gomide, que obteve quase 38 mil votos. Gomide é candidatíssimo à Prefeitura de Anápolis, daqui a dois anos.

 

PDT CRESCE

Com uma votação crescente a cada nova eleição para a Câmara Federal, a deputada Flávia Morais vem aumentando o número de votos dados ao partido para a Câmara. Nessa eleição ela recebeu 10 mil votos a mais que na eleição de quatro anos atrás. Coligada com o democrata Ronaldo Caiado na eleição de governador, Flávia chegou a ser convidada para ser vice do democrata, o que só não se consumou porque o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, não concordou em abrir mão da candidatura dela à reeleição. O partido deverá lançar candidatos a prefeito em vários municípios, em 2020, dentre eles, o de Trindade.

 

PSD ELEGE TRÊS

Presidido em Goiás pelo ex-deputado Vilmar Rocha, o PSD foi um dos partidos da chamada base aliada, que se saiu melhor nessa eleição. A sigla elegeu o carismático Francisco Júnior para uma das cadeiras na Câmara Federal, com mais de 111 mil votos e ainda elegeu dois representantes para a Assembleia Legislativa. Apesar das turbulências internas por conta das divergências sobre qual chapa apoiar para o governo, pode se dizer que o partido ainda se saiu relativamente bem nessa eleição.

  

O FUTURO TUCANO

O PSDB elegeu seis deputados estaduais e um federal (Célio Silveira), e deve continuar sendo presidido pelo atual deputado federal Giuseppe Vecci, até pela sua proximidade com o ex-governador Marconi Perillo, que certamente tentará refazer o seu caminho, após deixar o governo em janeiro. É cedo para dizer qualquer coisa ainda sobre o futuro do partido para os próximos embates.

 

PP MAIS FORTE

Partido pelo qual foi eleito o senador mais votado, Vanderlan Cardoso, numa coligação imposta pelo Palácio do Planalto e o presidente nacional do partido, senador Ciro Nogueira (PI) e ainda um empurrãozinho de Marconi Perillo, o PP foi o partido que elegeu o maior número de cargos na aliança com o MDB. Além de um senador, elegeu dois deputados federais e um estadual. Os atuais, Roberto Balestra e Sandes Júnior não se reelegeram. O PP tem tudo para liderar a oposição no Estado já pensando, quem sabe, em lançar Vanderlan na disputa para o governo em 2022.

  

ENTREVISTA – ADEMIR LIMA, CONSULTOR POLÍTICO DO GOVERNADOR JOSÉ ELITON.

 

 A que o senhor atribui a derrota do candidato Zé Eliton para o governo nessa eleicão?

 Ademir Lima – Composição de chapa pura para governador e vice, no Senado com Lúcia ficou uma chapa velha e a saída do Wilder que deu ao Ronaldo Caiado o fôlego financeiro que ele não tinha. A seriedade de Zé Eliton, que não quis fazer concessões para fazer caixa de campanha; foi uma campanha sem recursos; a falta de engajamento da maioria dos prefeitos e de coordenação política.

  

Como o senhor avalia o apoio do ex-governador Marconi Perillo a Zé Eliton, foi positivo?

Ademir Lima – Entendo que Marconi fez o que pode, mas o episódio da  Operação Cash Delivery foi danoso para a campanha de Zé Eliton e muito mais para Marconi, como ficou comprovado no resultado das urnas. E ainda a falta de engajamento do partido na campanha de governador, ficando só na de senador, no resto nenhum dano.

 

A derrota na sua própria região Nordeste, e até na própria cidade (Posse), não é a comprovação de que o PSDB errou ao escolher José Eliton, como candidato a governador?

 Ademir Lima – Isso é facilmente explicado pelo voto útil com a divulgação das pesquisas nos últimos dias, dando a vitória de Caiado ao governo no 1º turno. Já que todas as pesquisas na região e na cidade davam ampla vitória para o Zé Eliton.