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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 31 De Janeiro De 2023

31/01/2023 às 10h15


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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“Posse” real de Caiado vai ser nesta quarta, 1º de fevereiro, na reabertura da Assembleia 

Caiado começou o segundo governo em 1º de janeiro, mas agora é que vai deslanchar para valer

A data da “posse” do governador Ronaldo Caiado no seu segundo governo finalmente chegou: será a 1º de fevereiro, quarta-feira, na solenidade de instalação da 20ª Legislatura ou, na prática, o dia da reabertura dos trabalhos do Poder Legislativo estadual.

Sim, é fato que o novo mandato começou formalmente em 1º de janeiro. No entanto, devido ao período de convalescença da cirurgia de ponte safena a que o governador se submeteu, tudo se deu em uma cerimônia fria na Assembleia, com poucas autoridades, marcada por um discurso online de Caiado pouco mais do que protocolar.

Agora, as coisas mudam. Uma renovada fornada de deputados estaduais estará assumindo as suas cadeiras, com a presença física de Caiado como convidado especial. Ele pode ou não falar, sendo provável que o faça, diante da importância estratégica da oportunidade. O deputado mais antigo, Talles Barreto (do União Brasil), usará a tribuna em nome de todos os colegas, com a missão de dar o tom da nova temporada parlamentar – destinada a se afinar com os propósitos anunciados para o novo governo de buscar para Goiás a conciliação entre desenvolvimento econômico e justiça social.

Encerrada a sessão, que se iniciará às 14 horas, Caiado se retira. E outra será convocada imediatamente para a eleição do deputado Bruno Peixoto como presidente da Assembleia.

Clima de paz e conciliação ou no mínimo de civilidade domina a política em Goiás

 Raras vezes na história de Goiás um ambiente de paz e conciliação predominou com tanta força no meio político como agora.

Rapidamente superada, a eleição estadual não deixou cicatrizes abertas, ao contrário da nacional. De forma inédita, o resultado das urnas foi naturalmente absorvido pelos derrotados sem sequelas. Não houve choro ou lamentações e muito menos contestação ou inconformismo. Quem ganhou, ganhou, e quem perdeu, perdeu, como produto do jogo democrático, parece ter sido o entendimento geral.

Ato contínuo, veio a cirurgia de ponte safena do governador Ronaldo Caiado. E o consenso da Assembleia em torno do deputado Bruno Peixoto na presidência, a mudança de tom do presidente estadual do PL e candidato derrotado a governador Major Vitor Hugo (até defendendo um bom relacionamento do senador eleito pelo partido Wilder Morais com Caiado) e, finalmente, a homenagem a Maguito Vilela em Aparecida, quando Caiado e Daniel Vilela se encontraram com Gustavo Mendanha com declarações cordiais de parte a parte.

Paralelamente, o risco de perda dos seus mandatos enfraqueceu a chamada ala radical da oposição, gente como Major Araújo e Delegado Eduardo Prado, na Assembleia, e Gustavo Gayer, na bancada federal, todos do PL, acusado na Justiça Eleitoral de não ter cumprido a cota de gênero na formação das suas chapas proporcionais em 2022. Mais um dado importante: o PL será a partir de agora presidido em Goiás por Wilder Morais, um político de origem empresarial que passa longe de extremismos e, de fato, é muito próximo de Caiado. Vai daqui, vai dali, por isso e por aquilo, a soma de todas essas variáveis trouxe para a atmosfera política do Estado uma temperança nunca vista antes.

R$ 1 bilhão de razões para manter a Saneago longe, bem longe, das garras da classe política

O paranaense Ricardo Soavinski veio de fora para acertar no comando da Saneago e levar a companhia ao lucro

 Última gema da preciosa coleção de estatais dilapidadas pelos governos do MDB e do PSDB entre 1983 e 2018, a Saneago tornou-se nas mãos do governador Ronaldo Caiado uma companhia enxuta, bem administrada e sobretudo dotada de alta produtividade quanto ao objetivo de levar saneamento básico a goianas e a goianos em todos os cantos do Estado.

Em menos de 40 anos, escoaram pelo ralo duas portentosas usinas hidrelétricas (Corumbá e Cachoeira Dourada), três bancos (BEG, Caixego e BD) e a Celg, todas empresas públicas de valor incalculável, sem que se tenha a mínima ideia do destino dos bilionários recursos arrecadados com essas privatizações ou esvaídos pelos desvãos da corrupção que foi a regra na história de cada uma delas. Uma única e honrosa exceção foi a Celg GT, espécie de resto da Celg, vendida em uma operação conduzida por Caiado que amealhou R$ 2 bilhões: essa bolada sabe-se onde está, ou seja, foi aplicada na capitalização do fundo previdenciário do funcionalismo estadual e lá rende mais de R$ 200 milhões por ano.

Caiado chegou a pensar em oferecer ao mercado ao menos metade da Saneago, o que permitiria manter o seu controle acionário. Ocorre que o desempenho da estatal, nos últimos quatro anos, foi excepcional, com um nível elevado de investimentos e, o que é melhor, a formação de um caixa de R$ 1 bilhão de reais. Com uma disponibilidade de tal monta, não há obra que não possa ser realizada nos próximos quatro anos em termos de água tratada e esgoto, por esse Goiás afora. Será mamão com açúcar.

Em resumo: depois da época de trevas em que os seus cofres foram assaltados, até mesmo com prisão de um presidente e vários diretores em sucessivos escândalos, a Saneago vive hoje sob as luzes das boas práticas de governança e está pronta para um período de realizações inédito em seus 54 anos de história. Não há como dissociar dessa conquista o trabalho do analista ambiental paranaense Ricardo Soavinski, que Caiado convenceu a vir para Goiás em um momento, início de 2019, em que ele tinha o passe disputado pelo governo federal e por outros Estados. Portanto, é difícil acreditar em mudança de rumo, com a entrega da Saneago a políticos – ou a um indicado deles. Um governador como Caiado não brincaria jamais com R$ 1 bilhão de reais.

 Jovair como articulador político: o canto de cisne de Rogério Cruz

Surpreendeu geral a indicação do ex-deputado federal Jovair Arantes para a Secretaria municipal de Governo, em uma manobra vista como a última tentativa de Rogério Cruz no sentido de encontrar um rumo e um sentido para a sua gestão como prefeito de Goiânia. Na verdade, poucos são os que acreditam que vai dar certo, ou seja, que um milagre pode acontecer e consertar as coisas no alto do Park Lozandes. Na verdade, Jovair não tem intimidade com Cruz e é um político da velha guarda, acostumado a jogar conversa fora e a dar tapinhas nas costas – maneirismos insuficientes para resolver o problema da prefeitura, que é a falta de pulso e de experiência do vice que ganhou a vaga principal com a morte inesperada do titular e logo no início do mandato, sem conseguir se legitimar. O desafio real para o qual não há solução é a falta de conteúdo em um espaço vital para o sucesso do governo municipal da capital, ou seja, entre as orelhas de Rogério Cruz.

 Desempregado, Mendanha jura que vai ser novamente candidato ao governo em 2026

Dos quatro principais candidatos a governador em 2022, Ronaldo Caiado, o vencedor, segue como funcionário público número do Estado, Major Vitor Hugo prepara-se para retornar ao seu bem remunerado cargo de consultor legislativo da Câmara Federal a partir de 1º de fevereiro e prof. Wolmir Amado já voltou às suas atividades acadêmicas na PUC.

Gustavo Mendanha, enquanto isso, continua sem salário mensal para sobreviver. Quase não sai de casa. Na sua prestação de contas ao TRE, declarou ter feito um empréstimo de pouco mais de R$ 1 milhão para quitar despesas de campanha e acrescentou que o compromisso seria pago em prestações mensais. Como está fazendo isso, sem renda, não se sabe.

Mendanha nunca trabalhou na iniciativa privada. Sempre esteve na folha de pessoal da prefeitura Aparecida: começou como professor de Educação Física, foi secretário municipal de Esportes, vereador e finalmente prefeito por dois mandatos, o último por um prazo curto, em função da renúncia para a fracassada aventura de disputar o governo estadual.

O Jornal Opção publicou nesta semana a carta de um leitor que indaga: “Podem me informar se o ex-prefeito arranjou trabalho ou se entrou para as fileiras dos desempregados? Afinal, qual brasileiro, se não for milionário, pode ficar tanto tempo sem trabalhar?”. No seu podcast, cuja audiência caiu drasticamente depois das eleições, Mendanha não dá resposta para essa pergunta. Há poucos dias, repetiu três vezes que, em 2026, será novamente candidato ao Palácio das Esmeraldas