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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 31 De Agosto De 2021

31/08/2021 às 06h00


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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LINCOLN TEJOTA VAI SER CONSELHEIRO, TALVEZ AINDA NESTE ANO, MAS NÃO NO TCE E SIM NO TCM

Maior impactado pelo acordo hoje irreversível entre o DEM e o MDB, que deverá colocar o presidente estadual do partido Daniel Vilela ao lado do governador Ronaldo Caiado na chapa da reeleição, o atual vice-governador Lincoln Tejota comportou-se com discrição e equilíbrio após a visita surpresa de Caiado ao diretório emedebista, há 10 dias. Ele mereceu a deferência de ser avisado antes pelo governador, chamado ao Palácio das Esmeraldas juntamente com o seu pai, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Sebastião Tejota. É claro que, nessa reunião, deve ter ouvido algumas palavras sobre o seu futuro – que não passa, como imaginam muitos, pela candidatura a deputado federal, e sim por uma vaga de conselheiro, uma compensação e tanto para a perda da posição de vice e de todos os prejuízos daí decorrentes. Essa vaga de conselheiro não seria no Tribunal de Contas do Estado, já que pegaria muito mal um pai – Sebastião Tejota, que já tem tempo para se aposentar – ser substituído pelo filho, mesmo a indicação cabendo à Assembleia e não ao governador. Lincoln Tejota vai ser conselheiro, ao que tudo indica, no Tribunal de Contas dos Municípios, e ainda neste ano:  um dos sete atuais titulares, Valcenor Braz, completa o prazo para a inatividade por tempo de serviço no próximo dia 8 de dezembro.

ALIANÇA DEM-MDB: CAIADO TEVE A HONESTIDADE DE AVISAR ANTES SEUS ALIADOS

O principal assunto do noticiário político em Goiás, de uma semana para cá, é a visita surpresa que o governador Ronaldo Caiado fez ao diretório estadual do MDB, quando convidou o partido para participar da sua chapa em 2022. Foi uma cartada de mestre. Mas o que precisa ser dito é que, antes, Caiado foi correto e ético com os seus aliados, prevenindo a todos que têm interesses de peso dentro da sua base sobre o seu movimento e reforçando o compromisso de que cada um deles será preservado e respeitado quanto aos seus projetos futuros. Em palácio, Caiado recebeu para jantar, em dias diferentes, o prefeito de Catalão Adib Elias e o conselheiro Sebastião Tejota, acompanhado do seu filho Lincoln Tejota, atual vice-governador. Também informou o presidente da Assembleia Lissauer Vieira. Do alto da sua autoridade moral, o governador deixou em pratos limpos, para cada um deles, os seus planos para 2022, reafirmando sua solidariedade e sua lealdade, mas fixando com clareza a sua estratégia para a reeleição – onde até os mais ingênuos enxergam o acerto do esvaziamento da oposição, através da retirada do oxigênio representado pelo MDB.

QUEM TINHA INTERESSES ESPECÍFICOS NA BASE GOVERNISTA FOI AVISADO

O governador Ronaldo Caiado foi muito habilidoso ao anunciar previamente aos seus aliados a formalização do convite ao MDB para indicar um representante para a chapa governista em 2022.  O gesto pegou muita gente de surpresa porque antigamente o governante da vez cozinhava seus parceiros de primeira hora, que depois ficavam na chapada às vésperas das eleições. É preciso reconhecer: o governador sempre age com retidão, seja na política, seja na administração. Conversou com Lissauer Vieira, com os cinco ex-emedebistas que o apoiaram em 2018, com Lincoln Tejota e seu pai, entre outros, a mais de ano da eleição. Deu detalhes sobre o seu passo. Diferente, por exemplo, do prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha, que rifou o seu antigo vice Veter Martins a poucos dias da convenção, escolheu um outro vice e no final ainda trocou esse quase vice para escolher Vilmarzim, o então presidente da Câmara de Aparecida – e, pior de tudo, em quem não confia nem um pouco.

DIGNIDADE E HOMBRIDADE TÊM ESPAÇO E PESO NA POLÍTICA, NÃO SÓ A MATREIRICE

O passo decisivo do governador Ronaldo Caiado em relação ao acordo com o MDB, em especial pelo momento escolhido, tem a marca da dignidade e da hombridade que já são características suas, porém parâmetros que outras lideranças de expressão substituem pela raposice e até mesmo pela malandragem explícita no processo político, pelo menos em Goiás. Mais de 10 dias depois da visita surpresa ao diretório do MDB, não houve nenhuma reação da parte de quem quer se possa especular como prejudicado, a não ser o prefeito Gustavo Mendanha (que não é do grupo governista), mesmo assim dentro da sua tradicional falta de conteúdo e da matreirice que o pauta e que ele imagina ser motivo de orgulho para a sua “persona” política, só que, na verdade, é uma vergonha para alguém tão jovem. Não enfrenta abertamente Daniel Vilela, não diz se é ou não candidato a governador e, em consequência, se vai ou não terminar o mandato em Aparecida. Escora-se em dúvidas e incertezas. Esconde o jogo. O contrário, exatamente o contrário, de Caiado.

ENCONTRO DO PSDB EM VALPARAÍSO FOI COMO SE ESPERAVA: FRIO E VAZIO

O PSDB fez uma aposta de alto risco ao iniciar uma agenda de encontros regionais pelo Estado afora, começando por Valparaíso, no fim de semana passado. O partido ainda está seriamente danificado pelos efeitos negativos das derrotas eleitorais de 2018 e 2020 e deveria ter mais cuidado antes de se expor publicamente, para evitar mostrar fragilidade e desorientação. Em Valparaíso, no máximo 100 pessoas apareceram para ouvir os ex-governadores Marconi Perillo e José Eliton e os três deputados estaduais ainda fiéis à legenda. Ninguém mais. O tom dos discursos, em vez de buscar algum conteúdo quanto a propostas para Goiás, foi o de sempre, mesclando rememorações do passado com ataques virulentos ao governador Ronaldo Caiado. Nem a presença da deputada federal Magda Mofatto, para dizer que o PL estará ao lado do PSDB nas eleições do ano que vem, serviu para amenizar o clima frio e de esvaziamento. A deputada, como se sabe, é pouco confiável. Palavra que dá hoje, tem valor nenhum amanhã, haja vistas a sujeira que vez com a vereadora Dra. Cristina no episódio da candidatura a prefeita de Goiânia.

LISSAUER VIEIRA NÃO SERÁ ENTRAVE PARA A NOVA CHAPA GOVERNISTA

O presidente da Assembleia Lissauer Vieira tem sido citado nos levantamentos que apontam os entraves dentro da base do governador Ronaldo Caiado para o acordo entre o DEM e o MDB. Pode ser, poder ser, mas, creiam leitoras e leitores, não vale a pena apostar nessa hipótese. Lissauer é hoje um dos principais atores do palco principal da política estadual, perdendo em importância apenas para Caiado. Tem consciência dessa posição, sabe que é o fiador da governabilidade estadual devido ao Poder que preside e não é homem de falar ou fazer besteiras, antes, ao contrário, mantendo um comportamento extremamente sério e responsável. Não se pode dizer que ele terá interesses contrariados com a indicação de Daniel Vilela para a vice, em 2022, mesmo porque ele nunca se apresentou como pretendente para a vaga – no máximo admitindo que seria um plano B para a sua carreira e que dependeria de uma convocação, caso contrário fará o que se prepara para fazer, que é disputar uma vaga na Câmara Federal, com expectativa de figurar entre os mais votados.

EM RESUMO

  • A disputa pela OAB-GO (eleições em 30 de novembro) segue com cinco candidatos: Rafael Lara, Pedro Paulo Medeiros, Rodolfo Mota, Valentina Jungmann e Júlio Meirelles. Ninguém dá sinais de desistência.

 

  • Contratos de consultoria, sem licitação, como os que estão se multiplicando na prefeitura de Goiânia, geram desconfiança. Mais ainda com os valores elevados que estão sendo contratados.

 

  • Denunciado por transferir R$ 6 milhões para a Aparecidense, uma equipe profissional, o prefeito Gustavo Mendanha respondeu com deboche: postou uma foto no Instagram com o boné do time.

 

  • Consta que o empresário e ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot desiludiu-se com a política. Em outros tempos, chegou até a achar que teria cacife para se candidatar a governador em 2022.

 

  • Para quem não entendeu a importância do acordo entre o DEM e o MDB, unindo os adversários de 2018 Ronaldo Caiado e Daniel Vilela: a oposição simplesmente fica sem oxigênio e sufocada para 2022.

 

  • O ex-governador Marconi Perillo desmente um suposto telefonema que teria dado ao ex-presidente Lula para alinhar um projeto comum de oposição à reeleição do governador Ronaldo Caiado.

 

  • Marconi repete o que já disse antes: ele e Lula, o PSDB e o PT seriam como água e óleo, não se misturam jamais: “Fui e continuo sendo crítico de Lula, minhas divergências com ele são históricas”.

 

  • Os reflexos da aliança entre o DEM e o MDB estão sendo terríveis para a oposição na Assembleia, cuja bancada vai ficar reduzida aos radicalóides de sempre e aos deputados petistas.

 

  • O Popular deu uma página inteira para o ex-governador José Eliton, presidente estadual do hoje inexpressivo PSDB. A falta de jeito do Zé para a política ficou mais uma vez muito bem evidenciada.