O MAU EXEMPLO DOS PREFEITOS DAS 2 MAIORES CIDADES DO ESTADO, QUE COMPRARAM A OPOSIÇÃO COM CARGOS
No Brasil, a parte suja da política sempre foi e continua sendo feita às custas dos cofres públicos, em todos os níveis, municipal, estadual e federal. Conquista-se o poder, em primeiro lugar, para abrigar os quadros dos partidos, fortalecê-los e em seguida, se for o caso e houver tempo, desenvolver políticas públicas. Todas as legendas, sem exceção se baseiam nessa lógica perversa, qual seja a de buscar remuneração por conta do contribuinte para os seus operadores e militantes, muitas vezes sem retorno em termos de trabalho. Aqui mesmo, em Goiás, ocorrem duas manifestações gritantes desse fenômeno: os casos de Goiânia, com o prefeito Rogério Cruz, e de Aparecida, com Gustavo Mendanha. Ambos criaram uma coleção de cargos, muito além do que receberam ao assumir as suas prefeituras, para cimentar acordos políticos e premiar vereadores e as direções partidárias. Não à toa, Mendanha tem o apoio dos 25 vereadores do seu município e de mais 21 partidos. A oposição foi eliminada. Cruz foi no mesmo rumo e conta com 33 dos 35 vereadores. Graças à folha de pagamento do Paço Municipal, manteve na sua base até mesmo os seis vereadores do MDB, sigla que rompeu com a sua gestão. Os antecessores de um e de outro, Iris Rezende e Maguito Vilela, não embarcaram nessa roubada, que cria um respaldo político artificial e enganoso para qualquer gestão.
CHANCES DE BALDY DISPUTAR O SENADO NA COLIGAÇÃO LIDERADA PELO DEM SÃO IGUAIS A ZERO
Com um histórico de envolvimento com irregularidades e denúncias já formalizadas na Justiça por corrupção, que não é possível enumerar aqui por falta de espaço, o presidente estadual do PP Alexandre Baldy pode tirar o cavalo da chuva: sua chance de se candidatar ao Senado, pelo menos na coligação liderada pelo DEM do governador Ronaldo Caiado, é igual a zero. Se quiser tentar, terá que procurar alguma outra aliança, tipo, por exemplo, a aventura liderada pelo ex-prefeito de Trindade e empresário Jânio Darrot. Mas venhamos e convenhamos: Baldy não tem o chamado perfil majoritário, indispensável para disputar o pleito senatorial. Em matéria de densidade eleitoral, já foi deputado federal, mas isso equivale a nada, já que “comprou” o mandato e não o conquistou através de uma verdadeira e autêntica liderança política.
CADÊ A FUNDAÇÃO COM O NOME DE MAGUITO QUE DANIEL VILELA ANUNCIOU?
Começou nesta semana o projeto de visibilidade do ex-deputado federal e atual presidente estadual do MDB Daniel Vilela: um videocast, ferramenta que tradicionalmente não alcança audiência significativa, mesmo anunciado com estardalhaço, como é o caso (o título sugere alguma coisa gastronômica, “Pequi melhor do que Sushi”, um novo “Cozinhando com dona Iris”). Em outra frente, o emedebista falou em implantar uma fundação, com o nome do seu pai, para atuar na assistência social – que, explica, teria sido uma das bandeiras das gestões de governo que Maguito Vilela fez (o que, notem bem, leitora e leitor, está longe de ser uma verdade; voltaremos a esse assunto). O rapaz pretende ainda criar um canal nas mídias sociais, para falar de assuntos que misturam política com a modernidade. Além do videocast, a conferir se será mantido ou não, vale lembrar que fundações são um tipo de instituição pública que requer acompanhamento legal e sistemático do Ministério Público, do qual, como se sabe, políticos em geral têm horror. Nenhum fará qualquer coisa, jamais, para enfiar a cabeça na boca de um dragão que atua fora dos seus controles. Isso, inclusive, explica a ausência de fundações em Goiás – são pouquíssimas, em torno de 10, todas rigorosamente fiscalizadas e até engessadas por promotores especializados no assunto. Em matéria de canal na internet para debater ideias até que se trata de uma boa ideia. O difícil será arranjar quem se interesse por conversa mole em um meio onde o que arrasta audiência é uma mistura de criatividade com falta de inteligência.
MEIRELLES VAI “INVESTIR PESADO” NA CANDIDATURA A SENADOR POR GOIÁS
Uma frase que o deputado federal Francisco Jr deixou escapar, durante as numerosas entrevistas que acompanharam a visita protocolar do ex-ministro e atual secretário de Fazenda de São Paulo Henrique Meirelles a Goiânia, na semana passada, depois de no mínimo sete anos de ausência, diz tudo sobre o quanto o projeto da candidatura ao Senado é um desvirtuamento nocivo da política. “Ele está disposto a investir pesado”, informou Francisco Jr, o que significa que não vai faltar dinheiro para a campanha de Meirelles e a contratação das dobradinhas que vai estabelecer com todos – notem bem, leitoras e leitores: TODOS – os candidatos a deputado estadual e federal que aceitarem apoiar o seu nome em troca de compensação monetária, o que significa dizer que será a maioria esmagadora deles. Foi assim que o banqueiro que nunca teve banco conquistou (comprou) a sua vaga na Câmara em 2002, quando deixou de ser um ilustre desconhecido para se transformar no mais votado da bancada goiana (lembrando que não assumiu um único dia, tendo renunciado para assumir a presidência do Banco Central a convite do então presidente Lula e cargo no qual, aliás, não deu a mínima para Goiás). Meirelles não sabe pedir votos, mas, comprar, isso ele faz muito bem, apesar dos mais de R$ 40 milhões oficialmente declarados que torrou com a sua fracassada candidatura a presidente da República.
REFIS DE ROGÉRIO CRUZ: QUEM PAGA IPTU EM DIA EM GOIÂNIA É UM OTÁRIO
O Refis aprovado pelo prefeito não eleito Rogério Cruz comprova que só otários pagam o IPTU e outros impostos municipais em dia em Goiânia. As multas e juros foram praticamente zerados, ficando entre 90 e 99% na maioria dos casos. Em alguns casos, como nas taxas de licença em atraso, os valores originais serão reduzidos em 50%, algo nunca visto antes em programas de renegociação fiscal e verdadeiro desestímulo para quem quita suas obrigações na data. As pendências poderão ser parceladas, sem necessidade de entrada. Dispensando qualquer pudor, o próprio Paço Municipal admite que esse novo Refis oferece as maiores vantagens da história a quem estiver inadimplente o município. Se você, cidadã ou cidadão goianiense, paga corretamente se3us débitos com a cidade, saiba que a prefeitura acha que você é trouxa e está fazendo um péssimo negócio.
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