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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 30 de janeiro de 201

30/01/2019 às 07h00


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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ELEIÇÃO PARA PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA: AGORA É TUDO OU NADA

Entrou em suas horas finais o processo de escolha do presidente da Assembleia, segundo cargo mais importante da hierarquia política de Goiás, só perdendo para o de governador. Em sessão especial no próximo dia 1º, sexta-feira, os 41 deputados estaduais vão definir o nome do novo comandante do Poder, que tem influi com força na governabilidade do Executivo e dá tranquilidade das suas decisões. Álvaro Guimarães, do DEM, o nome preferido por Ronaldo Caiado, continua no páreo, mas muito ameaçado por uma articulação que pode reunir o número de votos necessários e colocar no seu lugar Lissauer Vieira, do PSB, ou algum outro nome produzido de última hora. Nada está descartado, nem mesmo um acordo final com o próprio Álvaro Guimarães, mas uma coisa certa: a oposição, embora com peso na influir no processo, não tem chances de emplacar um dos seus parlamentares. É consenso que o próximo presidente deve ser alguém minimamente identificado com Caiado, porém não obrigatoriamente ungido por ele.

 

PRIORIDADE DO NOVO GOVERNO AINDA É FAZER UM DIAGNÓSTICO

A cobrança sobre o governador Ronaldo Caiado por medidas mais consistentes nos seus passos iniciais na gestão estadual esquece-se do pouco tempo de mandato que ele tem: só agora vai completar o seu primeiro mês, depois de receber dos seus antecessores um verdadeiro caos administrativo e financeiro. Pode ser que, dentro dessa realidade, tenha sido difícil enxergar um rumo a seguir, com Caiado sendo obrigado a mergulhar em um esforço para chegar a um diagnóstico da real situação do governo. Isso, pouco a pouco, é o que está em andamento, aliás conforme tem dito o próprio governador, que deve também trazer algum tipo de consultoria para formular um plano de metas para o Estado, a exemplo de Ratinho Jr., no Paraná, que encomendou o seu ao consagrado economista Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do BNDES.

 

DEPUTADOS COMBINAM NÃO ATENDER TELEFONEMAS DE MARCONI

Bastidores da Assembleia: os deputados envolvidos na articulação para tentar eleger o novo presidente da Casa, em oposição à candidatura de Álvaro Guimarães, decidiram conjuntamente não atender aos telefonemas do ex-governador Marconi Perillo, para evitar a contaminação do movimento. Marconi tem ligado freneticamente para muitos deles, especialmente depois que o governador Ronaldo Caiado esteve na Casa e se desentendeu com alguns deputados, durante um debate sobre a situação financeira do Estado, gerando repercussões na disputa pela presidência. Estranhamente, o esquema de comunicação do tucano-mor de Goiás continua se esforçando para promover Álvaro Guimarães, nome preferidíssimo por Ronaldo Caiado – condição que, imaginava-se, faria com que Marconi e seus aliados trabalhassem duramente contra ele.

 

CALOTE DO GOIÁS NA FRENTE EJETOU ZÉ ELITON DA POLÍTICA

O ex-governador Zé Eliton não tem condições de retornar à política, especialmente diante de dois fatos: 1) as transferências de recursos que fez, no apagar das luzes da sua gestão, para garantir obras do seu interesse pessoal, como a pavimentação da rodovia que passa pela sua fazenda no nordeste goiano e 2) o calote que aplicou em cerca de 150 prefeitos, que assinaram convênios com o programa Goiás na Frente e por conta disso licitaram e iniciaram projetos, mas não receberam as verbas acertadas. Para piorar, logo após perder a eleição, Zé reuniu esses prefeitos para um grande almoço no Palácio das Esmeraldas e prometeu de viva voz que os repasses seriam efetuados antes do final do seu governo. Quem acreditou, dançou. Tem prefeito, como de Jataí, enrolado com dívidas superiores a R$ 3,5 milhões com empreiteiros.

 

JANEIRO VIOLENTO TRAZ A INSEGURANÇA PARA O 1º PLANO

Para azar do governador Ronaldo Caiado e do seu secretário de Segurança Rodnei Miranda, uma onda de crimes violentos e bárbaros vem ocorrendo em Goiás – comprometendo o discurso da nova gestão de que havia chegado a hora da paz e da tranquilidade para os goianos. A culpa, obviamente, não é do governo, mas é ele que paga pelos reflexos negativos, principalmente com o forte noticiário dos meios de comunicação sobre essas ocorrências. De duas semanas, Goiás registrou 9 assassinatos extremamente bárbaros: 3 decapitações, morte e vilipêndio do cadáver de uma motorista de aplicativo, 3 jovens chacinados e pai e filho fulminados a tiros em uma fazenda de Cachoeira de Goiás. Os programas jornalísticos de maior audiência do meio-dia não falam de outro assunto: janeiro é o mês mais violento dos últimos 2 anos. Sob pressão, o secretário Rodnei Miranda parou de dar declarações prometendo respostas rápidas e se esforça para tentar avançar na sua difícil e delicada área de governo.

 

AUMENTOS SALARIAIS ABREM NOVA E BOA FASE PARA CAIADO

Surpresa, mas surpresa grande mesmo, foi o que trouxe o pacote de medidas do governador Ronaldo Caiado com aumentos e benesses para largas faixas do funcionalismo estadual, implicando em aumento mensal de despesas entre R$ 50 e 60 milhões. Diante do discurso de calamidade financeira, ninguém esperava o que o governador anunciou na sua entrevista coletiva da última segunda-feira, 28 de janeiro. Agora, só falta o pagamento do que resta de dezembro – e o que se poderá dizer é que o
Goiás retornou à normalidade.

 

EM RESUMO

  • Há uma disputa de poder entre Adriano Rocha Lima, da Secretaria de Desenvolvimento & Inovação, e Wilder Morais, titular da recém-criada pasta da Indústria & Comércio, para ver quem fica com o Produzir.

 

  • O novo governo apura denúncia de que as faculdades e universidades particulares inflavam as mensalidades cobradas dos seus alunos do Bolsa Universitária, para efeito de receber mais recursos do programa.

 

  • Sem indicar ninguém no novo governo, o prefeito de Catalão Adib Elias não reclama porque é o único atendido por Ronaldo Caiado até agora, com a doação de 50% dos R$ 11 milhões a obra do anel viário da cidade.

 

  • Foi o ex-governador Marconi Perillo quem mandou a sua ex-secretária de Educação Raquel Teixeira apresentar o nome para a presidência estadual do PSDB, em substituição a Giuseppe Vecci. É ela que Marconi quer.

 

  • Valéria Torres, a antropóloga pernambucana que Ronaldo Caiado escolheu para a Secretaria de Comunicação, chega de mudança até quinta-feira e daí em diante mergulha de cabeça na complexa área que vai gerenciar.

 

  • A ameaça dos dissidentes caiadistas de buscar na cúpula nacional uma intervenção o MDB de Goiás assustou os Vilelas, Maguito e Daniel, que controlam o partido. Eles estão em Brasília para tentar esvaziar a manobra.

 

  • Chegou ao governador Ronaldo Caiado um recado da senadora findante Lúcia Vânia: ela não vai mais se aposentar e, se ele quiser, está pronta para colaborar com a sua gestão, especialmente nos contatos em Brasília.

 

  • O prefeito Roberto Naves, de Anápolis, entrou em desespero: para tentar a difícil e quase impossível reeleição, vai sair do PSB e gostaria de um partido próximo a Ronaldo Caiado. Que, consultado, não se interessou.

 

  • O compliance que o novo governo diz estar implantando em todas as  secretarias consiste apenas na avaliação e aprovação prévia de todos os processos administrativos e financeiros por um procurador do Estado.