ELEIÇÃO PARA PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA: AGORA É TUDO OU NADA
Entrou em suas horas finais o processo de escolha do presidente da Assembleia, segundo cargo mais importante da hierarquia política de Goiás, só perdendo para o de governador. Em sessão especial no próximo dia 1º, sexta-feira, os 41 deputados estaduais vão definir o nome do novo comandante do Poder, que tem influi com força na governabilidade do Executivo e dá tranquilidade das suas decisões. Álvaro Guimarães, do DEM, o nome preferido por Ronaldo Caiado, continua no páreo, mas muito ameaçado por uma articulação que pode reunir o número de votos necessários e colocar no seu lugar Lissauer Vieira, do PSB, ou algum outro nome produzido de última hora. Nada está descartado, nem mesmo um acordo final com o próprio Álvaro Guimarães, mas uma coisa certa: a oposição, embora com peso na influir no processo, não tem chances de emplacar um dos seus parlamentares. É consenso que o próximo presidente deve ser alguém minimamente identificado com Caiado, porém não obrigatoriamente ungido por ele.
PRIORIDADE DO NOVO GOVERNO AINDA É FAZER UM DIAGNÓSTICO
A cobrança sobre o governador Ronaldo Caiado por medidas mais consistentes nos seus passos iniciais na gestão estadual esquece-se do pouco tempo de mandato que ele tem: só agora vai completar o seu primeiro mês, depois de receber dos seus antecessores um verdadeiro caos administrativo e financeiro. Pode ser que, dentro dessa realidade, tenha sido difícil enxergar um rumo a seguir, com Caiado sendo obrigado a mergulhar em um esforço para chegar a um diagnóstico da real situação do governo. Isso, pouco a pouco, é o que está em andamento, aliás conforme tem dito o próprio governador, que deve também trazer algum tipo de consultoria para formular um plano de metas para o Estado, a exemplo de Ratinho Jr., no Paraná, que encomendou o seu ao consagrado economista Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do BNDES.
DEPUTADOS COMBINAM NÃO ATENDER TELEFONEMAS DE MARCONI
Bastidores da Assembleia: os deputados envolvidos na articulação para tentar eleger o novo presidente da Casa, em oposição à candidatura de Álvaro Guimarães, decidiram conjuntamente não atender aos telefonemas do ex-governador Marconi Perillo, para evitar a contaminação do movimento. Marconi tem ligado freneticamente para muitos deles, especialmente depois que o governador Ronaldo Caiado esteve na Casa e se desentendeu com alguns deputados, durante um debate sobre a situação financeira do Estado, gerando repercussões na disputa pela presidência. Estranhamente, o esquema de comunicação do tucano-mor de Goiás continua se esforçando para promover Álvaro Guimarães, nome preferidíssimo por Ronaldo Caiado – condição que, imaginava-se, faria com que Marconi e seus aliados trabalhassem duramente contra ele.
CALOTE DO GOIÁS NA FRENTE EJETOU ZÉ ELITON DA POLÍTICA
O ex-governador Zé Eliton não tem condições de retornar à política, especialmente diante de dois fatos: 1) as transferências de recursos que fez, no apagar das luzes da sua gestão, para garantir obras do seu interesse pessoal, como a pavimentação da rodovia que passa pela sua fazenda no nordeste goiano e 2) o calote que aplicou em cerca de 150 prefeitos, que assinaram convênios com o programa Goiás na Frente e por conta disso licitaram e iniciaram projetos, mas não receberam as verbas acertadas. Para piorar, logo após perder a eleição, Zé reuniu esses prefeitos para um grande almoço no Palácio das Esmeraldas e prometeu de viva voz que os repasses seriam efetuados antes do final do seu governo. Quem acreditou, dançou. Tem prefeito, como de Jataí, enrolado com dívidas superiores a R$ 3,5 milhões com empreiteiros.
JANEIRO VIOLENTO TRAZ A INSEGURANÇA PARA O 1º PLANO
Para azar do governador Ronaldo Caiado e do seu secretário de Segurança Rodnei Miranda, uma onda de crimes violentos e bárbaros vem ocorrendo em Goiás – comprometendo o discurso da nova gestão de que havia chegado a hora da paz e da tranquilidade para os goianos. A culpa, obviamente, não é do governo, mas é ele que paga pelos reflexos negativos, principalmente com o forte noticiário dos meios de comunicação sobre essas ocorrências. De duas semanas, Goiás registrou 9 assassinatos extremamente bárbaros: 3 decapitações, morte e vilipêndio do cadáver de uma motorista de aplicativo, 3 jovens chacinados e pai e filho fulminados a tiros em uma fazenda de Cachoeira de Goiás. Os programas jornalísticos de maior audiência do meio-dia não falam de outro assunto: janeiro é o mês mais violento dos últimos 2 anos. Sob pressão, o secretário Rodnei Miranda parou de dar declarações prometendo respostas rápidas e se esforça para tentar avançar na sua difícil e delicada área de governo.
AUMENTOS SALARIAIS ABREM NOVA E BOA FASE PARA CAIADO
Surpresa, mas surpresa grande mesmo, foi o que trouxe o pacote de medidas do governador Ronaldo Caiado com aumentos e benesses para largas faixas do funcionalismo estadual, implicando em aumento mensal de despesas entre R$ 50 e 60 milhões. Diante do discurso de calamidade financeira, ninguém esperava o que o governador anunciou na sua entrevista coletiva da última segunda-feira, 28 de janeiro. Agora, só falta o pagamento do que resta de dezembro – e o que se poderá dizer é que o
Goiás retornou à normalidade.
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