POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt
AS INCRÍVEIS CRÍTICAS DE ZÉ ELITON AO PSDB
Pegou mal a entrevista em que o governador e candidato derrotado à sua própria sucessão Zé Eliton (humilhado na eleição com um 3º lugar, atrás de Daniel Vilela) fez críticas ao PSDB e apontou caminhos para a sua “renovação”. Zé é filiado ao partido, mas só por conveniência, já que estava no PP (e antes no DEM) e só adotou a legenda interessado em não criar obstáculos e arestas para a sua candidatura. Na campanha, portou-se como um fiasco eleitoral e acabou assumindo o anunciado papel de “coveiro” não só do PSDB, mas de toda a base aliada – o denominado Tempo Novo. Não tem a menor autoridade, portanto, para dar aulas sobre como os tucanos de Goiás devem se comportar daqui para frente, depois do desastre que colheram nas urnas sob sua “liderança”.
LINCOLN TEJOTA COORDENA A ASSEMBLEIA
O articulador de Ronaldo Caiado para a Assembleia Legislativa é o vice-governador eleito Lincoln Tejota, cronologicamente jovem, mas uma raposa experimentada e felpuda em termos de ambiente parlamentar. É claro que a sua primeira missão é o encaminhamento da eleição do novo presidente do Legislativo, que, a menos que ocorra uma calamidade, será Álvaro Guimarães – o decano da Casa. O novo governo terá forte dependência em relação à Assembleia em seus dias iniciais, diante da necessidade de agir com rapidez para implantar sua visão administrativa e fazer a necessária correção de rumos em relação ao caos vigente atualmente no Estado.
DANIEL VILELA SEM LENÇO E SEM DOCUMENTO
Em toda a sua carreira política, Daniel Vilela sempre teve o apoio e a segurança que o pai Maguito garantia. Agora, depois da derrota para o governo, apesar da vitória política da conquista do 2º lugar, os seus próximos passos se darão em condições diferentes: da estrutura montada por Maguito, restou apenas o controle vacilante sobre o prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, que enfrenta baixíssima aprovação popular. Daniel vai ter que se virar sem mandato (e, logo, sem tribuna), sem o controle do MDB (está na presidência, mas permanentemente confrontado pelos dissidentes caiadistas) e sem deputados ou prefeitos ma sua base de apoio. Em palavras mais duras, vai para a planície – sem lenço e sem documento.
TALLES SERÁ EXPOENTE DA NOVA ASSEMBLEIA
Talles Barreto está se revelando o mais bem articulado e experimentado parlamentar da nova Assembleia que tomará posse em 1º de fevereiro próximo. Mesmo assim, não tem chances de ser o próximo presidente, intenção que chegou a manifestar, pois está no PSDB. De qualquer forma, terá lugar garantido como uma das vozes mais influentes da Casa. Este será o seu 3º mandato (no 1º, assumiu como suplente, elegendo-se para o 2º). Dependerá dele a decisão de assumir a função de líder da oposição, tarefa que, aparentemente, não se casa com o seu perfil de equilíbrio e moderação – já tendo anunciado, inclusive, que não pretende ser “oposição por oposição”.
A HISTÓRIA ESTÁ FAZENDO JUSTIÇA A ALCIDES
Ninguém ficou mais feliz com o resultado eleições do que o ex-governador Alcides Rodrigues, que ganhou uma cadeira na Câmara Federal. Ele considera que recebeu a reparação devida pelas injustiças e perseguições de que foi vítima durante e após o seu governo. Quem diria: enquanto Marconi Perillo está na rua da amargura comendo o pão que o diabo amassou, Alcides circula pela cena política estadual cercado de consagração e respeito. É um caso raro de mudança de expectativas proporcionado pelo julgamento da História, que agora vai recolocar o ex-governador no lugar que sempre mereceu (o que já se sugeria quando ele terminou o seu tempo no Palácio das Esmeraldas com praticamente o dobro da aprovação popular que Marconi teve ao deixar o 4º e último governo).
AULA DE OPOSIÇÃO NÃO SERVIU PARA CAROÇO
A definição pró-Ronaldo Caiado do deputado estadual Sebastião Caroço, eleito pelo PSDB, teve a “ajuda” do governador Zé Eliton. É que Caroço ficou muito irritado com uma reunião no Palácio das Esmeraldas, em que Zé deu uma aula aos atuais e futuros parlamentares sobre como fazer oposição ao novo governo. Lá mesmo, ele avisou que adotaria uma postura diferenciada, informou que tem amizade de décadas com Ronaldo Caiado e anunciou que, na Assembleia, não vai abrir mão de apoiar projetos e medidas que considere a favor dos interesses dos goianos. A fala de Caroço, pela contundência, deixou o governador embasbacado e sem reação.
DESEMPREGO ATINGIRÁ FAMÍLIA DA RAQUEL TEIXEIRA
Um exército de desempregados tomará as ruas de Goiás no início do ano que vem: são os milhares de comissionados (que, aliás, podem ser demitidos a qualquer momento pelo próprio governador Zé Eliton, no todo ou em parte) e as centenas e centenas de ocupantes de cargos privilegiados de direção e beneficiários de prebendas governamentais (como a participação muito bem remunerada em conselhos de administração de estatais goianas). Em alguns casos, famílias inteiras serão atingidas, como a da candidata derrota a vice Raquel Teixeira, ela própria ocupando uma secretária extraordinária, uma filha em uma superintendência da pasta da Educação e um filho conselheiro de empresa pública, tudo ao arrepio da lei do nepotismo.
EM RESUMO
Foto: Y. Maeda
