ADESÃO AO DECRETO ESTADUAL FOI INTELIGENTE: ROGÉRIO CRUZ ISOLA MENDANHA E O MDB E MOSTRA INDEPENDÊNCIA
O prefeito de Goiânia Rogério Cruz acertou vários alvos ao decidir pela adesão ao decreto do governador Ronaldo Caiado que instituiu o revezamento 14x14 do comércio, indústria e serviços no Estado. É provável que o MDB tenha pressionado no sentido de que ele acompanhasse o polêmico escalonamento intermitente por regiões que o prefeito Gustavo Mendanha adotou em Aparecida, hoje sob forte questionamento por permitir aglomerações que estimulam a propagação do coronavírus. Mas ele preferiu se alinhar com Caiado, em uma espécie de grito de independência em relação ao controle emedebista sobre o Paço Municipal, sendo inclusive recompensado com os aplausos das entidades classistas, a exemplo da FECOMÉRCIO, que acabaram criticando o modelo de Aparecida como nocivo para os negócios. Não é exagero dizer: desde que tomou posse, foi a primeira vez que Cruz agiu com independência e autonomia, impondo a sua autoridade e, digamos assim, o seu jeito de governar. Saiu-se muito bem e deve a partir de agora mostrar um novo estilo de exercício do poder na capital.
VANDERLAN INSISTE EM DENUNCIAR A “FRAUDE” NA ELEIÇÃO EM GOIÂNIA
O senador Vanderlan Cardoso não desistiu de denunciar o estelionato eleitoral do ano passado na eleição para prefeito de Goiânia, quando o MDB escondeu as informações reais sobre o estado de saúde do candidato Maguito Vilela e ocultou, na campanha, a presença do vice Rogério Cruz, naquela época já vivendo a perspectiva de assumir. O senador e candidato derrotado do PSD continua definindo o que aconteceu como “uma fraude”, no que tem toda razão, do ponto de vista político, já que o eleitorado goianiense foi induzido a erro na escolha de um candidato que não tinha condições físicas para assumir e governar, como acabou se comprovando. Lembrai-vos: Daniel Vilela, naquele momento, prometeu processar Vanderlan, mas até hoje não tomou nenhuma providência nesse sentido – o que reforça ainda mais as suspeitas de que, dentro do MDB, havia e há consciência de que houve, sim, uma manipulação para desvirtuar o resultado da eleição.
FIEG E ADIAL QUEREM COMPRAR VACINAS, MAS SÓ PARA TRABALHADORES INDUSTRIAIS
A FIEG e a ADIAL, que congregam a nata do grande empresariado, até que se esforçam, mas até agora não conseguiram objetivar nenhuma ajuda de expressão para o combate à Covid-19 em Goiás. As duas entidades estão falando em comprar 300 mil vacinas, mas vêm com maus olhos a obrigação de doar 50% para o SUS, preferindo ficar com todas para imunizar os trabalhadores dos maiores grupos industriais do Estado. De qualquer modo, já seria alguma coisa, mas, como, até agora, não saiu nada de importante dessas duas entidades para apoiar a luta contra o coronavírus no Estado, é de se apostar que essa ideia de aquisição dos 300mil imunizantes não vai sair do plano das intenções e dar em nada.
CAIADO GANHA PROJEÇÃO EM REUNIÃO EM BRASÍLIA COMO” PORTAVOZ DA SENSATEZ”
O governador Ronaldo acabou se destacando na reunião dos representantes dos Poderes da República, em Brasília, para tratar do combate à Covid-19, com um discurso que a partir de agora justifica, para ele, o título de “portavoz da sensatez”. Dos governadores presentes, Caiado foi o único a falar, encerrando o encontro. Antes dele, manifestaram-se o presidente Jair Bolsonaro, o presidente do Senado Rodrigo Pacheco, o presidente da Câmara Arthur Lira e o presidente do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux, dentre outras autoridades presentes. Compareceram ainda representantes de órgãos autônomos da União, como a Procuradoria Geral da República e o Tribunal de Contas da União. As palavras do governador goiano, que gastou apenas 2min51s para dar o seu recado, tiveram grande repercussão ao basicamente propor que todas as esferas da gestão pública no Brasil se unissem em torno das ideias comuns, desprezando os eventuais pontos de discordância quanto ao enfrentamento à pandemia. Com o acerto do seu pronunciamento, Caiado mais uma vez projeta sua liderança na condução das ações contra a pandemia, territorialmente restrita a Goiás, porém conhecida pelo conjunto da nação. Mas esse é um resultado a que ele, provavelmente, não dá grande importância. O que ele pode ter conseguido de vitória, agora, foi enquadrar o presidente da República e fixar o seu compromisso com o caminho reto na batalha contra o coronavírus. Parece que, nisso, o governador se saiu muito bem.
INVENTÁRIO APONTA 89 OBRAS QUE IRIS REZENDE DEIXOU INACABADAS
O prefeito não eleito de Goiânia Rogério Cruz espantou-se ao tomar conhecimento do inventário das obras inacabadas deixadas pelo seu antecessor Iris Rezende. Pasmem, leitoras e leitores, são 89, algumas em estágio inicial e com tudo por fazer, enquanto outras, da maior importância, como o viaduto da Jamel Cecílio, estão com apenas 30% de execução feita e ainda cheirando a execução imperfeita. No conjunto, nenhuma com mais de 60% do cronograma realizado. E mais, tudo exigindo investimentos que podem superar R$ 500 milhões, dinheiro que não existe nos cofres do município – os mesmos que Iris garantiu que deixaria com R$ 1,2 bilhão de disponibilidade, mas na verdade foram encontrados raspados pela atual administração. É por isso que, hoje, no Paço Municipal, causa reação negativa a pronúncia do nome de Iris, podendo as leitoras e os leitores observar que, em três meses de mandato, o ex-prefeito simplesmente nunca foi citado por Rogério Cruz, a pretexto nenhum.
CAIADO PODE TER MDB, REPUBLICANOS E PSD NA SUA COLIGAÇÃO EM 2022
Focado agora no combate à pandemia da Covid-19, o governador Ronaldo Caiado (DEM) programou para janeiro as conversações para a composição da aliança com os partidos visando a sua reeleição em 2022. Três grandes partidos da oposição – MDB de Daniel Vilela, Republicanos de Rogério Cruz e PSD de Vilmar Rocha – deverão se sentar à mesa com Caiado para discutir apoio à recandidatura do democrata. Há mais. Parte da esquerda deve também convergir com a chapa da reeleição liderada pelo DEM: o PSB, presidido em Goiás pelo deputado federal Elias Vaz e o PV, comandado por Cristiano Cunha, estão a caminho de ingressar na aliança partidária que vai bancar mais um mandato para o governador. Caiado, que já conta com o respaldo de 13 partidos, tem a possibilidade de agregar mais 8 legendas ao seu palanque, o que vai fragilizar ainda mais a oposição - restrita assim a alguns partidos de esquerda, como o PT e PCdoB, e legendas de centro, como o PSDB, e à direita, como o PSL. Toda essa movimentação deverá resultar no fortalecimento da nova candidatura do atual governador e, mais ainda, na condição de favorito absoluto.
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