VISITA DE MEIRELLES A GOIÁS FOI UM FIASCO, EM CLIMA FRIO, SEM DESPERTAR ENTUSIASMO
A visita do ex-ministro e atual secretário de Fazenda de São Paulo a Goiás, na última sexta, 25, deu-se em meio a um ambiente frio, talvez até gelado. Não houve manifestações de entusiasmo nem quebra do formalismo das poucas conversas, em especial a mais importante delas, com o governador Ronaldo Caiado, no Palácio das Esmeraldas. O encontro, seguido de declarações apenas cordiais dos participantes, piorou as expectativas que cercam a pretensão de Meirelles de se candidatar a senador pelo Estado, mesmo sendo um estranho no ninho -ambição que ele próprio já defendeu com mais ênfase, substituída agora por evasivas do tipo “vamos ver na hora certa” e “talvez, quem sabe, é uma possibilidade”. Uma comprovação saltou evidente: não será fácil para o banqueiro que nunca foi dono de banco algum, mas de qualquer forma se tornou miliardário, construir o seu projeto eleitoral às custas das goianas e dos goianos. Por mais que todos os envolvidos com a ideia se desdobrem em esforços para justificar a candidatura, como o senador Vanderlan Cardoso, parece cada dia mais difícil. empurrar Meirelles goela abaixo do eleitorado estadual e pior ainda na medida em que surgirem contestações, como a do deputado federal Zacharias Calil, que teve grande repercussão ao lembrar que “Goiás não é mais capitania de São Paulo” para criticar a imposição do nome do ex-ministro nas eleições do ano que vem. O resumo da visita é um só: se já estava ruim para o ex-capo da JBS-Friboi, agora ficou péssimo.
TALLES BARRETO COMEÇOU A CARREIRA COM CAIADO E ESTÁ PRONTO PARA VOLTAR ÀS ORIGENS
O deputado estadual Talles Barreto pode, sim, deixar o PSDB e retornar às suas origens, ingressando no Democratas: no passado, Talles passou anos no PFL, próximo a Ronaldo Caiado na condição de presidente da juventude pefelista. Pouca gente sabe que, quando Caiado assumiu o governo, em janeiro de 2019, o deputado se preparou para ser abordado pelo Palácio das Esmeraldas e conversar sobre a sua reconversão, mas surpreendentemente não houve nenhuma iniciativa nesse sentido. Ele, Talles, não se dá bem com o ex-governador Marconi Perillo e menos ainda com o ex-vice e também ex-governador José Eliton, que hoje preside o PSDB em Goiás. Após a derrota dos dois, em 2018, Talles propugnou por uma autocrítica do tucanato estadual e pela abertura de espaço para reoxigenação da sigla, com a redução do espaço dos derrotados, mas não foi ouvido e nem minimamente levado em consideração. Mais um ponto: na sua base eleitoral de quase 40 prefeitos é praticamente unânime a opinião – e a pressão – para que se transfira para o DEM (ou outro partido da base governista), quando chegar a janela partidária (abril do ano que vem), e assim possa disputar com chances a reeleição.
MENDANHA CARECE DE PERPSECTIVA HISTÓRICA E MATURIDADE PESSOAL
O Jornal Opção ouviu sondou fontes próximas ao prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha e concluiu: “No fundo, o prefeito acredita que, mesmo com desgaste, o ex-governador Marconi Perillo ainda tem alguma força política no interior”. O texto faz uma advertência a Gustavo Mendanha: “Está faltando a compreensão de que o ciclo histórico do grupo de Marconi Perillo passou. Não se ergue aquilo que, do ponto de vista da história, ficou no passado”. Segundo o jornal, “Mendanha carece de perspectiva histórica e maturidade pessoal”, o que complementa a crítica que foi feita a ele pelo deputado federal Major Vitor Hugo: “É um rapaz que não tem posicionamento ideológico”.
CAIADO E ROGÉRIO CRUZ DESENVOLVEM RELAÇÃO COM DESDOBRAMENTOS EM 2022
A aproximação entre o governador Ronaldo Caiado e o prefeito Rogério Cruz é real, atendendo também a orientação da direção nacional do Republicanos. A aliança para 2022 é o desdobramento lógico e irreversível da boa relação entre os dois, que combinaram até uma agenda semanal, quando possível, de eventos comuns em Goiânia – com vistas a dar visibilidade para ambas as gestões.
SEGREDO DE POLICHINELO DENTRO DO MDB: ALIANÇA COM CAIADO SÃO FAVAS CONTADAS
Apesar de até ter recebido uma visita do ex-governador Marconi Perillo, logo após o rompimento com o prefeito de Goiânia Rogério Cruz, o presidente estadual do MDB Daniel Vilela nunca amoleceu, sempre repetiu e continua repetindo que é “impossível” uma aliança com o PSDB em 2022. Estrategicamente, o filho e herdeiro político de Maguito Vilela ressalta que o governador Ronaldo Caiado, “um homem de bem, decente, que se esforça para fazer um bom governo”, provando que é hoje mais conciliador, tolerante e um pouco menos propício a radicalismos. “Tenho que ser mais Maguito e menos Daniel”, foi a frase emblemática que disse ao Jornal Opção e que agora lembra com frequência. No MDB goiano, é segredo de polichinelo que o futuro do partido está em uma coligação com o DEM, que já houve em 2014, quando Caiado ganhou o mandato de senador, com o próprio Daniel aparecendo na chapa da reeleição como vice, segundo se diz abertamente entre eles, os emedebistas.
VETO DE ADIB ELIAS A DANIEL VILELA NA CHAPA DA REELEIÇÃO É FÁCIL DE SER CONTORNADO
Mesmo afastado da linha de frente da política estadual, o ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende não para de articular a favor da aliança do seu partido, o MDB, com o DEM do governador Ronaldo Caiado, em 2022. Iris tem chamado os emedebistas mais próximos a ele e delegado missões, em especial no sentido de apagar focos de incêndio como o aceso pelo prefeito de Catalão Adib Elias – que é contra a composição e mais ainda diz não aceitar a indicação de Daniel Vilela para a vice na chapa da reeleição de Caiado. Corre uma avaliação de que Adib, na verdade, está buscando holofotes, por um lado, e valorizar a sua posição, por outro, com vistas a conquistar espaço para a candidatura a deputada federal da sua consorte Adriete Elias, de quem esteve separado por um tempo, mas agora reatado. Pode ser que sim, pode ser que não. No entanto, havendo interesses pessoais específicos por trás, é sempre mais fácil alcançar uma solução para os desafios que se colocam na política. Se for o caso, o obstáculo estará removido até o momento oportuno, que virá a partir do final do ano.
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