SEM UMA REFERÊNCIA DE PESO E IDEIAS, OPOSIÇÃO NÃO VAI PROSPERAR EM 2022
Para se organizar minimamente e ganhar uma chance de enfrentar a reeleição do governador Ronaldo Caiado no ano que vem, de cabeça erguida, a oposição terá que encontrar uma referência de peso para encarnar o seu projeto – tanto quanto, por outro lado, arranjar esse projeto e definir o seu conteúdo. No cenário atual, as perspectivas são desoladoras. Gente como o ex-governador Marconi Perillo, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás – FIEG Sandro Mabel ou o prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha não ajuda e de certa forma até atrapalha, como é o caso de Marconi, ainda não recuperado do intenso desgaste a que foi submetido a partir das suas desventuras eleitorais e judiciais advindos da derrota para o Senado em 2018 e das investigações policiais que o tiveram como alvo. A essas três figuras – o tucano, Mabel e Mendanha – tudo indica que poderá se acrescentar o tenebroso Alexandre Baldy, outra personagem enrolada em denúncias de propinas e ilegalidades. O quarteto talvez tenha a adição do ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot, ficha limpa até agora, mas politicamente uma página em branco, sem eira nem beira. Desse jeito, leitoras e leitores, vai ficar fácil para Caiado conquistar mais um mandato.
ENTREVISTA DE MARCONI A RÁDIO DE CATALÃO SÓ TEM LEMBRANÇAS DO PASSADO
O ex-governador Marconi Perillo irrompeu em uma rádio de Catalão com uma entrevista, claro, recheada de críticas ao governador Ronaldo Caiado. Imediatamente, o secretário de Governo Ernesto Roller pediu e obteve espaço para responder. Bateu tanto que o tucano deve ter se arrependido de provocar a fera com vara curta. Do que o ex-governador disse, salta que continua sem um escopo de ideias para Goiás e se limita a relembrar o que acredita terem sido os bons tempos dos seus governos, coisa que já ficou no passado e com a qual ninguém se importa mais.
ELEIÇÕES 2022: ANTES DE CANDIDATURAS, É PRECISO UM PROJETO ALTERNATIVO
Afora o governador Ronaldo Caiado, que por si só representa um projeto de governo, dado que a sua candidatura pode ser resumida em dar prosseguimento à gestão que implantou, com abertura de novos horizontes (razão de ser de toda reeleição), os demais políticos envolvidos no debate sobre 2022 estão precisando dar mais atenção para o quesito ideias para Goiás. O prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha, por exemplo, apresenta-se como intérprete do “povo”, que desejaria um novo projeto para o Estado. Qual, ele não sabe dizer. Não é capaz nem mesmo de citar um ou dois pontos alternativos que poderiam ser colocados pela oposição a Caiado. O ex-governador Marconi Perillo, se fosse perguntado sobre esse vazio, responderia que o melhor para Goiás seria algum tipo de “volta” aos seus governos. Jânio Darrot e Sandro Mabel, grandes empresários, fogem como o diabo da cruz dessa questão. E Alexandre Baldy limita-se a colocar o PP em leilão, oferecendo o partido prioritariamente para o atual governador, que corretamente mantém distância, ou a quem interessar possa. De cabo a rabo, um deserto de propostas e visões para os dias que virão para as goianas e os goianos.
MAURO MIRANDA ESCORREGOU COM A FILHA DE IRIS, ANA PAULA
Um dos ícones da velha guarda do MDB (único partido que tem essa ala em Goiás), o ex-senador Mauro Miranda não teve coragem de falar pessoalmente com Iris Rezende, mas procurou a filha Ana Paula Rezende para condenar a aproximação e a possibilidade de uma aliança do partido com o DEM e o apoio à reeleição do governador Ronaldo Caiado. Falou, falou, até que a moça cortou a parlapatice com um golpe de sabre: “Nós vamos seguir o que o meu pai decidir. E o sr. deveria também”. Mauro, que foi para o Senado na garupa de Iris, em 1994, entendeu. Calou-se e calado permanecerá.
TODOS OS GOVERNADORES DO PASSADO TENTARAM O AJUSTE FISCAL, MAS...
O debate sobre o ajuste fiscal esfriou em Goiás. As vitórias no Supremo Tribunal Federal que abriram as portas do Regime de Recuperação Fiscal – RRF e a consequente redenção financeira para Goiás, consolidando em definitivo o fim de décadas e décadas de desequilíbrio entre receita e despesa, calaram a boca dos críticos e devem colocar o governador Ronaldo Caiado como o melhor que já administrou o Estado. Não é exagero, leitoras e leitores. Em dois anos e meio de gestão, Caiado conseguiu soluções que se aproximam de um milagre: na verdade, mesmo sem o RRF, já fez um ajuste fiscal eficiente e produtivo, na medida do que foi e é possível dentro dos limites legais e financeiros que recebeu ao assumir o Palácio das Esmeraldas. Seu trabalho pode ser colocado em pé de igualdade com o do governador de São Paulo Mário Covas, o primeiro no Brasil a organizar um Estado dentro dos moldes da responsabilidade fiscal – cujos resultados perduram ainda hoje, mais de 20 anos depois da profunda reforma que introduziu na máquina pública paulista. Mesmo adversários são obrigados a reconhecer que Goiás está assumindo uma posição diferenciada dentre os pares da Federação: Caiado faz o que todos os governadores que o antecederam sonharam fazer, mas não passaram nem perto.
TENDÊNCIA PRÓ-CAIADO DENTRO DO MDB É ABSOLUTAMENTE MAJORITÁRIA
Claro que o presidente estadual do MDB Daniel Vilela já tem garantido o sinal verde de todos os segmentos do partido para a aliança com o DEM e o apoio à reeleição do governador Ronaldo Caiado, que, inevitavelmente, incluirá a sua designação como vice na chapa que resultará do acordo. A Comissão Executiva, os presidentes de diretórios, os atuais prefeitos (menos o desorientado Gustavo Mendanha, de Aparecida), as grandes lideranças (a exemplo de Iris Rezende), vereadores das grandes cidades, ex-prefeitos e seja mais quem for, estão todos ansiosos pela efetivação do arranjo – que pode começar a produzir frutos imediatamente, com a incorporação de emedebistas ao secretariado de Caiado e aprofundamento de parcerias administrativas nos municípios sob gestão de filiados à sigla. Quem diz o contrário, está blefando, como foi o caso de Mendanha, que chegou a anunciar que 80% dos prefeitos estariam a favor da candidatura própria, mas depois se constatou que seria só ele e mais ninguém. Daniel Vilela vai promover algum tipo de consulta às bases? Vai. Mas nem precisa.
E PEDRO WILSON? NÃO PEDIR DESCULPAS PELO APOIO QUE DEU A BATTISTI?
Todos os políticos de esquerda que celebraram o terrorista assassino Cesare Battisti, enquanto estava refugiado no Brasil, já fizeram o mea culpa, inclusive o presidente Lula, depois que o italiano confessou seus crimes com riqueza de detalhes, na prisão do seu país onde cumpre pena perpétua. Todos, menos um: Pedro Wilson, que visitou Battisti na penitenciária da Papuda, em Brasília, quando era deputado federal, e dizem até que na ocasião beijou as mãos sujas de sangue do homicida. Ele, PW, esconde essa passagem que mancha sua história de cristão e humanista, qualidades que, como se viu, ele coloca abaixo das ideologias.
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