CÂMARA MUNICIPAL DE GOIÂNIA PRECISA DEIXAR DE SER UM PODER DESIMPORTANTE E SUPÉRFLUO
Há um desafio colocado para a Câmara Municipal de Goiânia: superar a mediocridade do seu papel na história da capital e mostrar alguma afinidade com os interesses das goianienses e dos goianienses, algo que a maioria esmagadora dos vereadores não sabe o que é e não se dispõe a fazer. Não é possível mais que 35 parlamentares municipais sigam sem contribuir com o debate sobre as propostas que vão definir o futuro dessa incipiente metrópole de mais de 1,5 milhão de habitantes – hoje vivendo um momento especial em que é governada por um prefeito que não foi eleito para isso, mas acabou favorecido pelo destino que o conduziu à cadeira principal do Paço Municipal. Um gestor sem legitimidade política, em tese, representaria a oportunidade para que a Câmara ganhasse espaço como protagonista das grandes decisões que afetam Goiânia, mas, infelizmente, o que se vê é essa chance de participação maior sendo aproveitada exclusivamente para atender a miudeza fisiológica de cada um dos membros do Legislativo da cidade. É uma pena. Falta consciência sobre o que é a alta política, substituída pela busca da sobrevivência a qualquer preço e a visão rasteira que só atende a conveniências individuais, danando-se qualquer concepção da cidade como um ente coletivo que precisa de respostas para seguir em frente dentro de conceitos modernos de inovação, da tecnologia, da justiça social e do desenvolvimento econômico. Do jeito que está, se fechar por um ano ou dois, a Câmara não fará a menor falta. O seu atual presidente, vereador Romário Policarpo, ainda não percebeu que é o líder de um poder popular que se iguala em importância com a Assembleia Legislativa e não um reles gestor das facilidades que os seus pares perseguem desesperadamente a cada dia. Já contabilizou mais de dois anos no cargo com um balanço que não passa de brancas nuvens.
JÂNIO DARROT SUMIU DO NOTICIÁRIO E ASSIM PREJUDICA SUA CANDIDATURA A GOVERNADOR
O ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot, depois de 10 anos de carreira política e exposição intensa na mídia, experimenta agora o gosto do quase ostracismo. Sem mandato e sem a presidência estadual do PSDB, partido que abandonou, ele perdeu a visibilidade. Nem mesmo tem aparecido como papagaio de pirata do prefeito que elegeu para a sua sucessão, Marden Jr, e que tem vigiado de perto na capital da fé, marcando presença em todos os eventos locais, seja de que importância for. Sair do foco do noticiário, para quem tem vontade de se candidatar a governador, não é bom. Hoje, Jânio Darrot depende inteiramente da eventual filiação do presidente Jair Bolsonaro ao Patriota, partido nanico que escolheu para se filiar por influência do marqueteiro Jorcelino Braga – que garantiu a presença do capitão da extrema direita para dar projeção para a sigla.
PRESSÃO INTERNA NO MDB, PSD, PP E REPUBLICANOS É POR ANTECIPAÇÃO DAS ALIANÇAS
Há pressão interna em grandes partidos como o MDB, o PSD, o PP e até o Republicanos por uma antecipação das decisões que levarão ao posicionamento de cada nas eleições do ano que vem, em Goiás. O governador Ronaldo Caiado e alguns presidentes estaduais dessas legendas, como Daniel Vilela (MDB) e Vilmar Rocha (PP), têm defendido a tese de que o momento é inoportuno para o desencadeamento de articulações políticas, diante da gravidade da pandemia do novo coronavírus – que exige foco dos governantes, caso de Caiado, e respeito da classe política quanto a priorização de esforços no seu enfrentamento. Teoricamente, as conversações foram adiadas para o 1º semestre de 2021, o que tem causado preocupação diante do fato de que o principal alvo da maioria das siglas é uma vaga na chapa da reeleição do atual governador, que só terá dois lugares disponíveis, a vice e a senatória. Quem não pode esperar e acha que correrá riscos se o fizer é o ex-ministro Henrique Meirelles, que prefere, juntamente com o senador Vanderlan Cardoso e o deputado federal Francisco Jr, resolver logo a parada e alinhar o PSD com Caiado, procurando garantir de alguma forma o seu lugar como candidato ao Senado.
CHAPA DE DEPUTADOS ESTADUAIS E FEDERAIS DO DEM SERÁ A MAIS CONSISTENTE
O DEM, partido do governador Ronaldo Caiado, está destinado a lançar as chapas mais competitivas para a Câmara Federal e para a Assembleia Legislativa e assim viabilizar a eleição de bancadas numericamente consistentes, mesmo com a proibição de coligações. Para o Legislativo estadual, deverão sair do governo nomes com potencial de votos reconhecido, como é o caso do secretário da Indústria & Comércio José Vitti e do presidente da Codego Renato de Castro, além do novo secretário da Agricultura Thiago Mendonça (que tem bases na região de Morrinhos, cuja prefeitura disputou sem sucesso pelo DEM).
ROGÉRIO CRUZ FOI ACONSELHADO A NÃO ARRANJAR ENCRENCA COM IRIS PARA EVITAR DESGASTES
Aparentemente, está encerrada a polêmica sobre a suspensão do recapeamento das ruas de Goiânia, iniciado pela gestão de Iris Rezende, mas largado inacabado, com quase tudo por fazer – uma a mais entre as 89 obras que o ex-prefeito deixou inconclusas. Mas só aparentemente. Na verdade, prosseguem averiguações como a que apura dúvidas sobre o tipo e as camadas de asfalto aplicadas, que apresentam alturas diferentes em diversas ruas e avenidas, embora com o pavimento anterior em condições de semelhança. Há outras irregularidades sendo investigadas, mas agora sob a maior discrição, por recomendação do prefeito Rogério Cruz, aconselhado a não arranjar encrenca com Iris pelo menos enquanto não estiver com os dois pés bem firmes no comando do Paço Municipal.
INVESTIGAÇÃO DA POLÍCIA CIVIL SOBRE O HOSPITAL MUNICIPAL DE APARECIDA NÃO PAROU
A Polícia Civil já concluiu a avaliação das provas coletadas nos celulares apreendidos do secretário de Fazenda de Aparecida André Rosa e da sua mulher Edlaine, envolvidos nas falcatruas operadas entre uma OS e um laboratório no Hospital Municipal da cidade – que foram alvo, no final do ano passado, da chamada Operação Falso Positivo. Entre outras falcatruas, pagava-se 10 vezes mais por exames de rotina que custariam R$ 20 reais no mercado, mas acabavam superfaturados por R$ 200 cada. Edlaine Rosa foi flagrada despachando por conta de um laboratório particular, dentro do hospital. Ela e o marido foram chamados pela polícia para depor, mas invocaram o direito constitucional de não produzir provas contra si próprios e permaneceram em silêncio. O prefeito Gustavo Mendanha nunca se pronunciou sobre esse escândalo.
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