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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 26 de setembro de 2018

26/09/2018 às 07h47


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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PROGRAMA DE TV REGULAR NÃO GANHA ELEIÇÃO

A aposta de Zé Eliton e Daniel Vilela nos programas de rádio e TV para reagir nas pesquisas foi perdida. O horário eleitoral está quase no fim, tem só mais uma semana e até hoje, se produziu algum resultado, foi para Ronaldo Caiado, que tem o menor tempo e mesmo assim subiu nas pesquisas. De resto, o marketing televisivo de Zé e Daniel foi convencional, sem criatividade, incapaz de chamar a atenção do eleitor com propostas ou soluções impactantes. Pode ser definido como regular, o que era de se esperar no caso de Jorcelino Braga, marqueteiro da campanha do MDB, afeito a fórmulas convencionais, mas surpreendeu no caso da plêiade de profissionais envolvidos na produção do palanque eletrônico tucano, a tal ponto que agora ninguém sabe a quem responsabilizar pelo serviço mal feito. 

 

MAIOR ERRO DO ZÉ FOI DEDICAR-SE AO CARGO

A baixa aprovação da gestão de Zé Eliton, apontada em todas as pesquisas na faixa de 18 a 21% de bom e ótimo, confirmou o tamanho do erro cometido pelos tucanos a partir da posse como governador, no início de abril, quando Zé decidiu evitar qualquer tipo de campanha e fugir do envolvimento com a política para se dedicar à administração e à liturgia do cargo. Tanto empenho em se mostrar à população como um “estadista”, com o sacrifício do foco na eleição, não resultou em nada. Faltou a compreensão de que, em tão pouco tempo, nenhum governo, principalmente um tampão, teria condições de se afirmar, mas o Zé poderia ter convencido como candidato. Agora é tarde.

 

CANDIDATOS FORAM AFETADOS PELO IBOPE

Os perfis dos candidatos majoritários da chapa tucana nas redes sociais são o retrato perfeito do clima frio que baixou sobre a militância com o baque da pesquisa Ibope/TV Anhanguera, aquela que deu 47% de intenções de voto para Ronaldo Caiado. Antes animados, as contas de Marconi Perillo, Raquel Teixeira e Zé Eliton no Instagram, as mais movimentadas, caíram em um rame-rame de cards e postagens pré-fabricadas, sem nenhuma espontaneidade. Até os vídeos com falas dos três perderam a energia e parecem decoreba.

 

NINGUÉM SEGURA TENDÊNCIA DE ALTA

Tendência de alta de um candidato na reta final da eleição é um fenômeno geralmente tido como irreversível e fatalmente destinado a uma vitória nas urnas.  É o que acontece com Jorge Kajuru e Vanderlan Cardoso, que já empataram com Marconi Perillo e superaram Lúcia Vânia na disputa pelas duas vagas ao Senado. Pode esperar, leitor: as próximas pesquisas (Diagnóstico, no Diário da Manhã, e Serpes, em O Popular) deverão mostrar o início da consolidação dos dois como prováveis vencedores e não é exagero prever que a diferença sobre Marconi e Lúcia será grande.

 

CAIADO FOI RESPEITOSO COM OS ADVERSÁRIOS

É preciso reconhecer: durante toda a campanha, que está chegando ao fim, Ronaldo Caiado foi respeitoso em relação aos adversários. Apesar de agredido às vezes, principalmente nos debates, manteve-se calmo e educado. E fez uma única denúncia: a da rodovia que passa pela fazenda do governador, mesmo assim sem insistir. Nos programas de rádio e televisão, Caiado portou-se como um cavalheiro. Não gastou um segundo para falar mal de ninguém. Sua postura pareceu cuidadosamente estudada para projetar uma imagem de equilíbrio e preparo para o cargo de governador. Nesse ponto, a sua campanha foi um sucesso.

 

CRISE DO HUGO DESMORALIZA O DISCURSO TUCANO

A interdição do Hospital de Urgências de Goiânia por ausência de condições mínimas de funcionamento (não há médicos e insumos) desmente o apregoado êxito da política de Saúde dos governos Marconi Perillo e Zé Eliton e é claro que tem efeitos fulminantes para a campanha tucana. Nos programas de TV, o HUGO aparecia todos os dias como símbolo de excelência, o que, como se vê, não é verdade. O eleitor vai concluir que, se Zé e Marconi faltaram com a verdade nas informações que deram sobre a Saúde, isso descredencia tudo o mais que disseram sobre as maravilhas que estariam acontecendo em Goiás. A “terra de sonhos” transformou-se em “terra de pesadelos”.

 

KAJURU É, SIM, QUALIFICADO PARA O SENADO

Blogs e imprensa governista empenham-se em desmerecer a eleição de Jorge Kajuru para o Senado, afirmando que ele não tem qualificação para o mandato. É uma injustiça. Kajuru é um homem inteligência acima da média, dado a extravagâncias, é verdade, mas que o conduziram até a posição de liderança que hoje ostenta nas pesquisas. Ou seja: é aprovado pelos goianos, ao que tudo indica, mais até que o ex-governador Marconi Perillo e a senadora Lúcia Vânia. Além disso, no Senado sempre haverá melhores e piores que Kajuru ou qualquer outro que vier a ser eleito. O que vale é o veredito popular e esse está a favor dele. Sem tem ou não qualificação, serão as urnas que decidirão e o resultado tem que ser respeitado. Assim é nas democracias.

 

A VIRADA QUE NUNCA EXISTIU MORREU POR SI SÓ

Ninguém fala mais na “virada” da campanha de Zé Eliton, depois que as pesquisas reafirmaram que Ronaldo Caiado continua disparado em 1º lugar e Zé empatado em 2º lugar com Daniel Vilela, com uma pontuação medíocre. A verdade é que, sem fatores objetivos no seio da sociedade, uma reviravolta na eleição jamais ocorreria, como não ocorreu. E, hoje, a única variável que influencia a campanha, fora da política, é o forte desejo de mudança administrativa dos goianos – que, obviamente, encontrou sua encarnação ideal em Caiado e suas vítimas perfeitas em Zé, Marconi Perillo e Lúcia Vânia.

 

EM RESUMO

  • Há decepção entre os tucanos com o trabalho de coordenação do presidente da Agetop Jayme Rincón. Não aconteceu nada de novo desde que ele assumiu a função, na qual se mostrou um mero burocrata.

 

  • Deputados estaduais a ser eleitos como mais votados: Paulo Cezar Martins, do MDB, e Eliane Pinheiro, Francisco Oliveira e Lucas Calil, da base governista. Iso Moreira, da chapa de Caiado, estará no pódio.

 

  • Um candidato a governador que esperava um desempenho melhor nesta eleição teve há poucos dias uma crise de choro, principalmente depois de ser confrontado com dívidas de campanha que aguardam pagamento.

 

  • Impressionante: a campanha transformou Zé Eliton em uma máquina de falar e citar dados. O candidato tucano parece uma metralhadora verbal que dispara um xuá de estatísticas e realizações do governo por segundo .

 

  • Maguito Vilela já se conformou com a inviabilidade da campanha de Daniel e agora aderiu à tese que tomou conta da campanha do MDB: sair da campanha preservando as condições para voos futuros de pai e filho.

 

  • A campanha de Zé Eliton promoveu um enxugamento radical de despesas. Eventos de custo elevado foram cancelados. Encomendas de material gráfico também. Equipes que viajavam ao interior foram cortadas.

 

  • Aos 68 anos, Ronaldo Caiado mostrou capacidade física ao comandar um passeio ciclístico de 10 quilômetros na região central de Goiânia. Teve gente mais jovem que chegou ao final das pedaladas com a língua de fora.

 

  • Depois de ser comparada a dona Iris Araújo pelo grau de exaltação dos discursos e pela paixão na defesa do “legado” do marido, a ex-primeira dama Valéria Perillo moderou as suas aparições na campanha do Zé.

 

  • A campanha chega ao fim e o famoso exército de 200 prefeitos que apoiaria Zé Eliton não mostrou diferença, quer dizer, não conseguiu impulsionar o candidato nas pesquisas. Ou fez corpo mole ou nunca existiu.