SE QUISER, LÚCIA VÂNIA TEM LUGAR NO NOVO GOVERNO
Ronaldo Caiado abriu as portas do seu governo para a senadora findante Lúcia Vânia, com quem desenvolveu robusta amizade durante os quatro anos poltrona ao lado de poltrona que passaram no plenário do Senado Federal. A ideia é aproveitar Lúcia em uma função onde ela possa exercitar o excelente relacionamento que construiu nos canais do poder federal – que é real e já tem mais de duas décadas, desde quando ela foi secretária nacional de Assistência Social, na gestão de Fernando Henrique Cardoso. Como Caiado cogita recriar a Secretaria Especial para o Entorno de Brasília, essa pode ser a pasta a ser entregue para a senadora, desde que ela aceite. Com 73 anos de idade, Lúcia Vânia pensa em aposentadoria, segundo amigos próximos.
ESTRATÉGIA DE MARCONI É MERGULHAR
O ex-governador e candidato derrotado ao Senado Marconi Perillo apareceu em Goiânia e esteve no Palácio de Esmeraldas para uma conversa fora de agenda com o governador findante Zé Eliton. Mais nada se soube, a não ser o que a coluna Giro, de O Popular, noticiou: Marconi está residindo em São Paulo, onde tem apartamento próprio desde meados do seu terceiro governo. Adicionalmente, a interlocutores com quem conversou, como o deputado estadual reeleito Talles Barreto, o tucano revelou que a sua estratégia para os próximos meses pode ser resumida em uma única palavra – MERGULHAR. Ou seja: não quer visto, não vai falar nada, não pretende desenvolver qualquer ação a não ser se asilar em uma absoluta reserva pessoal.
TALLES E ZÉ NELTO FALARÃO NA POSSE DE CAIADO
Posse de governo que assume em clima de ruptura costuma ser tensa e movimentada, haja vistas a de Marconi Perillo em 1º de janeiro de 1999, que botou fogo na Assembleia com uma sessão marcada por vaias e xingamentos. Para a entronização de Caiado, como de costume, falarão no plenário dois deputados: pela oposição, Talles Barreto, do PSDB e, pela situação, Zé Nelto, que ainda será deputado estadual (os mandatos vão até 31 de janeiro). Em matéria de estilo retórico, o que se sabe é que Talles costuma ser diplomático, enquanto Nelto tem língua de fogo. Por ora, é difícil imaginar o que vai acontecer. Mas, uma sessão de posse tranquila e calma, não teremos.
ZÉ VITTI PODE IR PARA AGEHAB, SIC OU DETRAN
O presidente findante da Assembleia, Zé Vitti, vai mesmo para a equipe de Ronaldo Caiado, mesmo sendo figura de destaque do PSDB, porém de ligações históricas com o novo governador – na sua família, todos votaram no candidato do DEM, inclusive ele mesmo, que comunicou essa decisão ao interessado antes da eleição. Se, primeiramente, Vitti era tido como certo para a Agehab, agora passou a ser avaliado também para a Secretaria de Indústria e Comércio, a ser recriada. Outra hipótese é a presidência do DETRAN. Trata-se de um exemplo claro da necessidade de Caiado de recorrer a talentos de outros partidos, já que, no DEM e afiliados, conta com poucos e escassos quadros, insuficientes para a formação de um governo.
ZÉ ELITON DESISTE DE LIDERAR A OPOSIÇÃO
O governador findante Zé Eliton avalia que não foi bem recebida a proposta de organizar sob sua liderança a oposição ao governo de Ronaldo Caiado e está comunicando aos deputados eleitos que irá se dedicar à sua carreira profissional – é advogado – a partir de janeiro próximo. Teria concorrido para essa decisão a ponderação dos seus sócios de que, no ramo do Direito Eleitoral, especialidade do Zé, não se pode ter partido, ao contrário, é preciso estar aberto a clientes de todas as legendas, sem distinção, e assim, não é conveniente se meter a líder político se o objetivo é ganhar dinheiro com esse ramo da advocacia. Portanto, está decidido: Zé vai deixar a política, reconhecendo, de certa forma, que, com o resultado acachapante que obteve na eleição, ele é que foi abandonado por ela.
EM GOIÁS, PAGAR IMPOSTO É COISA DE EMPRESA PEQUENA
A grande batalha do início do governo de Ronaldo Caiado será a da modificação dos incentivos fiscais que, hoje, beneficiam a maioria das empresas de grande e médio porte que funcionam em Goiás e não pagam a maior parte dos impostos que deveriam recolher, sem a vantagem. Estudos preliminares da equipe caiadista indicam que, anualmente, o Estado renuncia a um valor igual a duas vezes mais a atual arrecadação. O ICMS é todo baseado no que é recolhido pela telefonia, energia elétrica (que caiu com as isenções concedidas à ENEL para comprar a Celg) e combustíveis, com uma participação pequena do setores industrial e comercial. É algo que precisa, sim, sofrer uma intervenção, mesmo ao custo de se perder empresas para outras unidades federativas e somente um governador eleito com a votação de Caiado terá condições de mexer nesse vespeiro.
PSDB PODE FICAR COM APENAS UM DEPUTADO
A debandada que vem aí no PSDB deve deixar o partido, em Goiás, com um único deputado estadual – Gustavo Sebba, filho do ex-prefeito de Catalão Jardel Sebba, de fidelidade inquebrável a Marconi Perillo, que não tem condições de cair fora do partido. Fora Gustavo, não deve ficar ninguém mais, mas tudo dependerá de como e quando será aberta a janela partidária que permitirá mudanças de sigla sem prejuízo para a conservação do mandato. Como deve ser feito um ajuste a curto prazo a propósito da cláusula de barreira, isso deve acontecer logo no início do ano.
EM RESUMO