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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 26 De Abril De 2021

26/04/2021 às 16h44


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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CAIADO TURBINOU O CAIXA DO ESTADO: NA PRÁTICA, JÁ CONSEGUIU FAZER O VERDADEIRO AJUSTE FISCAL

Toda a documentação necessária e todas os requisitos para a adesão de Goiás ou ao Regime de Recuperação Fiscal - RRF ou ao Plano de Equilíbrio Fiscal - PEF estão resolvidos e encaminhados. O Supremo Tribunal Federal, por mais de uma vez, determinou que a Secretaria do Tesouro Nacional faça a admissão de Goiás e conceda os benefícios estipulados na legislação. Falta só vencer a birra dos burocratas da STN e o governador Ronaldo Caiado estará dando um salto inimaginável para o Estado que ele recebeu quebrado dos seus antecessores. Será um ganho extra, porque, na prática, o ajuste fiscal já foi feito. Caiado teve acesso aos depósitos judiciais, no valor de R$ 1,8 bilhão, espécie de empréstimo a juros baratíssimos; recorreu ao Supremo Tribunal Federal e ganhou a suspensão das prestações do endividamento estadual, correspondendo a uma retenção no caixa entre R$ 5 a 6 bilhões desde que a primeira quitação foi postergada; alavancou a receita, que deu e continua dando sucessivos saltos de crescimento, tanto as transferências federais quanto a arrecadação de ICMS (e neste ano as entradas do ITCD, em resumo, o imposto sobre heranças, que infelizmente disparou por causa das mortes provocadas pela Covid-19); e se prepara para receber mais de R$ 1,5 bilhão por conta da privatização da Celg GT. Um volume de dinheiro extra, como esse, já representa por si só um “ajuste fiscal”, somando-se, na ponta das despesas, aos cortes drásticos que  foram feitos.  

PREFEITO DE APARECIDA NÃO CONFIOU NO VICE PARA PASSAR O CARGO

São geladas as relações entre o prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha e o seu vice, o ex-vereador Vilmar Mariano. Os dois são do MDB, mas passaram depois da posse a conviver como gato e rato. Vilmar Mariano é dono, digamos assim, de um estilo língua de trapo que chegou a se virar contra Mendanha e só se acalmou depois de ter um irmão nomeado para o vasto secretariado municipal aparecidense, que é como tudo acaba se resolvendo na política aparecidense – ou seja, com cargos. Sem ter o que fazer, Vilmar Mariano passa o dia conversando fiado no seu gabinete na Cidade Administrativa, o faustoso prédio construído pelo então prefeito Maguito Vilela com recursos emprestados junto ao BNDES. O prefeito nem mesmo quando baixou ao leito hospitalar para tratar da Covid-19 quis transferir o cargo para o vice, o que deixou a gestão praticamente paralisada, por falta de decisões.

REJEIÇÃO POPULAR A ROGÉRIO CRUZ, SE HOUVER, INFLUENCIARÁ NOS PROCESSOS PELA SUA CASSAÇÃO

O prefeito não eleito de Goiânia Rogério Cruz deve ter ouvido dos seus advogados que uma eventual má aprovação da sua sugestão pode repercutir nas duas ações que pedem a cassação do seu mandato, com base em irregularidades na eleição da chapa liderada por Maguito Vilela, onde ele figurava como vice. Isso, evidentemente, não está na legislação, mas o estado de espírito dos juízes que despacharão os processos até a instância final, no Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília, uma corte parcialmente política, sim, é sempre influenciado pelas circunstâncias do momento – e se essas estiveram contra Rogério Cruz, ganha quem apostar que haverá novas eleições na capital a curto prazo. Ou o prefeito mostra serviço à jato e conquista a simpatia da sociedade que não o elegeu ou estará simplesmente, e que me desculpem a falta da elegância da palavra, ferrado.

COM PICUINHAS E SEM PROPOSTAS, MARCONI NÃO VAI RECUPERAR O ESPAÇO PERDIDO

Uma chuva de e-mails e mensagens de WhatsApp tem chegado com links para postagens do ex-governador Marconi Perillo nas redes sociais, todas com críticas ao governador Ronaldo Caiado. É uma perda de tempo. O ex-governador deveria levar mais a sério o seu papel na política estadual e gastar seu tempo mostrando que é uma pessoa séria e preocupada com o futuro do Estado, discutindo ideias e talvez até propondo alternativas de governo – função inerente a quem está na oposição e tem a missão natural de apresentar uma visão diferente daquela compartilhada pelo poder dominante. Aí, sim. Mas não é o que Marconi faz, priorizando picuinhas e bobagens que não constroem nada de positivo para Goiás. O governador Ronaldo Caiado faz muito bem em não tomar conhecimento desse jogo miúdo e ao manter o foco no que realmente interessa, ou seja, a gestão dos interesses maiores da população. Por esse caminho, o tucano não vai recuperar a glória perdida dos anos que se foram, quando chegou a ser considerado uma espécie de semideus e liderança infalível como inquilino do Palácio das Esmeraldas por um tempo longo demais, que acabou em um desfecho trágico quando as urnas foram abertas em 2018 e em seguida veio uma sucessão de ocorrências policiais constrangedoras.

MAJOR VITOR HUGO TEM MEDO DE NÃO SE REELEGER E TENTA VIABILIZAR OUTROS PROJETOS

O deputado federal Major Vitor Hugo é uma espécie de líder oculto da oposição em Goiás. Ele não dispõe de bases para se reeleger e conta exclusivamente com a penetração que ele acredita que o seu nome tem em função do puxa-saquismo e da proximidade que ostenta com o presidente Jair Bolsonaro – de cuja base radical espera sair os votos para a recondução à Câmara Federal, o que é uma expectativa arriscadíssima. Por isso mesmo, ele se mexe para conseguir ou uma candidatura ao Senado ou até mesmo a governador, aglutinando partidos ou grupos contrários ao governador Ronaldo Caiado, intensificando contatos de bastidores com o presidente da FIEG Sandro Mabel e o prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha (Vitor Hugo é outro que pressiona o rapaz a sair da “sombra” de Daniel Vilela e assumir uma personalidade própria). Ele tentou também uma aproximação com o prefeito de Anápolis Roberto Naves, mas foi rechaçado ao revelar em cochichos a sua retórica anticaiadista – Naves não quis entrar na aventura e ainda denunciou o assédio ao próprio governador.

POLÍTICA POR CONTA DOS COFRES PÚBLICOS: O MAU EXEMPLO DE GOIÂNIA E APARECIDA

O artifício de criar secretarias executivas em cada pasta da prefeitura, que passou a ser usado tanto em Goiânia quanto em Aparecida, dobrou o número de cargos de 1º escalão – e, é claro, replicando nos salários, que são apenas 10% menos que o dos titulares das pastas. Não há funções definidas. Mancheias de ex-vereadores, candidatos derrotados e indicados de partidos políticos foram nomeados pelos prefeitos Rogério Cruz e Gustavo Mendanha, aproveitando ainda chefias de gabinete, superintendências, diretorias e assessorias. Em Aparecida, basta ser presidente de partido para ganhar umas dessas prebendas, no que se igualaram adversários históricos como o PT e o PSDB locais, ao ter seus dirigentes agraciados na equipe do prefeito. É politicagem do pior tipo possível, já que se aproveita dos cofres públicos para retribuir apoios que ajudaram na época da eleição e ao mesmo tempo antecipa alianças fisiológicas para a disputa dos próximos pleitos. Isso não atende ao interesse coletivo. E nunca termina bem.

 

EM RESUMO

  • O programa de renegociação fiscal lançado pelo governador Ronaldo Caiado deve bater a casa dos R$ 1,5 bilhão, com a metade disso entrando à vista nos cofres do Estado. O prazo final vence no próximo dia 1º de maio.

 

  • Em dois meses, o prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha foi uma única vez ao seu gabinete na Cidade Administrativa. Um dos motivos para a ausência foi a infecção pela Covid-19, que o levou à internação hospitalar.

 

  • Por unanimidade (14 a 0), a Câmara Vereadores de Senador Canedo aceitou o 3º pedido de impeachment contra o prefeito Fernando Pellozo (PSD. A denúncia, dessa vez, é sobre um contrato superfaturado na Saúde.

 

  • Com a aproximação do dia 13 de maio, cresce a expectativa sobre o valor que a Celg GT vai alcançar no leilão da Bolsa de Valores em que será ofertada aos investidores. O preço de partida será de R$ 1,531 milhão de reais.

 

  • Em nova entrevista, na semana passada, Daniel Vilela voltou a repetir que é possível uma composição com o governador Ronaldo Caiado. Avisou, porém, que nenhuma decisão será tomada antes de janeiro de 2022.

 

  • O secretário da Indústria & Comércio José Vitti deixará o PSDB para se filiar ao DEM, partido em que começou a sua carreira. Ele quer se eleger deputado estadual e voltar à Assembleia e à presidência, que já ocupou.

 

  • Gustavo Mendanha vai para o 4º mês desde que assumiu o 2º mandato em Aparecida sem cumprir nenhuma das promessas que fez na campanha. Nem providências iniciais, em uma ou outra, foram adotadas.

 

  • Bolsa de apostas: o deputado federal delegado João Campos, ao se apresentar como postulante ao Senado, tenta apenas abrir espaço de negociação para viabilizar a sua reeleição. Ele não tem perfil majoritário.

 

  • A dobradinha Chiquinho de Oliveira deputado estadual e Hélio de Sousa deputado federal, ambos do PSDB, já pegou a estrada e passa os 7 dias por semana promovendo reuniões e contatos com lideranças nos municípios.