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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 24 de setembro de 2018

24/09/2018 às 08h34


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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DERROTA DE MARCONI PODE SER TOTAL

Zé Eliton perder a eleição, na verdade, era um risco que sempre esteve nos cálculos de Marconi Perillo e da base governista – embora ninguém esperasse que de uma maneira tão acachapante e que fosse tão ruim de voto. A novidade é a ameaça em que Jorge Kajuru e Vanderlan Cardoso se transformaram para o tucano-chefe na disputa pelas duas vagas ao Senado. O empate em 1º lugar, com Kajuru e Vanderlan por apenas um ponto de diferença, deixou Marconi com os nervos à flor da pele e enxergando, pela primeira, a hipótese de não ser eleito como um fato real para o seu futuro. Seria um desastre completo, já que viria acompanhado da derrota de Zé, de Lúcia Vânia e de Geraldo Alckmin para a presidência.

 

NA FAMÍLIA VERGÍLIO, UM VAI BEM, OUTRO MAL

Lucas Vergílio está indo bem com a sua campanha de reeleição para a Câmara Federal, especialmente depois que herdou os principais colégios de Thiago Peixoto (que era guru de Lucas em Brasília). Mas seu pai, Armando, candidato à Assembleia, não pode dizer o mesmo, apesar do acordo de transferência de votos que fez com o presidente da Assembleia Zé Vitti. Um evento em Palmeiras, terra de Vitti e local onde ele deveria ter força, impressionou Armando muito mal: o público era mixuruca e sem empolgação nenhuma.

 

ZÉ É INASSESSORÁVEL E NÃO GOSTA DE CONSELHO

Uma tropa de mais de 30 comunicadores de primeira linha e marqueteiros consagrados trabalha na campanha de Zé Eliton, mas não conseguiu dar a ele um ponto acima dos 10 a 13%, considerada a margem de erro, que ele ostenta desde o começo do ano nas pesquisas. Apesar de qualificados, a verdade é que não conseguiram definir uma estratégia capaz de elevar Zé nas pesquisas e ainda caíram na esparrela (alguns não concordaram) de apresentar o candidato como artificialmente “humilde, trabalhador e parece com a gente”. Pelo menos um desses profissionais disse a esta coluna que, na verdade, Zé é inassessorável, acha que sabe mais que qualquer um e não ouve conselho.

 

VANDERLAN DECIDIU COM AJUDA DO GRUPOM

Antes de se decidir pela candidatura ao Senado, Vanderlan Cardoso encomendou ao Grupom um estudo sobre suas chances. O trabalho foi entregue com mais de 100 páginas e concluía que o forte recall dele em Goiânia e região teria ressonância em todo o Estado, assim que entrasse na disputa, e garantiria a conquista de uma das vagas. O Grupom tem uma metodologia própria para fazer projeções e não costuma errar, motivo que levou Vanderlan a se empenhar para conseguir a vaga na coligação do MDB – e, como se vê pelas últimas pesquisas, está se dando bem.

 

200 PREFEITOS... MAS FAZENDO CORPO MOLE

O exército de quase 200 prefeitos que estaria apoiando a candidatura de Zé Eliton fez e vai continuar fazendo corpo mole com a campanha tucana. Grande parte deles conversa hoje com representantes de Ronaldo Caiado, que tem articuladores experientes e de bom trânsito na base municipal – entre eles Adib Elias, prefeito de Catalão, Ernesto Roller, de Formosa, e Paulo do Valle, de Rio Verde. Não há exigência de adesão em troca da garantia de que serão bem atendidos no futuro governo Caiado, mas somente uma sugestão para que prossigam do jeito que estão hoje, ou seja, sem nenhum empenho com a candidatura de Zé Eliton.

 

BRIGA COM AS PESQUISAS É BATALHA PERDIDA

A campanha de Zé Eliton e Marconi Perillo não aceitou a pesquisa do Ibope que deu Ronaldo Caiado com 47% e Zé e Daniel estagnados em 2º lugar com 10 a 13%, na margem de erro. E aí deflagrou uma ação de contestação dos números que abalaram as hordas tucanas. Só que são tempo e esforços perdidos. Pesquisas, está provado, não influem o voto do eleitor, que desconfia de todos e acha que cada candidato providencia a que traz os resultados do seu interesse. Isso já foi mais do que provado em avaliações qualitativas. De resto, quem está na frente comemora e quem está atrás tem mesmo a obrigação de espernear. Mas só para efeito de estimular a militância. Perder tempo brigando com pesquisas sinaliza derrota iminente.

 

A SUSPEITA QUE RECAI SOBRE O IDEB

Estão circulando documentos e análises que colocam o 1º lugar de Goiás em alguns rankings do IDEB em xeque. O material sugere que houve manipulação para que o resultado fosse atingido e passaria inclusive por antecipação, para que os alunos fossem condicionados, dos temas que cairiam em algumas provas, além de outras manobras para aumentar artificialmente as notas classificatórias. Pelo menos parte das acusações parece ter muita consistência. Isso é sério e vai dar pano para as mangas.

 

2º TURNO NÃO É OUTRA ELEIÇÃO

Zé Eliton e Daniel Vilela sonham em prorrogar a disputa pelo governo para o 2º turno, acreditando na ideia sem fundamento de que seria outra eleição. Não é. Ao contrário, é a mesma. Em todo o país, são raríssimos os casos de reviravolta, dois ou três, no máximo, e quem ganhou no 1º turno sempre confirmou a vitória no 2º. Os fundamentos sociais e políticos do pleito permanecem e não há que falar em mudança de expectativas, a não ser raramente e em situações excepcionais. Das quatro eleições de Marconi, as três em que ele foi obrigado a disputar o 2º turno apenas confirmaram com tranquilidade o que as urnas apontaram no 1º. Ganhou em um, ganha no outro.

 

EM RESUMO

  • A partir desta segunda-feira, serão apenas 5 dias de propaganda no rádio e na TV. Constatação: o horário eleitoral só ajudou Ronaldo Caiado. Zé Eliton e Daniel Vilela não ganharam nada com os seus programas.

 

  • Depois da Bolsa Universitária, mais um programa social entrou em colapso financeiro: o Passe Livre Estudantil. Os cartões não estão sendo carregados. Quando são, aparecem apenas 20% dos créditos devidos.

 

  • Ronaldo Caiado, acusado por Maguito Vilela de prometer e não entregar uma emenda de R$ 7 milhões para Aparecida, esclareceu que o dinheiro não veio porque a Prefeitura não apresentou a documentação exigida.

 

  • Daqui até o dia da eleição, Jorge Kajuru vai focar só em críticas a Marconi Perillo, com o objetivo de capturar os votos negativos da astronômica rejeição do ex-governador tucano – quase metade do eleitorado.

 

  • A campanha de Lúcia Vânia, que não se mistura com o resto da chapa tucana, perdeu o rumo com as pesquisas da semana passada. Ela levou um baque com a ultrapassagem de Jorge Kajuru e Vanderlan Cardoso.

 

  • O que será que está fazendo a rejeição de Marconi Perillo e Zé Eliton subir tanto nas pesquisas? Eles são os candidatos majoritários mais citados quando a pergunta é: “Em quem você não votaria de jeito nenhum”.

 

  • Junto com seu núcleo duro, Daniel Vilela reajustou o objetivo a alcançar em uma eleição que não dá mais para ganhar: ultrapassar Zé Eliton, terminar em 2º lugar e garantir voos futuros. E olha que pode conseguir.

 

  • Existe, dentro da Secretaria Estadual de Educação, um combate muito forte à candidatura de Zé Eliton por conta de antipatias que o estilo imperial megalomaníaco da ex-secretária Raquel Teixeira deixou na pasta.

 

  • Familiocracia: um primo de Ronaldo Caiado, o advogado Alexandre Caiado, aproveita o sucesso do sobrenome na eleição para o governo e se candidatará à presidência da OAB-GO, que será decidida em novembro.