BOAS NOTÍCIAS SOBRE O PAGAMENTO PODEM TRAZER A PACIFICAÇÃO
O início do pagamento do mês de janeiro para os servidores estaduais e o anúncio feito pelo governador Ronaldo Caiado de que vai quitar a folha sempre dentro do mês trabalhado, ao contrário do que aconteceu nos últimos 4 anos, representam uma manifestação de boa vontade que pode acabar pacificando os setores mais insatisfeitos do funcionalismo – porque, de fato, é uma boa notícia, simboliza que o novo governo valoriza o segmento e garante que o imbróglio em torno da folha de dezembro não foi fabricado e sim aconteceu em razão da herança maldita deixada pelo Tempo Novo. De resto, não são todos que não receberam o último mês de 2019, mas apenas uma parte correspondente a aproximadamente R$ 700 milhões de reais. Pode, em curto prazo, haver uma convergência capaz de acalmar e clarear o clima de controvérsia em que o governo Caiado deu seus primeiros passos.
PP DE BALDY ENTUSIASMOU-SE COM A REELEIÇÃO DE DANIEL VILELA
Passou despercebido, mas a reeleição de Daniel Vilela para a presidência estadual do MDB serviu para que a aliança do partido com o PP fosse reafirmada, inclusive com a promessa de “muitos projetos comuns pela frente” (seja lá o que isso queira dizer). O ex-ministro Alexandre Baldy, que está morando em São Paulo para trabalhar como secretário de Transportes do governador João Dória, fez postagens nas redes sociais, na condição de presidente do PP goiano, saudando efusivamente a recondução de Daniel ao comando emedebista, reacendendo uma chama que se julgava apagada ou, pelo menos, que se imaginava incapaz de ir além das conveniências de momento dos dois partidos na última eleição. A reativação da aliança fortalece – e muito – ambas as legendas.
DECRETO DE CALAMIDA FINANCEIRA ATÉ QUE DEMOROU
Na verdade, o decreto de calamidade financeira em Goiás até que demorou a vir. Outros Estados, em situação fiscal parecida ou pior, já haviam acionado a prerrogativa, para colocar pressão sobre o governo federal e quem sabe obter, neste início de gestão do presidente Jair Bolsonaro, algum tipo de socorro – seja através do repasse direto de verbas seja mediante a suspensão de algumas obrigações, como, por exemplo, o pagamento mensal das pesadas parcelas da dívida, por algum tempo. Sabe-se que o governador Ronaldo Caiado tomou a decisão de baixar o ato emergencial praticamente sozinho, assessorado apenas pela primeira-dama Gracinha Caiado. Nem a secretária da Fazenda Cristiane Schmidt foi ouvida, o que dá ao decreto mais roupagem política do que propriamente técnica.
SISTEMA S SERÁ A SAÍDA PARA O ENSINO PROFISSIONAL EM GOIÁS
O Sistema S, formado por 9 instituições como o Sesc, o Senai, o Senac e o Sebrae, deve ser a saída para os investimentos em qualificação profissional que o governador Ronaldo Caiado pretende priorizar em sua gestão. Em momentos anteriores, sob a égide de Marconi Perillo, o Estado tentou acertar parcerias com essas entidades, mas nunca conseguiu sair do plano das intenções. O presidente da Federação das Indústrias de Goiás, ex-deputado Sandro Mabel, deve ser o interlocutor de Caiado para a formatação desse acordo – que virá em um momento em que o Sistema S está sob ataque da equipe do presidente Jair Bolsonaro (o objetivo assumido por Brasília é cortar pela metade a contribuição compulsória das empresas a esses organismos).
LUJIZ CARLOS DO CARMO TEM PODER PARA DECIDIR A PARADA NO MDB
Pode não durar muito a recondução de Daniel Vilela ao comando estadual do MDB. Os dissidentes caiadistas, que foram surpreendidos pela convocação da eleição com apenas 8 dias de antecedência, prazo insuficiente para formar uma chapa, vão atuar em Brasília para conseguir uma intervenção do diretório nacional, prevista legalmente no estatuto emedebista desde que requerida por um número razoável de filiados. A estratégia passa pelas mãos do senador Luiz Carlos do Carmo, aquele que assumiu na vaga de Ronaldo Caiado e já integra a bancada do MDB, representando um voto na eleição para presidente da Câmara Alta. Ele pode, por exemplo, negociar com Renam Calheiros, que tem relacionamento íntimo com o presidente nacional do partido, Romero Jucá, e conseguir em troca o direito de indicar um substituto para Daniel Vilela. Anotem aí.
O QUE EXPLICA O TRÂNSITO DE MARCONI COM JOÃO DÓRIA
O ex-governador Marconi Perillo está usando suas relações com o governador João Dória, de São Paulo, para abrir espaço para antigos membros da sua equipe em Goiás, desde que, é claro, aceitem a ideia de se mudar para a capital paulista. Não se deve subestimar a amizade entre os dois tucanos, que é sólida e foi adubada durante os anos de poder de Marconi com patrocínios milionários para revistas e seminários promovidos pelo LIDE, a empresa de promoção de eventos supostamente políticos de Dória. Um levantamento publicado há dois anos mostrava, naquela época, repasses de mais de R$ 2 milhões em patrocínios do governo de Goiás para o LIDE.
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