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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 23 De Junho De 2021

23/06/2021 às 13h23


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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MEIRELLES SUMIU DE GOIÁS HÁ MAIS DE 6 ANOS E SÓ REAPARECE PORQUE QUER VOTOS PARA SER SENADOR

Alimentando a vontade de se candidatar ao Senado por Goiás, o ex-ministro e atual secretário de Fazenda de São Paulo Henrique Meirelles continua sem aparecer no Estado – estaria, segundo políticos que o encontraram recentemente, como os presidentes do MDB Daniel Vilela e do PSD Vilmar Rocha – analisando qual o momento mais conveniente para passear entre os eleitores cujo voto pretende conquistar. Já fazem mais de seis anos que Meirelles não visita a sua terra natal (nasceu em Anápolis), talvez até mais. Nem o seu título de eleitor está registrado na Justiça Eleitoral estadual (ele o transferiu desnecessariamente para São Paulo), o que deixa claro seu desprezo quanto aos seus coestaduanos. A candidatura senatorial, dentro desse cenário, pode ser considerada até como ousada, já que será difícil, senão impossível, disfarçar uma manobra que, mais uma vez, tem o objetivo de usar a boa vontade das goianas e dos goianos para realizar o ex-ministro ambições pessoais e faturar prestígio sem o menor merecimento. Em tempo: segundo o jornalista Divino Olávio, em seu blog Notícia Pura, Meirelles estará em Goiânia nesta sexta, 25, para um evento promovido em espaço fechado pelo PSD e para uma audiência com o governador Ronaldo Caiado.

VÍDEO DE MAGDA MOFATTO É MAIS UM EXEMPLO DO DESASTRE QUE SÃO OS RICOS NA POLÍTICA

É no que dá o despreparo, a irresponsabilidade e o oportunismo barato quando combinados: o vídeo da deputada federal Magda Moffato, vestida com uma farda ridícula e portando armas de fogo, embarcando em um helicóptero para ir à caça do assassino Lázaro Barbosa, acabou se constituindo em uma das maiores “gafes” da história política não só de Goiás, como do próprio país. E a expressão “gafe”, aqui, serve para abrir mão de definições muito mais duras e cabíveis, em respeito à condição de mulher da deputada, que ela mesma não honra com esse tipo de exibicionismo vulgar e chulo, um exemplo a mais de que os milionários que ingressam na política são desastrados e não têm noção do que deve realmente ser feito em favor da sociedade. O professor Robert Bonifácio, da UFG, acertou no alvo ao resumir a manifestação da deputada como “bola fora”, sem falar nos crimes cometidos. Pobre coitada.

MENDANHA NÃO TEM FIBRA PARA RENUNCIAR À PREFEITURA 5 MESES ANTES DAS CONVENÇÕES

Todo o noticiário, especulações e fofocas sobre uma possível candidatura do prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha a governador seja por qual partido for, carecem de fundamento na medida em que ele seria obrigado a se desincompatibilizar no início de abril de 2022, abrindo mão de dois anos e nove meses de mandato. Todos os que, no passado, enveredaram por esse caminho, acabaram se dando muito mal – a exemplo de Vanderlan Cardoso, em Senador Canedo; Iris Rezende, em Goiânia; e Antônio Gomide, em Anápolis, que renunciaram ao cargo de prefeito para disputar o governo de Goiás e foram derrotados, lembrando que tinham e ainda têm muito mais consistência política do que Mendanha, por enquanto um gestor municipal sem marca e sem obras de expressão, pouco mais que meia boca, é a verdade. De resto, ele não tem tradição de correr riscos nem de entrar em confrontos, preferindo, em sua curta carreira, dar passos onde tem segurança total do objetivo a conquistar. Deixar a prefeitura de Aparecida a cinco meses das convenções que oficializarão as candidaturas, perdendo o poder da caneta e a visibilidade, seria muito ousado para o perfil sem muita fibra de Mendanha e pouco compatível com a sua falta de liderança em termos coletivos.

NO FINAL DE TUDO, JÂNIO DARROT VAI MESMO SE CANDIDATAR A DEPUTADO FEDERAL

Embora siga falando em candidatura a governador do Estado, após deixar o PSDB e se filiar ao Patriota, partido nanico do qual já admite se afastar, a depender do desfecho criado pela hipótese de filiação do presidente Jair Bolsonaro, o ex-prefeito de Trindade e empresário Jânio Darrot vai acabar refluindo e se acomodar com uma candidatura a deputado federal – única garantia que ele teria para conquistar um mandato e não desaparecer da política estadual. Jânio Darrot tem se mostrado abalado não só com o inferno astral do Patriota, mas também com o fiasco dos contatos que já tentou fazer para montar uma chapa: só encontrou, até hoje, alguma possibilidade (distante) na conversa que teve com o deputado federal Delegado Waldir, a quem convidou para ocupar a vaga de postulante ao Senado – que respondeu na base do talvez, quem sabe, vamos ver, mais na frente a gente conversa e deixou tudo no ar. Não há nomes disponíveis para se compor com o ex-tucano, pelo menos por ora, a não ser alguém que venha do PSDB – seria uma desagradável volta às origens –, tipo o deputado estadual Talles Barreto.

MDB, PP, REPUBLICANOS E PSD, CONTRA CAIADO EM 2018, AGORA PODEM FICAR A FAVOR

Quatro dos grandes partidos que ficaram contra a eleição do governador Ronaldo Caiado em 2018 – MDB, PP, Republicanos e PSD, que disputaram a eleição coligados em torno da candidatura de Daniel Vilela e até conseguiram eleger Vanderlan Cardoso senador – curiosamente podem agora dar uma guinada de 180 graus, apoiando em 2022 a recondução de Caiado a mais um mandato. Em tese, o governador tem aberto para dialogar com todos eles, não existindo impedimentos, digamos assim, capazes de inviabilizar um acordo. Se acontecer, será um fato inédito na história política de Goiás. E pode acontecer.

REJEIÇÃO PODE LEVAR O PSDB A CAMINHAR SOZINHO NAS ELEIÇÕES DE 2022

O PSDB não tem nenhum nome disponível, pelo menos em condições mínimas, para se opor à reeleição do governador Ronaldo Caiado. Quase 20 anos de poder e uma sucessão de escândalos de corrupção mancharam a biografia dos seus principais líderes, em especial os ex-governadores Marconi Perillo e José Eliton. Um foi preso. O outro teve a detenção solicitada pelo Ministério Público Federal. Os efeitos desse histórico de degradação política dos tucanos de Goiás já se manifestaram em duas ocasiões: em 2018, quando tomaram uma surra histórica nas urnas e elegeram apenas um deputado federal e seis estaduais (dos quais dois já romperam com a legenda, a acompanhados por um suplente que assumiu), e em 2020, quando despencaram de mais de 70 para 21 prefeitos (que, aos poucos, estão também debandando para outros partidos).  No ano que vem, o PSDB pode ser obrigado a caminhar sozinho em Goiás – receita certa para o insucesso em eleições majoritárias. Nenhum um único partido aceitou, até agora, qualquer aproximação, sequer para discutir hipóteses. Igualmente, lideranças, com exceção do inexperiente prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha, que está até convidado para se filiar. Fora isso, os poucos tucanos que sobraram da hecatombe dos dois últimos anos continuam batendo em portas que são fechadas nos seus narizes. Ninguém quer conversa, sob o receio de contaminação da imagem e de prejuízos quando vier o momento das urnas.

EM RESUMO

  • A visita do prefeito Gustavo Mendanha ao senador Vanderlan Cardoso, em Brasília, tem a ver com a conspiração para impedir o acordo MDB-DEM para 2022 e cortar o caminho de Daniel Vilela para a vice na chapa de Ronaldo Caiado.

 

  • O prefeito de Goiânia Rogério Cruz mergulhou: só cuida do expediente interno do Paço Municipal e evita se meter em situações que podem trazer desgastes, nas quais foi pródigo desde que assumiu o mandato até agora.

 

  • Faltam vagas para crianças na Educação Infantil, responsabilidade municipal, em Goiânia e em Aparecida. A diferença: o prefeito Rogério Cruz está ampliando os CMEIs e aumentando a capacidade, mas Gustavo Mendanha, não.

 

  • O rompimento do Republicanos com o MDB e a expulsão da turma de Daniel Vilela do Paço Municipal fizeram uma vítima colateral: o deputado federal João Campos, que ficou sem espaço para a sua candidatura ao Senado.

 

  • Em silêncio, o governador Ronaldo Caiado está ultimando o seu programa de distribuição de um auxílio mensal para as goianas e goianos em situação de necessidade agravada pela pandemia. O benefício virá até o final do ano.

 

  • A chapa do deputado Paulo Cezar Martins à presidência do MDB não tinha as oito assinaturas exigidas pelo estatuto, mas apenas quatro. Por isso, ficou difícil entender a decisão do desembargador Itamar de Lima suspendendo a eleição.

 

  • Histórico do MDB, Halley Margon foi chamado por Iris Rezende para apaziguar o prefeito de Catalão Adib Elias, hoje enfurecido com a hipótese de Daniel Vilela figurar na chapa da reeleição do governador Ronaldo Caiado.

 

  • Gustavo Mendanha chegou agendar visita a Catalão para se encontrar com o prefeito Adib Elias, mas foi desaconselhado na última hora: seria uma afronta a Daniel Vilela, que Adib não engole e faz o possível para atrapalhar.

 

  • O presidente estadual do PSD Vilmar Rocha já amenizou – e muito – a oposição a um acordo entre o seu partido e o DEM para apoiar a chapa da reeleição do governador Ronaldo Caiado. Até elogios à condução da gestão Vilmar tem feito.