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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 23 De Fevereiro De 2023

23/02/2023 às 12h11


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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Viabilidade de Rogério Cruz decorre do cargo, das alianças das pesquisas

Rogério Cruz tem assegurada a candidatura à reeleição e conta com trunfos para chegar a mais um mandato

O que se fala e ouve sobre a eleição de 2024 em Goiânia é que o prefeito Rogério Cruz precisa evidenciar ser um nome viável. Assim sendo, poderá contar com o apoio do governador Ronaldo Caiado.

Vale lembrar: Caiado tem aprovação alta na capital. Em 2022, faturou quase a metade dos votos das goianienses e dos goianienses, reflexo certo da drástica redução dos índices de criminalidade que tanto perturbavam a população do maior centro urbano do Estado.

É um cabo eleitoral de importância, conclui-se. A cada dia, supostos aliados seus repetem em off, aos jornais, esperar uma demonstração da tal “viabilidade” de Cruz para ganhar o aval do governador. O próprio Caiado, a propósito, nunca se comprometeu com essa “exigência”. E talvez por se tratar de um argumento é fluído e sem consistência, conforme explicado no próximo parágrafo.

Há três motivos para descredenciar essa conversa: 1) quem detém o cargo e busca a reeleição é dono de uma “viabilidade” natural, digamos; 2) a montagem de uma aliança partidária consistente para sustentar a recandidatura é fator preponderante e Cruz já cumpriu etapas, entre os quais a captura do PP teve o maior peso até agora; e 3) as pesquisas, logo em circulação, mostrarão quem é quem na corrida pelo Paço Municipal e nelas o prefeito tem lugar garantido, como consequência da sua visibilidade orgânica desde a posse no Paço Municipal.

Rogério Cruz apenas vive um esperado calvário em que é alvo de chantagem e pressão. Seu enfraquecimento interessa a um punhado de políticos, a começar por aqueles com assento na Câmara (alguns de olho na sua cadeira), passando pelos pseudoaliados de sempre e chegando aos alinhados com projetos alternativos de poder para a capital. Mesmo obrigado a escutar essa lenga-lenga desnecessária até meados do ano que vem, Cruz será irrenunciavelmente candidato. E perto de 100% de chances de ter Caiado no seu palanque.

Super Pedro quer a Câmara Federal, mas pode acabar candidato a prefeito de Goiânia

O titular da recém-criada Secretaria de Infraestrutura, Pedro Sales, passou a ser citado no noticiário político como nome potencial para disputar a prefeitura de Goiânia no ano vindouro. Lançado pelo deputado federal José Nelto, Sales não admitiu nem desmentiu, reafirmando diplomaticamente, em conversas de bastidores, a intenção de conquistar uma vaga de deputado federal em 2026.

Ou seja: não é candidato, mas, quem sabe, pode ser. No caso, inteiramente a depender da definição do governador Ronaldo Caiado quanto a apoiar ou não a busca de Rogério Cruz pela reeleição. E ainda é cedo para esse posicionamento, pelo menos conforme as regras tradicionais da política. As mesmas para as quais Caiado não deu a menor bola ao escolher Daniel Vilela como seu vice a mais de ano e meio antes da eleição, em uma manobra criticada, porém em tempo aclamada como plenamente acertada.

Super Pedro, como Sales é chamado em razão do acúmulo de recursos e influência administrativa na pasta da Infraestrutura, mexe-se meio que timidamente. Ouve conselhos, não perde uma oportunidade para discursar, em especial no interior, e aprende a distribuir abraços e tapinhas nas costas. Não ousa ir além em razão da fidelidade ao governador, dono da palavra final sobre qualquer plano seu que não tenha a Câmara dos Deputados como destino.

Pesa, no entanto, o exemplo de Bruno Peixoto, eleito por unanimidade para a presidência da Assembleia. No início, Bruno saiu articulando por conta própria. Viabilizou-se e acabou com o caminho livre, sem nunca ter recebido o apoio explícito de Caiado. É a velha história: alguém vai ao governador, diz que tem essa ou aquela pretensão e ouve a resposta padrão: “Viabilize-se e aí veremos como fica”. Bruno conseguiu. Super Pedro, assim, terá que avaliar a conveniência de adotar essa estratégia, se tiver interesse pela corrida pelo Paço Municipal. Não há outra, no momento.

O incrível caso do homem trans que se candidatou como mulher e pode cassar 2 deputados do PSDB

Júnior Pinheiro: o trans do PSDB foi registrado como mulher e agora pode cassar Gustavo Sebba e Dr. José Machado

 

Tem causado assombro entre os juízes do TRE de Goiás um processo que pede a cassação da chapa do PSDB, em 2022, para a Assembleia Legislativa, em razão do descumprimento da cota mínima de gênero. Uma das candidatas a deputada estadual do partido, na verdade, era do sexo masculino, apesar de se apresentar como trans. Só que nunca registrou um nome social e fez campanha – o que é gravíssimo e caracteriza fraude – como homem.

Sem Júnior Pinheiro – esse o pivô da confusão -, a cota de mulheres na chapa estadual do PSDB cai para 28%, abaixo do exigido por lei (30%). E cancela os mandatos de Gustavo Sebba e Dr. José Machado. Há abundância de provas mostrando que Júnior Pinheiro jamais se assumiu como trans sequer nas redes sociais. Antes, já havia disputado uma cadeira de vereador em Goiânia… como homem. Não é filiado a nenhuma associação de defesa da população LGBTQIAPN+.

Uma das evidências decisivas é o jingle da campanha para a Assembleia de Júnior Pinheiro, anexado aos autos. Confiram a letra, leitoras e leitores: “Pro nosso Estado ir pro caminho certo, só tem uma solução, Júnior nessa eleição, um homem trabalhador e honesto! É nele que eu vou votar, pra ele eu digo sim, pra o Estado melhorar…”. Santinhos, adesivos, cards e material visual em geral foram na mesma linha.

Vale lembrar a questão dos prazos. O TRE deve julgar o caso até meados deste ano, no máximo. Em seguida, haverá recurso ao TSE, em Brasília, com tendência a um desfecho logo no início do ano que vem. Sim, hoje a Justiça Eleitoral é muito mais célere do que antigamente. Costuma agir com rapidez, ainda mais em situações que envolvem mandatos em andamento. E com rigor.

 Adib dispensa a Câmara e vai privatizar por decreto

O prefeito de Catalão Adib Elias retirou da Câmara Municipal o projeto autorizativo para a transferência da concessão da água e do esgoto, atualmente com a companhia municipal SAE, para a iniciativa privada. Agora, o processo será tocado mediante decreto. Segundo Adib, isso é permitido pela lei federal de 2020 que reformulou o Marco Legal do Saneamento no país e já ocorre em outros municípios.

O que aconteceu é de fácil explicação: apesar de dispor de ampla maioria no Legislativo catalano, o prefeito passou a ser chantageado por vereadores quanto ao voto a favor da matéria. Houve exigências descabidas, em especial quanto a nomeações. Adib se recusou. Diz que nunca trocou cargos por decisões favoráveis da Câmara. E que apenas quis ampliar o envolvimento da sociedade catalana com a privatização, através de um debate a ser conduzido pelo Poder. Não deu e ele resolveu ir adiante por conta própria.

Ao mesmo tempo, mais uma vitória para o prefeito. A Justiça Estadual recusou-se a dar uma liminar que poderia suspender a operação, em ação impetrada por políticos e ex-vereadores locais. Por ora, o caminho para a substituição da SAE por uma companhia particular está liberado. E Adib quer liquidar a fatura dentro de um prazo de seis a oito meses, a tempo de aproveitar os recursos arrecadados em obras em Catalão antes do fim do seu mandato.

Caiado e Lula lado a lado é questão de pouco tempo

Não têm sentido as dúvidas ainda levantadas pelos jornais sobre o futuro relacionamento entre o governador Ronaldo Caiado e o presidente Lula da Silva por conta de diferenças ideológicas e partidárias. É especulação jornalística furada.

É fácil antecipar: o entrosamento será o melhor possível. Ambos são homens públicos sérios e republicanos no exercício dos seus cargos, como já demonstraram. Caiado esteve na reunião de Lula com os governadores e foi um dos destaques do evento. Logo, logo, receberá Lula em Goiás.

Além disso, o governador tem diálogo com a maioria dos luminares do novo Ministério. E até mesmo com a presidente nacional do PT Gleisi Hoffman, personagem influente da gestão Lula 3, com quem restabeleceu relações cordiais na época dos mandatos comuns na Câmara Federal e no Senado da República.

Querem mais? O União Brasil, partido do governador, está meio que mais ou menos na base de lula, bem mais do que menos. Representantes do partido ocupam ministérios. O senador Davi Alcolumbre, chegadíssimo ao ex-colega goiano, é uma figura decisivamente influente, tendo indicado o ex-governador do Amapá Waldez Góes para o Ministério da Integração Nacional, porta institucional de entrada para as parcerias entre Estados e União. Significa que, para Goiás, o governo federal apresenta-se 100% aberto.

Não vai demorar e as leitores e os leitores poderão conferir as fotos sorridentes de Caiado e Lula, lado a lado. É questão de pouco tempo.