TRANSIÇÃO É DESAFIO PARA CAIADO
O governador eleito Ronaldo Caiado pisa sobre ovos na questão da transição entre a atual e a sua gestão. Há receio de armadilhas plantadas pelos atuais controladores do Estado, que têm escondido como podem a verdadeira a sua verdadeira situação fiscal. Zé Eliton, na semana passada, repetiu que está tudo bem e que não vai haver problemas financeiros até o final do ano. Mas os pagamentos em atraso se acumulam, inclusive na delicada questão da folha de pagamento do funcionalismo, que não foi quitada corretamente em relação ao mês de setembro. Ninguém no entorno de Caiado acredita que o governo abrirá de fato sua caixa preta para uma possível equipe de transição. O governador eleito só entrará nesse jogo se for nos seus termos e não nos propostos por Zé Eliton.
MARCONI SOME, MAS O MARKETING CONTINUA
O ex-governador e candidato derrotado ao Senado Marconi Perillo desapareceu. Como tem muitas residências – em Goiânia, São Paulo e Pirenópolis, dentre outras –, nem os amigos mais chegados sabem onde encontrá-lo. É óbvio que ele não deve ainda ter superado a ressaca da derrota, muito pior do que qualquer um poderia imaginar, ainda mais quando seguida dos fatos policiais que sacudiram Goiás. Nas redes sociais, Marconi e alguns seguidores apaixonados têm feito postagens de tom emocional, embora poucas, citando poemas e pessoas mortas, na tentativa de passar uma imagem de martírio e sofrimento. É o marketing da desgraça.
ORÇAMENTO IMPOSITIVO NÃO VALE A BRIGA
O governador eleito Ronaldo Caiado estará cometendo um erro grave se comprar a antipatia da Assembleia Legislativa insistindo em suspender ou adiar o orçamento impositivo – uma lei que obriga o governo a pagar obrigatoriamente as emendas orçamentárias propostas pelos deputados estaduais. Primeiro, porque o valor total, por ano, é irrisório, na casa dos R$ 240 milhões. Segundo, em razão de que a maioria das emendas acaba se referindo a despesas que seriam realizadas de qualquer forma, por conta da margem de gastos constitucionalmente reservada para Educação, Saúde e Segurança Pública. E, terceiro, porque o próprio Caiado, no Congresso Nacional, lutou para aprovar a mesma medida em caráter nacional. Portanto, além de incoerência, ficar contra o orçamento impositivo seria nada mais nada menos que assumis desgastes desnecessários com o Poder Legislativo.
PRIMO DO GOVERNADOR NA ELEIÇÃO PARA A OAB-GO
A eleição classista mais importante do Estado, a da OAB-GO, será travada entre o atual presidente Lúcio Flávio e o oposicionista Pedro Paulo de Medeiros. Aproveitando o momento, um primo do governador eleito Ronaldo Caiado, o presidente do Sindicato dos Advogados de Goiás Alexandre Caiado, tenta se meter no meio, oferecendo-se como terceira via – mesmo desaconselhado pelo núcleo duro do futuro ocupante do Palácio das Esmeraldas, receoso de desgastes com mais um membro da família tentando ganhar espaços de poder em Goiás. Detalhe: Alexandre Caiado foi candidato a deputado estadual, em 2002, pelo PFL, e perdeu a eleição com 5.500 votos. A data para a votação da OAB-GO é 30 de novembro.
HAVERÁ RENOVAÇÃO EM APARECIDA PARA 2020
O grupo político liderado por Maguito Vilela em Aparecida está convencido de que, no andar da carruagem, o prefeito Gustavo Mendanha chegará enfraquecido à eleição para a sua sucessão, em 2020. O resultado das urnas criou alternativas como o deputado federal eleito Glaustin da Fokus e fortaleceu outras como Delegado Valdir, o mais votado para a Câmara Federal no município, e Professor Alcides, também eleito deputado federal, além de João Campos, que teve boa votação na cidade. Com exceção do professor Alcides, os demais são nomes de renovação em Aparecida e podem complicar o futuro do atual prefeito. Uma alternativa considerada é o lançamento do próprio Maguito, mais uma vez, desde que se consiga a desistência de Gustavo Mendanha, que não está bem.
VEM AÍ A PAZ ENTRE CAROÇO E ROLLER
Entre os seis deputados estaduais eleitos pelo PSDB, a dúvida é sobre quem deverá se sentar primeiro no colo de Ronaldo Caiado. O mais cotado é Sebastião Caroço, até agora inimigo mortal do prefeito de Formosa Ernesto Roller, principal nome do entorno caiadista (responsável, inclusive, pela operação que levou Lincoln Tejota para a vice-governadoria). Já há articuladores falando em uma pacificação entre os dois, tendo como justificativa o reforço da bancada do futuro governo na Assembleia e a pavimentação da reeleição de Roller em 2020. Roller, no passado, foi pupilo de Caroço, que o lançou na política.
MDB VAI APOIAR UNIDO O NOVO GOVERNO
A decisão do diretório estadual do MDB liberando os filiados para se posicionarem como quiserem em relação ao governo Ronaldo Caiado criou a jurisprudência necessária para encerrar os processos dos dissidentes que não se perfilaram com Daniel Vilela na última campanha. Isso significa que prefeitos como Adib Elias (Catalão), Paulo do Vale (Rio Verde), Ernesto Roller (Formosa) e Renato de Castro (Goianésia), que ficaram com Caiado desde lá atrás, terão os seus processos de infidelidade extintos. E mais: é bem provável que o partido venha a confluir, unido, para o apoio ao novo governo.
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