POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt
NÃO EXISTE REGRA NA POLÍTICA CONTRA ANTECIPAÇÃO DE ALIANÇAS E CHAPAS, COMO É O CASO DO DEM E MDB
É algum barulho para nada, parafraseando o título da peça de Shakespeare, a propósito do noticiário de O Popular sobre uma suposta insatisfação dentro da base governista com a aliança entre o DEM e o MDB e, mais ainda, com a provável figuração de Daniel Vilela na vaga de vice na chapa da reeleição do governador Ronaldo Caiado. Quem é que tem credencial para questionar um político com a autoridade moral de Caiado, sem falar na experiência e conhecimento, quanto a decisão de antecipar acordos para 2022 – e, também, onde está escrita a regra de que ajustes para a formação de coligações e demais definições eleitorais não podem ser tomadas com antecipação de um ano? Outra: em política, não há como produzir consensos com base de 100% de aprovação, mas, sim, alicerçados em maioria, quanto maior, melhor, em especial quando é notório que cabe ao candidato a governador (ou a qualquer cargo majoritário) a responsabilidade de delinear as suas estratégias e muitas vezes apontar os nomes que irão acompanhá-lo nas poucas vagas disponíveis, a de vice e a de senador, no caso da eleição do ano que vem. Se Caiado deixasse para a última hora, os insatisfeitos seriam os mesmos de agora. O anúncio digamos assim precoce de composição com o MDB, com o desdobramento inevitável de Daniel Vilela na vice, tem uma vantagem que se alinha com o estilo Caiado na política, que é a oportunidade para que os demais interessados tenham tempo para se acomodar ou reagir. É ou não é?
VANDERLAN ESTÁ FORA DE CONSPIRAÇÕES CONTRA O COMANDO DE CAIADO
Apesar de sempre citado em especulações sobre eventuais viradas de mesa ou conspirações contra o comando do governador Ronaldo Caiado, em especial diante da montagem da chapa majoritária para 2022, parece claro, hoje que o senador Vanderlan Cardoso não vai se alinhar com esse tipo de articulação, em hipótese alguma. Ele tem mostrado firmeza absoluta nas declarações a favor de Caiado e, mesmo reclamando de que o governador é de pouca conversa nessa área, repete que tudo tem a sua hora e que acredita que oportunamente algum diálogo se estabelecerá. Que ninguém conte com Vanderlan para remar contra o barco governista em 2022.
HOSPITAL MUNICIPAL DE APARECIDA É UM ANTRO CORRUPÇÃO
Pelo menos duas dezenas de agentes da Polícia Civil amanheceram na quinta-feira, 16, no Hospital Municipal de Aparecida, vitrine da gestão do prefeito Gustavo Mendanha até que ele mesmo, depois de operações passadas investigando corrupção na condução do hospital, deixou de falar e de propagandear a suposta excelência do estabelecimento. Em inquéritos anteriores da Polícia Civil, a mulher do secretário municipal de Fazenda André Rosa foi flagrada em uma sala despachando exames laboratoriais superfaturados. Sim: a sra. Edlaine Rosa estava lá, com as mãos na massa. Intimada a depor, ela e o marido alegaram o direito constitucional de não produzir provas contra si mesmos e permaneceram calados durante os depoimentos. Mais suspeitos, impossível. Mendanha, na época, não deu um pio. Como não teve a ombridade de se pronunciar nesta última operação, fingindo que não é com ele, mandando a Secretaria de Saúde emitir uma nota escapista. Mas mantém André Rosa na sua equipe, como gerente do bem fornido caixa da prefeitura e rei das consultorias sem licitação, desafiando as evidências e confiando na impunidade.
FALTA DE OPOSIÇÃO ACABA ESTIMULANDO A CORRUPÇÃO, EM QUALQUER GOVERNO
Um novo inquérito da Polícia Civil apura pagamentos da prefeitura de Aparecida à OS que gerencia o HMAP baseados em notas frias, além da transferência imediata de dinheiro, a cada crédito, para “pessoas íntimas”, conforme a expressão usada pelo delegado que comanda a Operação Parasitas. Quem são elas? Aparecida está podre. Como a oposição foi cooptada via folha de pagamento da prefeitura, o grupo de Gustavo Mendanha tomou os freios nos dentes e acha que pode tudo. A prefeitura tem mais de uma dezena de contratos de consultoria sem licitação. É bom que todos saibam, leitoras e leitores, que a defesa da candidatura própria do MDB em 2022, bandeira do prefeito, não passa de fachada para a sua insatisfação com as investigações, que ele atribui espertamente a uma perseguição do governador Ronaldo Caiado e não às irregularidades que saltam à vista: o secretário de Saúde de Aparecida, para quem não sabe, está condenado à prisão por desviar recursos do Hospital Araújo Jorge – logo esse – e só não está na cadeia porque, como todo criminoso, se aproveita da fartura de recursos que a legislação penal do país oferece aos réus, até mesmos os mais depravados. Será que, se por acaso as investigações cessassem, Mendanha apoiaria a aliança do MDB com o DEM?
HMAP É – OU ERA – VITRINE DA GESTÃO DE MENDANHA, MAS VIROU UM ANTRO
O HMAP é uma das joias do legado de Maguito Vilela para Aparecida e, por que não? até mesmo para Goiás. Mas a gestão de Mendanha o mergulhou na lama mais infecta. Aos poucos, as sucessivas ações da Polícia Civil estão abrindo a sua caixa preta e expondo a imundície que não é compatível, de jeito nenhum, com um hospital, caso que é muito mais grave por envolver vidas. Anotem, leitoras e leitores, a corrupção em Aparecida não está só na área de Saúde. Vai muito além. Provavelmente está na raiz das divergências entre Mendanha e Daniel Vilela, podem apostar. Mas isso será objeto de outro comentário.
CRISTIANE SCHMIDT SE CONSOLIDA COMO A MELHOR SECRETÁRIA DA FAZENDA DA HISTÓRIA RECENTE
A economista carioca Cristiane Schmidt é um sucesso como secretária da Fazenda, ainda mais depois de uma série de acontecimentos favoráveis, como a elevação contínua da arrecadação de ICMS desde a sua posse, alcançando hoje patamares inéditos e extremamente positivos para a saúde financeira do Estado. Ela e o governador Ronaldo Caiado, além disso, conseguiram suspender por praticamente dois anos o pagamento das parcelas da dívida, sonho de todos os governadores do passado, inclusive um que tem criticado esse adiamento das prestações – Marconi Perillo. A expressiva ajuda federal durante a pandemia do novo coronavírus, por se tratar de ingresso de dinheiro vivo no Tesouro Estadual, acabou ajudando o governador Ronaldo Caiado a encontrar alívio para as contas da sua gestão (e é preciso lembrar também a liberação dos depósitos judiciais, além da redução geral das despesas, eliminação dos privilégios do funcionalismo e racionalização administrativa). Adicione-se a tudo isso a redução progressiva dos incentivos fiscais, que impulsionará as receitas e representa R$ 2 bilhões a mais por ano, e se concluirá que nunca ninguém contou com um quadro tão positivo na gestão das finanças governamentais em Goiás. É como se diz: se nem tudo é de autoria da Dra. Cristiane, ela mostrou que tem sorte – e esse é um fator, imponderável, que pesa muito. Quem não tem, dança. Exemplo: a sua antecessora Ana Carla Abrão Costa não se saiu bem porque, entre outras falhas, era azarada e nunca foi beneficiada por uma única novidade positiva quando foi secretária estadual da Fazenda.
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