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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 21 de novembro de 2018

21/11/2018 às 09h10


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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CAIADO PODE COMEÇAR SEM MEDIDAS DE IMPACTO

Os primeiros momentos do governo Ronaldo Caiado, ao contrário do que se espera, poderão vir sem nenhuma medida de impacto e até mesmo com o secretariado incompleto, na medida em que a ausência de um processo de transição realista irá deixar a nova gestão sem elementos concretos para as suas decisões iniciais. Caiado e seu círculo próximo já estão convencidos de que somente após a posse – e em tempo indeterminado – é que conhecerão a fundo a verdadeira situação do Estado, que, obviamente, se imagina como calamitosa. Uma vez de posse do diagnóstico, o que pode levar semanas, é que seriam adotadas as ações necessárias para o ajuste fiscal e administrativo que vai colocar o governo no rumo adequado.

 

PRESIDÊNCIA ESTADUAL DO PSDB NÃO É SÓ ABACAXI

Politicamente, o cargo de presidente estadual do PSDB não passa de um enorme abacaxi, já que quem o assumir, a partir do início do ano que vem, receberá um partido em cacos e que provavelmente passará por uma sangria desatada de quadros. Mas haverá uma compensação: as verbas do fundo partidário, que garantem as despesas do transporte, escritório, telefones, viagens (inclusive aéreas), secretárias e tudo o mais. É isso que torna a função atraente, ou seja, as vantagens e mordomias que conferirá ao seu ocupante e demais medalhões do tucanato goiano. Em tempos bicudos, qualquer estrutura vale ouro.

 

NA ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS, BALDY NÃO FICA

É perda de tempo a movimentação do deputado federal Delegado Waldir para tentar impedir a permanência de Alexandre Baldy no Ministério das Cidades ou a sua transferência para qualquer outra pasta ou cargo de importância no governo de Jair Bolsonaro. O novo presidente já fixou como diretriz a completa renovação dos quadros de importância da sua gestão, do 1º ao 3º escalões. Baldy está condenado a voltar para Goiás, onde pode até se ajeitar com o governo de Ronaldo Caiado, ou a conseguir emprego em alguma gestão estadual, como a de João Dória, em São Paulo, por exemplo. Na Esplanada dos Ministérios, a partir de 1º de janeiro, ele não fica de jeito nenhum.

 

DELEGADO WALDIR ATRAPALHA JOÃO CAMPOS

A insistência do Delegado Waldir em também se colocar como candidato a presidência da Câmara dos Deputados está prejudicando a postulação de João Campos ao posto, esta, sim, com possibilidades de sucesso. Se não une a própria casa, isto é, a bancada goiana, em torno do seu nome, a candidatura de Campos ganha automaticamente um gosto ruim. E o pior é que Delegado Waldir não tem a menor chance, mesmo porque até o presidente eleito Jair Bolsonaro já disse que o nome da sua preferência é o do parlamentar goiano do PRB, que, segundo notícias da imprensa nacional, vem crescendo silenciosamente nos bastidores de Brasília.

 

FALTAM QUADROS PARA O NOVO SECRETARIADO

Admita ou não, o fato é que o governador Ronaldo Caiado terá dificuldades para localizar quadros próximos à sua liderança para preencher o seu secretariado. Fatalmente, será obrigado a recorrer a nomes que nunca privaram da sua amizade ou confiança, principalmente se quiser montar uma administração com auxiliares de expressão técnica e política. Problema: um secretário de Estado ou titular de cargo de 2º escalão, no governo de Goiás, ganha em torno de R$ 15 mil reais líquidos mensais, o que é uma ninharia em comparação aos ganhos oferecidos pelo mercado privado. E ainda fica exposto a ações e improbidade movidas pelo Ministério Público em caso de irregularidades ou erros cometidos pelos seus subordinados hierárquicos.

  

ALÔ MAGUITO: IRIS, QUANDO DIZ QUE NÃO É, É

Pela intensidade com que está se movimentando com vistas a uma candidatura a prefeito de Goiânia, Maguito Vilela deve ter recebido alguma sinalização efetiva de que Iris Rezende não disputará a reeleição. As últimas declarações públicas do ex-prefeito de Aparecida são muito contundentes: só não disputará em Goiânia se o seu filho Daniel Vilela quiser o lugar. Maguito não fez ao velho cacique emedebista, o que pode significar que recebeu uma liberação para se mexer como candidato. Mas, em se tratando de Iris, todo cuidado é pouco: quando ele diz que não é, é porque é.

 

MARCONI NÃO FALA MAL DO NOVO GOVERNO

Os poucos e raros interlocutores que estiveram com Marconi Perillo depois da derrota eleitoral não ouviram nenhum comentário depreciativo sobre o governador eleito Ronaldo Caiado. O tucano se limita a afirmar que é preciso dar tempo para que a nova gestão mostre a sua cara, antes de firmar qualquer estratégia de oposição – o que sugere divergência em relação ao governador findante Zé Eliton, que chegou a reunir os deputados eleitos para proferir uma aula sobre como se antagonizar com o governo que vem aí. Sobre Jorge Kajuru e Vanderlan Cardoso, vencedores da corrida pelas duas vagas no Senado, nenhuma palavra.

 

EM RESUMO

  • Embora sob a alegação de que participará de seminário sobre gestão pública, a viagem de Ronaldo Caiado a Londres terá mesmo a prosaica finalidade de descanso, depois do ritmo intenso dos últimos meses.

 

  • Nunca um governador terá gostado tanto de habitar o Palácio das Esmeraldas como Zé Eliton, que sempre passou a maior parte do seu tempo, mesmo durante a campanha, enclausurado na Casa Verde.

 

  • Zé Vitti foi sondado para comandar a Agehab no governo Ronaldo Caiado. Pode parecer um cargo pequeno para quem esteve na presidência da Assembleia, mas a estrutura e as verba disponíveis estão entre as maiores do Estado.

 

  • Nem mesmo os deputados do PT – Antonio Gomide e Adriana Accorsi – mostram disposição para fazer oposição a Ronaldo Caiado, que caminha para se relacionar com uma Assembleia totalmente mamão com açúcar.

 

  • Como previsto, foi só tempestade em copo d’água: morreu completamente o assunto da expulsão dos dissidentes do MDB que apoiaram Ronaldo Caiado ao governo em detrimento de Daniel Vilela.

 

  • O anunciado encerramento do programa Goiás na Frente deixou na mão mais de 150 prefeitos, que aguardavam repasses do Governo do Estado em torno de R$ 300 milhões de reais – dinheiro que virou fumaça no ar.

 

  • Adib Elias e Ernesto Roller vivem dias de indecisão: se quiserem, terão lugar de destaque no governo Ronaldo Caiado, mas, isso, desde que venham a renunciar aos seus mandatos de prefeito (Catalão e Formosa).

 

  • O ajuste nos benefícios fiscais para empresas instaladas em Goiás vai inevitavelmente levar algumas delas a se mudar daqui, mas é o preço a se pagar pela recuperação da estabilidade financeira do governo do Estado.

 

  • Diante das nuvens negras no horizonte administrativo do Estado, só mesmo apelando a ave-marias e pai nossos: Ronaldo Caiado pediu ao arcebispo dom Washington Cruz que reze pelo seu sucesso no governo.