CAIADO PODE COMEÇAR SEM MEDIDAS DE IMPACTO
Os primeiros momentos do governo Ronaldo Caiado, ao contrário do que se espera, poderão vir sem nenhuma medida de impacto e até mesmo com o secretariado incompleto, na medida em que a ausência de um processo de transição realista irá deixar a nova gestão sem elementos concretos para as suas decisões iniciais. Caiado e seu círculo próximo já estão convencidos de que somente após a posse – e em tempo indeterminado – é que conhecerão a fundo a verdadeira situação do Estado, que, obviamente, se imagina como calamitosa. Uma vez de posse do diagnóstico, o que pode levar semanas, é que seriam adotadas as ações necessárias para o ajuste fiscal e administrativo que vai colocar o governo no rumo adequado.
PRESIDÊNCIA ESTADUAL DO PSDB NÃO É SÓ ABACAXI
Politicamente, o cargo de presidente estadual do PSDB não passa de um enorme abacaxi, já que quem o assumir, a partir do início do ano que vem, receberá um partido em cacos e que provavelmente passará por uma sangria desatada de quadros. Mas haverá uma compensação: as verbas do fundo partidário, que garantem as despesas do transporte, escritório, telefones, viagens (inclusive aéreas), secretárias e tudo o mais. É isso que torna a função atraente, ou seja, as vantagens e mordomias que conferirá ao seu ocupante e demais medalhões do tucanato goiano. Em tempos bicudos, qualquer estrutura vale ouro.
NA ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS, BALDY NÃO FICA
É perda de tempo a movimentação do deputado federal Delegado Waldir para tentar impedir a permanência de Alexandre Baldy no Ministério das Cidades ou a sua transferência para qualquer outra pasta ou cargo de importância no governo de Jair Bolsonaro. O novo presidente já fixou como diretriz a completa renovação dos quadros de importância da sua gestão, do 1º ao 3º escalões. Baldy está condenado a voltar para Goiás, onde pode até se ajeitar com o governo de Ronaldo Caiado, ou a conseguir emprego em alguma gestão estadual, como a de João Dória, em São Paulo, por exemplo. Na Esplanada dos Ministérios, a partir de 1º de janeiro, ele não fica de jeito nenhum.
DELEGADO WALDIR ATRAPALHA JOÃO CAMPOS
A insistência do Delegado Waldir em também se colocar como candidato a presidência da Câmara dos Deputados está prejudicando a postulação de João Campos ao posto, esta, sim, com possibilidades de sucesso. Se não une a própria casa, isto é, a bancada goiana, em torno do seu nome, a candidatura de Campos ganha automaticamente um gosto ruim. E o pior é que Delegado Waldir não tem a menor chance, mesmo porque até o presidente eleito Jair Bolsonaro já disse que o nome da sua preferência é o do parlamentar goiano do PRB, que, segundo notícias da imprensa nacional, vem crescendo silenciosamente nos bastidores de Brasília.
FALTAM QUADROS PARA O NOVO SECRETARIADO
Admita ou não, o fato é que o governador Ronaldo Caiado terá dificuldades para localizar quadros próximos à sua liderança para preencher o seu secretariado. Fatalmente, será obrigado a recorrer a nomes que nunca privaram da sua amizade ou confiança, principalmente se quiser montar uma administração com auxiliares de expressão técnica e política. Problema: um secretário de Estado ou titular de cargo de 2º escalão, no governo de Goiás, ganha em torno de R$ 15 mil reais líquidos mensais, o que é uma ninharia em comparação aos ganhos oferecidos pelo mercado privado. E ainda fica exposto a ações e improbidade movidas pelo Ministério Público em caso de irregularidades ou erros cometidos pelos seus subordinados hierárquicos.
ALÔ MAGUITO: IRIS, QUANDO DIZ QUE NÃO É, É
Pela intensidade com que está se movimentando com vistas a uma candidatura a prefeito de Goiânia, Maguito Vilela deve ter recebido alguma sinalização efetiva de que Iris Rezende não disputará a reeleição. As últimas declarações públicas do ex-prefeito de Aparecida são muito contundentes: só não disputará em Goiânia se o seu filho Daniel Vilela quiser o lugar. Maguito não fez ao velho cacique emedebista, o que pode significar que recebeu uma liberação para se mexer como candidato. Mas, em se tratando de Iris, todo cuidado é pouco: quando ele diz que não é, é porque é.
MARCONI NÃO FALA MAL DO NOVO GOVERNO
Os poucos e raros interlocutores que estiveram com Marconi Perillo depois da derrota eleitoral não ouviram nenhum comentário depreciativo sobre o governador eleito Ronaldo Caiado. O tucano se limita a afirmar que é preciso dar tempo para que a nova gestão mostre a sua cara, antes de firmar qualquer estratégia de oposição – o que sugere divergência em relação ao governador findante Zé Eliton, que chegou a reunir os deputados eleitos para proferir uma aula sobre como se antagonizar com o governo que vem aí. Sobre Jorge Kajuru e Vanderlan Cardoso, vencedores da corrida pelas duas vagas no Senado, nenhuma palavra.
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