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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 21 De Março De 2023

21/03/2023 às 12h40


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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O recorde de aprovação de Caiado, segundo a voz do povo

 

A soma de ótimo e bom de Caiado é de 61,9%, conforme pesquisa fechada pelo instituto Serpes

 

O governador Ronaldo Caiado acaba de cravar um recorde: sua aprovação, segundo a voz do povo, ou seja, o insuspeito instituto Serpes, alcança 61,9%, conforme pesquisa fechada nesta semana. E não há nesse índice o golpe do “regular”, ou seja, a inclusão dos entrevistados que optam por essa avaliação, para elevar o positivo. Não. Os 61,9% incluem apenas quem considera o governador ótimo (28,4%) e bom (33,5%).

São números espetaculares. Acima, inclusive, dos ostentados por Caiado em qualquer momento do seu primeiro mandato. Acaso acrescentados os pontos atribuídos ao “regular” (23,6%), o governador escalaria os 85,5% de opiniões no mínimo condescendentes com a sua pessoa e com a sua administração. E isso avalizado pela empresa de pesquisas de maior credibilidade em toda a história de Goiás.

Por trás desses percentuais, há um universo a analisar. Nenhum governante é perfeito, mas Caiado tem méritos. Sua principal diferença em relação aos seus antecessores é a responsabilidade. Do ponto de vista fiscal, consertou o Estado, hoje gastando menos do arrecadado, a cada mês. Em vez de obras, priorizou as áreas de maior interesse para a população: Saúde, Educação e Segurança. Só que agora, no segundo mandato, tem dinheiro em caixa para construir hospitais, escolas, rodovias e o que mais quiser. Está à vontade.

O Popular recebeu mal a pesquisa. A coluna Giro distorceu a notícia, promovendo uma confusa salada de algarismos para sugerir que a aprovação caiu. Não é verdade. Subiu. O levantamento do Serpes é taxativo, resistente a qualquer tipo de desonestidade na sua interpretação. Caiado, para desconsolo da turma do contra, está bem. Bem, não. Muito bem.

Afora as conquistas do governo, a ausência de oposição ajuda o governador. Os adversários não sabem o que dizer. Um exemplo é o ex-governador Marconi Perillo. Do alto da sua experiência de quatro mandatos no Palácio das Esmeraldas, o tucano poderia apresentar uma visão alternativa de gestão. Não o faz e se reduz a ataques raivosos, sem perceber o quanto se apequena. Anotem, leitoras e leitores, o mais importante: Caiado tem espaço para melhorar ainda mais.

O mal contado caso do convite do PP a Pedro Sales

Sem disputar qualquer eleição até hoje e mesmo sem muita prática política propriamente dita, o secretário estadual de Infraestrutura Pedro Sales passou a ser citado como candidato a cargos de peso, como o de prefeito de Goiânia, o de vice-governador e, sem exagero, o de governador.

Super Pedro, como os amigos mais chegados brincam com ele devido ao acúmulo de poderes administrativos nas suas mãos com a pasta recém-assumida, sem falar na confiança absoluta nele depositada pelo governador Ronaldo Caiado, atrai as atenções. E é alvo dos oportunistas interessados pegar carona no crescimento do seu prestígio dentro do governo e nas perspectivas para a sua carreira.

No mínimo, ele vai se candidatar a deputado federal em 2026. Enquanto isso, é assediado. Isso explica o noticiário sobre um suposto almoço com a cúpula do PP em Goiás, na casa do deputado estadual Jamil Calife, quando teria ouvido um convite para se filiar ao partido e disputar a prefeitura de Goiânia em 2024.

A estória é para lá de esquisita. De cara, Pedro Sales foi, sim, à casa de Jamil Calife. Só que, chegando lá, os pratos já estavam na lava louças. Conversou em separado com Alexandre Baldy a propósito de assuntos da Agehab, que o ex-ministro assume em breve, aliás a pedido de Caiado. Fez uma sala rápida com os demais presentes – entre eles os deputados José Nelto, estadual, e Adriano do Baldy, federal. Segundo uma fonte deste blog que participou de tudo, em momento algum se mencionou tanto a filiação ao PP quanto a candidatura na capital.

Por que então o “evento” foi parar no trending topics da imprensa estadual, ou seja, na coluna Giro, em O Popular, onde foi apresentado como marcante em termos das especulações sobre a sucessão do prefeito Rogério Cruz? E, mais interessante ainda, não sendo inteiramente uma verdade, mas uma distorção do que realmente houve no tal “almoço”, inexistente pelo menos para Super Pedro.

Cabe a quem esteve na casa de Jamil Calife esclarecer. Pedro Sales fez a sua parte, publicando na mesma coluna Giro uma declaração objetiva reafirmando ter boas relações com todos no PP e que a questão de Goiânia depende de uma definição de Caiado, que, lembra, tem uma parceria administrativa com Cruz. E ainda deixa no ar: daí pode surgir uma aliança eleitoral. Por enquanto, é cedo para acreditar no contrário.

Vanderlan: “Quem disse que sou candidato a prefeito?”

O senador Vanderlan Cardoso não fala sobre a sua candidatura a prefeito de Goiânia. Não se sabe se será. Em fevereiro, foi procurado pelo deputado federal Gustavo Gayer, que lhe ofereceu apoio em troca do voto em Rogério Marinho para a presidência do Senado. Resposta: “E quem disse que sou candidato?”. Na sequência, ajudou Rodrigo Pacheco a se eleger e ganhou a presidência da segunda comissão mais importante da Casa, a de Assuntos Econômicos – aliás merecidamente. Ali, como vice-presidente, já vinha tendo uma intensa e destacada atuação.

Imagina-se que Vanderlan tem boas chances quanto ao Paço Municipal. Enfrentou portentos como Iris Rezende e Maguito Vilela, nos últimos pleitos, perdeu, porém nas duas vezes se habilitou ao 2º turno. É inquestionável o seu recall, ou seja, a lembrança do seu nome entre o eleitorado da capital, bem como a visão de que, sendo bem-sucedido como empresário, tem como ponto positivo o perfil gerencial demandado para a gestão da capital. Seria sem dúvida alguma um candidato competitivo.

Mais: um provável vencedor se contasse com o apoio do governador Ronaldo Caiado, quem sabe o cabo eleitoral de maior peso em Goiânia. Em 2022, Caiado teve 44% dos votos das goianienses e dos goianienses. Vanderlan teve Caiado ao seu lado contra Maguito, em 2020, só que não retribuiu quando o governador buscou a renovação do mandato. Por isso, não poderá contar com essa ajuda, de jeito nenhum.

Há ainda a questão dos bolsonaristas, que parecem constituir a maioria do eleitorado na região metropolitana. Vanderlan deu respaldo a Jair Bolsonaro no Senado, porém sem se queimar. Não foi tão longe quanto outros radicais. Daí o inevitável: é visto com desconfiança entre o chamado “gado”, para os quais só servem extremistas.

Se Gustavo Gayer disputar a prefeitura, parte considerável dos fanáticos pelo ex-presidente fica com ele. Em um eventual 2º turno, Gayer fora, retornariam para o senador. Mas, hoje, não há certeza se Vanderlan se candidatará. Movimentos seus sugerem que levantou a mira e passou a focar o Palácio das Esmeraldas em 2026. Rompeu com Caiado por discordar da designação prévia do vice Daniel Vilela como o nome irrecorrível da base aliada para a próxima sucessão. O governo do Estado, portanto, pode ser o seu objetivo e não Goiânia.

Testemunhas complicam a vida da deputada Vivian Naves

Cerimônia de entrega de cestas básicas em Anápolis: benefício em troca de votos

 

A deputada estadual Vivian Naves, esposa do prefeito de Anápolis Roberto Naves, corre o risco de durar pouco no mandato conquistado em 2022. Ela é alvo do Ministério Público Eleitoral em um processo que denuncia o uso irregular de recursos da prefeitura na sua campanha, em especial obrigar funcionários municipais a trabalhar na campanha.

Algo simples para resolver na Justiça Eleitoral? Ao contrário. O caso é da maior gravidade possível. As provas são contundentes. Dois servidores humildes da prefeitura prestaram depoimentos arrasadores: Fellipe Braga e Lucíola da Silva Santos. Eles contaram que foram forçados a participar de atos de panfletagem e de distribuição de cestas básicas, orientados a citar o nome da primeira-dama como responsável pelos benefícios.

Não só as declarações de cada um, no entanto. Ambos forneceram prints de um grupo no WhatsApp citando locais e horários em que os funcionários deveriam trabalhar como cabos eleitorais de Vivian Naves. Um chefe de seção passava pela manhã colhendo assinaturas em um caderno, informando onde seria a panfletagem. Depois, no local determinado, ele colhia novamente as assinaturas e “filmava as pessoas com o celular” para confirmar a presença. Tudo isso com ameaças expressas de punição, pelo WhatsApp. Um escândalo, protagonizado por gente que se achava acima da lei.

Há muito mais na denúncia do MPE. Por muito menos, políticos já terminaram cassados pela Justiça Eleitoral, aliás em tempos de menor dureza e assertividade, caso do deputado estadual, na época, José Nelto, que perdeu o mandato em razão do testemunho de um motorista de caminhão de mudanças em troca de votos, contratado por ele. Hoje é muito pior. Não há nenhuma complacência. Errou, cometeu crime para se eleger, não há escapatória. E não só Vivian Naves. Seu marido, Roberto, também foi acusado de improbidade pelo favorecimento da candidata com recursos públicos. Essa estória toda vai acabar muito mal para o casal.