POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt
COM DEM-MDB JUNTOS, DESTINO DE TEJOTA DEVE ACABAR SENDO A VAGA DO SEU PAI NO TCE
A pergunta de todos fazem, no momento, não é sobre a reação que o prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha terá quando for anunciada a oficialização da aliança entre o DEM e o MDB, mas, sim, o que acontecerá quanto ao atual vice-governador Lincoln Tejota – que praticamente perderá a condição de acompanhar o governador Ronaldo Caiado na chapa da reeleição. Mendanha é um problema menor. Tejota, não. É público e notório que a sua substituição por Daniel Vilela seria muito mais benéfica para que Caiado venha a alcançar mais um mandato, já que o emedebista significaria a retirada do oxigênio que poderia alimentar a oposição em 2022. Resolver a parada com Tejota, portanto, será um desafio e tanto. Fontes ligadas a ele dizem que o problema não é tão sério assim. Apontam para a eventualidade da aposentadoria do seu pai, o conselheiro do TCE Sebastião Tejota, com o vice deixando o cargo para assumir a vaga – detalhe muito importante: por indicação da Assembleia, o que preservaria Caiado dos desgastes inevitáveis que viriam da transferência familiar de uma função pública tão importante. Difícil acontecer? Nem um pouco. O presidente Lissauer Vieira tem o controle necessário da Assembleia para garantir a aprovação e em um zastrás o espaço estaria aberto para o acolhimento de Daniel Vilela na chapa e o fechamento de um acordo partidário – DEM-MDB – que seria histórico para Goiás.
LISSAUER VIEIRA: DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA EM RIO VERDE NO INÍCIO DE AGOSTO
As eleições de 2022 já estão no radar da classe política em Goiás, desencadeando um incontrolável processo de articulações em todas as frentes, seja governo, seja oposição. Um passo importante será dado em Rio Verde, logo no início de agosto, isto é, daqui a duas semanas, quando o presidente da Assembleia Lissauer Vieira – que tem sua base eleitoral na região do Sudoeste – promoverá um encontro de 50 prefeitos com o governador Ronaldo Caiado. O evento pode ser visto como uma demonstração de força, deixando claro que, se necessário e se for convocado, Lissauer estará habilitado a assumir a candidatura a vice-governador na chapa da reeleição de Caiado. De qualquer forma, proporcionará um bom momento para as forças governistas, hoje em expansão com a chegada de 27 dos 28 prefeitos do MDB defendendo o apoio do partido à recondução do atual governador a mais um mandato.
OS 27 PREFEITOS VÃO AGORA SE REUNIR COM MENDANHA, SE ELE OS RECEBER
Em algum momento, nos próximos dias, os 27 prefeitos do MDB que assinaram a favor da aliança do partido com o DEM vão se encontrar com o governador Ronaldo Caiado para indicar Daniel Vilela para a vice e Luiz do Carmo para o Senado, na chapa da reeleição do ano que vem. O documento já está redigido e assinado. Um porém: antes, vão, os 27, solicitar uma audiência ao prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha. Sendo recebidos, lançarão pessoalmente um apelo a Mendanha, para que ele se incorpore ao movimento, abandonando a miragem da candidatura própria emedebista para ajudar Caiado a conquistar mais um mandato que – entendem os prefeitos – representaria uma continuidade administrativa e política benéfica para o Estado.
ADIB ESTÁ PRONTO PARA PERDOAR DANIEL VILELA E VOLTAR AO MDB
O prefeito de Catalão Adib Elias não mais vai se manifestar contra o acordo do DEM com o MDB, partido para o qual – anotem aí – já admite abertamente que deve voltar assim que receber a visita de Daniel Vilela, com as devidas desculpas e o mea culpa sobre o tremendo erro que foi a sua expulsão por apoiar o governador Ronaldo Caiado em 2018. Adib dizia estar cansado de ver o partido perder eleições (foram 6 consecutivas). Agora, quem está “cansado” é Daniel Vilela.
O SOFISMA DE MABEL SOBRE A FALTA DE IMPORTÂNCIA DOS PREFEITOS
Alguém disse por aí, salvo engano o tenebroso Sandro Mabel, inexplicavelmente presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás – FIEG, onde mais prejudica que ajuda o grande empresariado goiano, que os 27 prefeitos do MDB que assinaram o manifesto propondo apoio à reeleição do governador Ronaldo Caiado não têm peso político e, portanto, não deveriam ser ouvidos – na sua opinião porque prefeitos, de um modo geral, carecem de importância eleitoral. Ele lembrou que Marconi Perillo foi eleito com o apoio de apenas 33 em 1998 e que Caiado em 2018 teve o aval de menos ainda, somente 14. Verdade. Este colunista também não acredita que candidatos ao governo possam se beneficiar do apoio de um grande número de prefeitos e que a eleição, no final das contas, se processa na mente coletiva da sociedade. Mas Mabel sofismou. Usou uma grandeza para definir um conceito menor. Ocorre que os 27 prefeitos emedebistas têm peso interno dentro do partido. E muito grande. Não é exagero dizer que, para onde eles penderem, vai o resto dos quadros do MDB, desde, claro, que a cúpula esteja a favor da tese que eles defendem. E, no caso, está. Esse senhor, como se vê, não acerta uma.
O QUE FAZ UM GRANDE LÍDER? CONHECIMENTO E PROFUNDIDADE
Players historicamente pequenos como Jânio Darrot e Gustavo Mendanha, cuja maior experiência na vida é a gestão de Trindade e Aparecida, grandes cidades, mas “corrutelas” politicamente falando, já deveriam ter aprendido que projetos para o futuro devem se embasar mais em ideias e menos em palavras vazias. Sim, eles precisam mostrar escopo e profundidade, não se expressar através de frases genéricas e procurar analisar os processos sociais e históricos com um mínimo de entendimento. Não o fazem. São superficiais, já que carentes de formação e de leitura, limitando-se às suas próprias experiências. Isso não contribui para contribuir uma liderança estadual.
DE ATOR PRINCIPAL, PSDB TORNOU-SE FORÇA POLÍTICA MARGINAL EM GOIÁS
Uma avaliação do cenário estadual hoje mostra que o PSDB perdeu enormemente a sua força e não tem mais figuras de expressão capazes de se equiparar aos maiores nomes da política em Goiás – todos militantes de outras agremiações partidárias, a exemplo, no palco principal, do governador Ronaldo Caiado, do DEM, do prefeito Iris Rezende, do MDB, do presidente estadual do MDB Daniel Vilela, do senador Vanderlan Cardoso, do PP, ou então, nas arenas laterais, de lideranças como os prefeitos Gustavo Mendanha (MDB, Aparecida), Roberto Naves (PP, Anápolis), Adib Elias (Podemos, Catalão) ou Paulo do Vale (DEM, Rio Verde), e ainda citando, para arrematar o raciocínio, a maior promessa dentre todos esses novos nomes, representada pelo presidente da Assembleia Lissauer Vieira, do PSB. Nesse contexto, onde estão os tucanos? Quem, da sigla que mandou em Goiás durante 20 anos e acabou se esvaziando com o envolvimento dos seus quadros em seguidos escândalos de corrupção, que não pouparam as suas expressões máximas – Marconi Perillo e José Eliton, ainda tem importância no partido? O PSDB, senhoras e senhores, acabou em uma cova funda da qual jamais ressuscitará, pelo menos não para a grandeza que já experimentou um dia.
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