MENDANHA PRECISA PROVAR QUE TEM CACIFE ESTADUAL PARA SER RESPEITO COMO LIDERANÇA
O prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha dançou. Ou agindo isoladamente ou se aconselhando com figurinhas não confiáveis, como sempre ocorre com quem tem interesses pessoais acima de qualquer lealdade ou fidedignidade, o rapaz arvorou-se em liderança estadual, o que não é e pelo seu comportamento nunca será, e saiu por esse Goiás afora propondo-se a ser mais do que é e a liderar uma ala do MDB a favor da candidatura própria a governador em 2022 – contra, portanto, a aliança com o DEM do governador Ronaldo Caiado e o apoio à sua reeleição. O blefe não durou muito. Mendanha foi “jantado” pelo seu “irmão” Daniel Vilela, a caminho de se transformar em fenômeno da política estadual, não só pelo bom uso do patrimônio político herdado do pai Maguito Vilela, como pelo amadurecimento e rápida profissionalização no ramo da luta pelo poder. O prefeito aparecidense foi desmoralizado pelo manifesto dos 27 prefeitos do MDB articulado pelo filho e herdeiro político de Maguito Vilela (são 28, no total, só Mendanha não assinou) a favor de um imediato alinhamento com Caiado, quando, dias antes, apregoava que mediante as suas informações 80% do grupo estaria a favor do lançamento de um nome da legenda em 2022. Não passou de blefe.
VANDERLAN, O SENADOR “DESPACHANTE”. OU O SENADOR “PREFEITO”
Repetindo, como esta coluna já mostrou inúmeras vezes, a estratégia que levou Lúcia Vânia à derrota na sua tentativa de continuar no Senado, em 2018, Vanderlan Cardoso se empenha em conseguir verbas e benefícios, como patrolas e tratores, para distribuir a prefeitos amigos. Ele tem despejado recursos de emendas orçamentárias em apoio maciço aos municípios, principalmente na região do Oeste Goiano, onde fica sua cidade natal – Iporá. Tudo bem, tudo bem, não é de se desprezar e também é serviço prestado, mas não é em favores para prefeitos que se deve focar em um mandato de senador – é preciso muito mais, como a lição das urnas ensinou a Lúcia Vânia e de certa forma ao senador Wilder Morais (outro que passou o tempo em Brasília trabalhando como despachante para prefeitos e instituições filantrópicas e também perdeu a eleição). Em Itaberaí, a prefeita Rita Cássia chamou Vanderlan de “senador prefeito”, ao agradecer a ajuda recebida.
PRIORIDADE DE ROGÉRIO CRUZ É CORTAR OS JAMELÕES. ASSIM NÃO DÁ
Sem uma proposta global para Goiânia, o prefeito não eleito Rogério Cruz adotou uma estratégia de realizações miúdas no dia a dia, o “varejão”, para tentar convencer e justificar o seu mandato, até agora sem rumo e disperso quanto aos objetivos. A sua “prioridade” agora é o corte dos jamelões, também conhecidos como “azeitona preta” pelos seus frutos que caem e acabam provocando o descontrole de veículos e acidentes, especialmente com motos, devido aos escorregões – são mais de mil nas ruas da capital. Em condições normais de vida no Paço Municipal, isso não seria notícia. Ou mereceria um rodapé. Os pobres jamelões desapareceriam sem chamar a atenção. Ocorre que, com um prefeito que busca desesperadamente um propósito para alicerçar a sua gestão, dividida hoje entre a conclusão das obras de Iris Rezende e a procura de uma razão para existir, ganharam notoriedade. É a estratégia de juntar os miúdos para tentar construir algo robusto, que nunca dará certo.
TEJOTA PADECE EM SILÊNCIO DIANTE DAS ARTICULAÇÕES PARA O SEU LUGAR
O vice-governador Lincoln Tejota assiste em silêncio às articulações para a efetivação do acordo entre o DEM e o MDB, acompanhadas pela exposição cada vez maior do nome de Daniel Vilela para figurar na chapa da reeleição do governador Ronaldo Caiado como candidato a vice, ou seja, no seu lugar. Caiado tem sido cuidadoso com o assunto, enfatizando nos últimos dias a lealdade e a fidelidade do seu companheiro de governo, mas... mesmo assim, as especulações continuando correndo soltas com base também na falta de representatividade de Tejota para permanecer no cargo após 2022 – não tem apelo eleitoral, seu partido Cidadania não tem expressão e ele não significa mais o que foi no arranjo de 2018, quando simbolizou o enfraquecimento da base aliada dos ex-governadores Marconi Perillo e Zé Eliton. O seu peso praticamente se restringe, no momento, ao potencial de estrago que o seu pai, conselheiro do TCE Sebastião Tejota, pode causar, caso se sinta ofendido com a exclusão do seu filho. Mas há soluções sendo discutidas, assunto a que voltaremos na próxima edição.
ISRAEL NÃO ACEITOU PACIENTES APARECIDENSES COMO COBAIAS
Felizmente não deu em nada: a embaixada de Israel nunca respondeu à oferta do prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha, que ofereceu o Hospital Municipal para testar o spray nasal israelense. O medicamento não tem comprovação de eficácia contra a Covid-19 e é apenas um projeto em andamento em um laboratório de Telavive. Pela proposta de Mendanha, que caiu no vazio, pacientes aparecidenses serviriam de cobaias para a fase de testes do remédio, que pode durar anos. Mas, na verdade, era só marketing do prefeito, mais uma vez. Assim como o presidente Jair Bolsonaro também investiu nessa patacoada.
LISSAUER VIEIRA SE TRANSFORMA EM ARTICULADOR MULTITAREFAS
É avassaladora a ocupação de espaço na política estadual pelo presidente da Assembleia Lissauer Vieira, um dos mais bem sucedidos na história e quadro autêntico de renovação – hoje fiador da governabilidade do governador Ronaldo Caiado, pré-candidato a deputado federal ou a vice-governador e principal articulador da base governista, em processo acelerado de expansão não só dentro do Poder Legislativo, como também em todo o Estado. Ele é também aliado fiel de Caiado, no momento atuando com firmeza e eficiência a favor do acordo do MDB para as eleições de 2022 e com desdobramentos futuros que podem levar Lissauer Vieira a escalar posições ainda mais interessantes para a sua carreira política.
CANDIDATURA DE HENRIQUE MEIRELLES AO SENADO ESTÁ FRAGILIZADA
Existe hoje – e o PSD tem consciência disso – um pessimismo galopante em relação a candidatura ao Senado do ex-ministro e atual secretário de Fazenda de São Paulo Henrique Meirelles, menos figurando na chapa na reeleição do governador Ronaldo Caiado. O raciocínio é simples: a soma de fatores negativos que revestem a postulação de Meirelles é, de longe, muito maior que quaisquer aspectos positivos. A primeira lembrança é a traição representada pela renúncia ao mandato de deputado federal que ele conquistou como o mais votado em 2022 e abandonou, sem sequer assumir, para aceitar o convite do então presidente Lula para presidir o Banco Central. O segundo óbice é a constatação de que, apesar de ser goiano, ele não tem nenhuma identificação com Goiás a ponto de, ao se filiar ao PSD, tê-lo feito em São Paulo, abrindo mão de uma reles viagem de jatinho ao Estado para aqui assinar a ficha do seu novo partido e dar um mínimo de “goianidade” ao gesto. Terceiro, ele, apesar das funções de importância que ocupou, nunca moveu uma palha a favor do Estado e tem as mãos vazias para enfrentar uma campanha. Sua candidatura seria, apenas, puro oportunismo.
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