POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt
ALIANÇA DEM-MDB, COM DANIEL NA VICE DE CAIADO, ENTRA EM FASE DE MONTAGEM
Tanto do lado do governador Ronaldo Caiado quanto do presidente estadual do MDB Daniel Vilela pisa-se em ovos para dar sequência às articulações para o fechamento da aliança que vai resultar em uma chapa revolucionária para as eleições do ano que vem – com Daniel acompanhando Caiado como vice. O cenário é delicado e exige manuseio profissional para que não se produzam deslizes ou se abram brechas capazes de atrapalhar o projeto, que cria um eixo de poder em Goiás tão duradouro que pode ir até a próxima década. Caiado tem obstáculos a contornar dentro da sua base, assim como Daniel também enfrenta desafios que pendem sobre a sua cabeça, como, por exemplo, o veto do prefeito de Catalão Adib Elias, que ele expulsou do MDB em um gesto tremendamente infeliz que agora cobra um preço elevado. Além disso, há o passivo representado pelo prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha, que está à frente do segundo maior colégio eleitoral do Estado e tem poderes para tumultuar (não evitar) o acordo, ainda que inconsequentemente se declare “leal” e “irmão” do filho e herdeiro de Maguito Vilela. Nesse sentido, o AVC e o recolhimento ao leito hospitalar de Iris Rezende foi uma infelicidade, ao afastar o velho cacique e a sua tremenda autoridade moral das negociações, pelo menos por hora.
MEXER NA ALÍQUOTA DO ICMS SOBRE COMBUSTÍVEIS NÃO É RECOMENDÁVEL
Não é recomendável mexer na alíquota do ICMS sobre os combustíveis em Goiás: se houver alguma redução, esta ocorrerá nos recursos que financiam as políticas públicas estaduais e municipais, não nos preços cobrados nas bombas. Um suposto alívio no tributo seria absorvido em um átimo de segundo, já que o valor que os consumidores pagam são definidos por um somatório de fatores onde o peso maior é o da evolução cambial, mesmo o país sendo hoje totalmente autossuficiente em matéria de petróleo. Pouca gente sabe, mas a receita do Estado e a parte que cabe aos municípios vem maciçamente dos combustíveis, das telecomunicações e da energia elétrica, que ultrapassam somados a cota de 65% da arrecadação. Qualquer mexida, em uma dessas três fontes, pode produzir distorções e desvirtuamentos, prejudicando a capacidade de operação dos entes públicos beneficiados – sem nenhuma vantagem duradoura para a população. Já notaram, leitoras e leitores, que quando a cotação do dólar cai, a gasolina continua subindo? Pois é. A Petrobrás é responsável pela alta, não os governos estaduais ou os municípios, que não podem perder o que o ICMS proporciona em termos de recursos para o cumprimento das suas tarefas. Em Goiás, há anos e anos que as alíquotas estão congeladas, mas isso de nada adiantou.
QUEM EXPLICA? FORMOSA BATE RECORDE COMO ANTRO DE CORRUPÇÃO
Formosa, no Entorno de Brasília, tem uma prefeitura e uma Câmara Municipal que são verdadeiros antros de corrupção. Já são quase 10 operações policiais a investigar desvio de recursos nas gestões de prefeitos e vereadores que reportam a mais de 10 anos, tendo também gerado uma dezena de denúncias judicialmente formalizadas do Ministério Público Estadual. Dos últimos prefeitos, dois estão enroladíssimos – Pedro Ivo e Itamar Barreto. O atual secretário estadual de Governo Ernesto Roller – que governou a cidade por dois anos, mas renunciou para atender ao convite do governador Ronaldo Caiado na formar na sua equipe de auxiliares – é o único que não está envolvido e não responde a nenhum processo. O atual prefeito, Gustavo Marques, do Podemos, também está limpo.
ENTRE MARCONI E ZÉ ELITON, DE QUEM É A CULPA PELO DESCALABRO?
Há sinais de ligeiro descompasso entre os ex-governadores Marconi Perillo e José Eliton. Na surdina, um e outro se atribuem mutuamente a culpa pelo desastre que tragou o PSDB a partir do fiasco eleitoral de 2018. Marconi tem convicção de que não é responsável pela herança administrativa da qual o governador reclama quase que diariamente, entendendo que em seus mandatos pagou os salários do funcionalismo em dia e conduziu as contas gerais do Estado dentro da normalidade. A encrenca financeira encontrada por Caiado, assim, teria a mesma idade do mandato-tampão de Zé Eliton. Já o Zé acredita que é inocente e apenas pagou o pato pelos desarranjos dos governos que o antecederam.
MENDANHA NÃO SE EMENDA E CONTINUA CONTANDO MENTIRAS SOBRE MENTIRAS
“Recebi ligações de prefeitos do MDB que são contrários à aliança com Caiado. Alguns que participaram daquela reunião e estão com medo de se identificar”, disse o prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha a um dos seus blogs amigos, para justificar a mentira que ele espalhou sobre os supostos 80% de prefeitos emedebistas que seriam contra o apoio à reeleição do governador Ronaldo Caiado. Cá entre nós, amigas e amigos, é outra mentira. E do pior tipo, ao sugerir que o seu “irmão” Daniel Vilela está envolvido em algum tipo de farsa. Ao falar “daquela reunião”, Mendanha alude ao encontro, no diretório estadual do MDB, em que Daniel, como presidente do partido, recebeu um manifesto a favor da aliança com Caiado assinado por 27 prefeitos (Mendanha, o 28º, foi o único que não assinou). Esta coluna tem uma indisposição natural com esse tipo sinuoso e caviloso de político ou pseudopolítico, tal como o é esse prefeito de Aparecida, um quadro que deveria ser de renovação, mas representa o que de pior sobrevive da “velha política” – haja vistas ao monumental loteamento de cargos que promoveu para conquistar uma falsa unanimidade e cooptar a oposição.
LUCAS CALIL SÓ AGUARDA A LIBERAÇÃO DAS SUAS EMENDAS PARA FECHAR COM A BASE
O ex-presidente da ex-Agetop Jaime Rincón teve um entrevero com o deputado estadual Lucas Calil depois que soube de uma audiência que ele teve com o secretário estadual de Governo Ernesto Roller para tratar de obras nos municípios, acompanhado de prefeitos. Rincón espumou com a aproximação do seu afilhado político com o governador Ronaldo Caiado, que já rendeu até visita do parlamentar ao Palácio das Esmeraldas e está no momento em pleno andamento. Mas não adianta. Longe da base governista, a maioria da Assembleia não se reelege em 2018 e Calil é um deles. Ele está pronto para se alinhar com Caiado para viabilizar o seu 3º mandato e só pede a liberação urgente das emendas impositivas que tem aprovadas, em torno de R$ 13 milhões, decisivas para a sua reeleição.
MEIRELLES VAI CHAMAR VILMAR ROCHA PARA COORDENAR A CAMPANHA
O ex-ministro e atual secretário de Fazenda de São Paulo Henrique Meirelles já tem interlocutores em ação em Goiás, preparando o terreno para a sua candidatura ao Senado – com a qual ele está cada vez mais entusiasmado, a ponto de dizer que não a deixaria de lado nem se convidado para um projeto nacional. Uma assessoria de marketing e comunicação está sendo montada, enquanto, na área política, ele vai convidar o presidente estadual do PSDB Vilmar Rocha para assumir a coordenação da sua campanha.
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