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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 17 de dezembro de 2018

17/12/2018 às 09h28


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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VITTI ABRIRÁ MÃO OU NÃO DE INTEGRAR O NOVO GOVERNO?

Duas das vagas cogitadas no secretariado de Ronaldo Caiado para o presidente da Assembleia Zé Vitti já foram preenchidas, o Detran (vai para Marcos Roberto Silva, da cúpula do DEM em Goiás) e a Secretaria da Indústria e Comércio (esta a ser criada e entregue ao senador findante Wilder Morais). Tudo indica que Vitti pensa, pensa e anda perto de concluir que é melhor ficar de fora, para trabalhar a sua candidatura a prefeito de Goiânia – que o obrigaria, caso aceitasse algum cargo no governo, a se desincompatibilizar com apenas um ano e dois meses de exercício da função. Mas ainda resta a Agehab, que foi a hipótese inicial para a sua integração ao novo governo. Não são poucos os amigos que têm aconselhado Vitti a participar da gestão de Caiado, considerando difícil, quase impossível a viabilização da pretensão à prefeitura da capital.

 

ADVOGADOS DE MARCONI NÃO TÊM RECEIO DE OUTRA PRISÃO

O ex-governador Marconi Perillo tem passado a maior parte do tempo em seu apartamento em São Paulo, onde se aprofunda nos serviços de consultoria que está prestando – pelo menos no papel – à Companhia Siderúrgica Nacional, cujo escritório na capital paulista ele também frequenta. Uma segunda preocupação do tucano, obviamente, é a sua situação judicial, que seus advogados – ao contrário da boataria que circula – consideram tranquila e livre de sobressaltos: como já prestou depoimento na Operação Cash Delivery, dentro da lógica processual não correria mais nenhum risco de prisão ou medidas de constrangimento, restando o acompanhamento dos passos quase que burocráticos do inquérito. Enquanto isso, em matéria de política, pelo menos estadual, a atividade de Marconi é zero. 

 

FUTURO DE WILDER É DISPUTAR A PREFEITURA DE GOIÂNIA

O nome mais provável da nova base governista, que se instala em Goiás a partir de 1º de janeiro, para a prefeitura de Goiânia, em 2020, é o do senador em fim de mandato Wilder Morais – na disputa pelo Senado, ficou em 3º lugar na capital, à frente de Marconi Perillo e Lúcia Vânia. Wilder não teve uma votação espetacular, conquistando pouco acima de 130 mil votos (Vanderlan Cardoso classificou-se em 1º com mais de 500 mil votos e Jorge Kajuru levou o 2º lugar, com 400 mil), mas esse patamar é suficiente para assegurar um bom capital político em Goiânia e uma candidatura viável daqui a dois anos. De qualquer maneira, uma vantagem a mais para ele seria o fato de manter o nome em evidência, para novamente tentar retornar ao Senado Federal em 2022. Quem quer ficar na política e tem projeto não pode abrir mão de disputar eleições seguidamente.

 

MAGUITO ESTÁ CANDIDATÍSSIMO EM GOIÂNIA E É FORTE

O ex-prefeito de Aparecida Maguito Vilela está candidatíssimo a prefeito de Goiânia, com agenda de reuniões e outras ações na capital, além de ter mudado o foco das suas redes sociais para o seu novo projeto político. Uma avaliação preliminar não pode deixar de reconhecer que se trata de um nome forte e com amplas possibilidades para a sucessão de Iris Rezende, a não ser que venha a ser atropelado por uma onda de renovação radical capaz de levar o eleitorado goianiense a priorizar nomes diferenciados, como, por exemplo, o de Elias Vaz, do PSB, deputado federal muito bem votado em Goiânia, e, como já se disse o senador Wilder Morais, do DEM.

 

LIMPEZA É SÓ O PRIMEIRO ESCÂNDALO DE MUITOS QUE VIRÃO

Como previsto, começaram os escândalos na Assembleia Legislativa, que não vão deixar que a gestão do presidente Zé Vitti termine com a ficha limpa. O jornal O Popular deu grande destaque para a primeira denúncia: apesar da terceirização dos serviços de limpeza do prédio do Legislativo, na Alameda dos Buritis, existe um departamento com 96 funcionários para cuidar da mesma atividade, alguns com salário de R$ 10 mil mensais. E vêm aí desdobramentos que mostrarão irregularidades com o pagamento de diárias e viagens internacionais, não só de deputados, mas também de servidores. Vitti, que em janeiro cumprirá seu último mês de mandato, foi um presidente complacente com práticas, digamos assim, excêntricas herdadas dos seus antecessores – que deveriam ter sido banidas a muito do Legislativo estadual.

 

FAMÍLIA E DESAJUSTE FISCAL SÃO OS 2 DESAFIOS DE CAIADO

O governador eleito Ronaldo Caiado tem dois desafios fundamentais a enfrentar para o sucesso do seu mandato: no plano político, a questão da influência de familiares nos rumos da gestão e, na área administrativa, o enfrentamento do desajuste fiscal que é o verdadeiro “legado” do Tempo Novo de Marconi Perillo e Zé Eliton. Caiado sofre pressão doméstica para aproveitar a filha Anna Vitória no secretariado ou, então, em um hipotético Conselho de Gestão, não remunerado, que seria criado para viabilizar de forma um pouco mais amena a participação dela no governo. No caso das finanças estaduais, ele joga tudo na possibilidade de Goiás ganhar do governo federal um regime especial de recuperação fiscal, a exemplo do Rio de Janeiro, que daria celeridade e viabilidade à busca de estabilidade para o esburacado caixa do Estado.

 

EM RESUMO

  • Jovair Arantes tem se mexido, na esperança de sobreviver na política, mas parece que todas as portas se fecharam – principalmente em razão das investigações de que é alvo e que o transformaram em presença tóxica.

 

  • Um dos publicitários baianos que trabalharam na campanha de Ronaldo Caiado, por indicação do prefeito de Salvador ACM Neto, é cogitado para comandar o setor de comunicação da nova gestão. Nome? Ninguém sabe.

 

  • O ex-deputado federal e presidente estadual do PSD Vilmar Rocha movimenta-se incansavelmente e conversa sem parar com políticos de todos os partidos. Há poucos dias, esteve até com Marconi Perillo em SP.

 

  • Desaparecido desde que perdeu a eleição para deputado federal, depois de 9 mandatos seguidos, Roberto Balestra deve retornar à política com uma boa surpresa: a candidatura a prefeito de Inhumas, em 2020.

 

  • Diz o folclore político que, em fim de gestão, até o cafezinho servido no Palácio das Esmeraldas é frio. O governador Zé Eliton, que em15 dias volta para a advocacia, inovou: nem café tem mais para as suas raras visitas.

 

  • A próxima eleição em Anápolis já tem um vencedor antecipado: o deputado Antônio Gomide, do PT. A conversa entre os políticos da cidade é que o prefeito Roberto Naves, não “pegou” e nem disputar a reeleição vai.

 

  • Com a 6ª bancada na Câmara Federal, o PSDB nacional caminha para se transformar em partido paulista (em razão do governador João Dória) e quase nanico. Em Goiás, vai virar pó nos primeiros 6 meses de 2019.

 

  • Aliados de Ronaldo Caiado consideraram a escolha da academicamente supertitulada economista Cristiane Schmidt para a Secretaria da Fazenda como um erro. “Vai trazer mais problemas que soluções”, preveem.

 

  • Definição do extinto programa Goiás na Frente que circula entre os políticos: Marconi Perillo e Zé Eliton fizeram de conta que transfeririam dinheiro para os prefeitos e eles fizeram de conta que acreditaram. 

Foto: Reprodução Alego