ROGÉRIO CRUZ REPÕE A COMURG NO CENTRO DAS DÚVIDAS SOBRE LISURA ADMINISTRATIVA
O prefeito de Goiânia Rogério Cruz parece mesmo empenhado em colocar a sua gestão sob a desconfiança e a dúvida sobre a sua lisura administrativa. A Comurg, historicamente palco de irregularidades e escândalos de corrupção, porém saneada no último mandato de Iris Rezende, voltou às manchetes, com um nebuloso contrato para prestação de serviços de contabilidade, sem licitação, mediante valores elevados – prática que é comum em Goiás quanto a prefeituras do interior e sempre gerou um manancial de ações de improbidade por parte do Ministério Público Estadual. A novidade é esse tipo de distorção aparecer logo na maior prefeitura goiana, sugerindo a adoção de costumes rotineiros em corrutelas, sendo público e notório que esse tipo de operação envolve as notórias rachadinhas. Pior ainda foi a Comurg contratar uma empresa de assessoria contábil que já responde a 3 denúncias protocoladas na Justiça, selecionada em tempo recorde, quando dispõe de uma numerosa equipe de servidores para fazer o mesmo trabalho. Rogério Cruz, como se vê, não se emenda e segue fazendo besteiras, sem reação quando os seus malfeitos são expostos em público (vide o caso das máquinas municipais que foram trabalhar em uma propriedade privada). Um prefeito que tem necessidade de afirmação, dada a falta de legitimidade com que chegou ao cargo, deveria ser muito, mas muito mais afirmativo e provar que não condescende com maracutaias.
CANDIDATURA DE BALDY É UMA INVIABILIDADE QUE PREJUDICA QUALQUER CHAPA
O ex-ministro e atual secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo até que é firme ao insistir que tem como projeto eleitoral para 2022 uma candidatura ao Senado, embora, na sequência, não esconda a sua ostensiva lassidão moral e política ao afirmar que vai atrás tanto do governo quanto da oposição para conseguir a vaga. Baldy, reconhecidamente, não tem perfil nenhum para a disputa senatorial: falta-lhe perfil majoritário, carece de densidade eleitoral e está enrolado em denúncias de corrupção, já tendo até passado uma curta temporada na cadeia. Só tem a favor o fato de ser o dono estadual de um grande partido, o PP, um dos piores e mais sujos que existem no Brasil, porém proprietário de um bom naco da propaganda eleitoral no rádio e na televisão. A questão é saber se vale a pena para qualquer candidato a governador engolir um sapo fedegoso como Baldy em troca de segundos a mais no horário do TRE, hoje muito desvalorizado como instrumento de convencimento do eleitor. Vale lembrar: Caiado, em 2018, ganhou com o menor tempo de divulgação gratuita, aliás muito atrás de José Eliton e Daniel Vilela, que ele derrotou com facilidade apesar dessa desvantagem.
ESTÁ CHEGANDO A HORA: MENDANHA VAI TER CORAGEM DE DEIXAR O MDB?
O prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha terá ou não coragem para deixar o MDB e arriscar, pela primeira vez na sua vida, uma carreira em que a sua sobrevivência política dependerá dele próprio e não de “padrinhos”, como os teve até agora no falecido ex-prefeito Maguito Vilela e no atual presidente estadual do MDB Daniel Vilela? É público e notório que não haverá um candidato emedebista nas eleições de 2022 em Goiás, ao contrário da tese advogada por Mendanha, e que a aproximação entre o governador Ronaldo Caiado, Daniel Vilela e Iris Rezende está mais do que consolidada, dependendo apenas da melhor oportunidade para ser oficializada e anunciada. Caso fosse um político de convicções, o prefeito aparecidense só teria a porta de saída do partido como resposta a essa situação, mas o gesto de desfiliação requer coragem, por um lado, e um novo grupo político para se abrigar, por outro – e ele, Mendanha, até hoje tem corrido como o diabo da cruz de aparições públicas ao lado do ex-governador Marconi Perillo, a sua única opção real, que tem feito a mentoria do “menino de Aparecida” e tenta organizar um cenário para a sua candidatura ao governo.
JANTAR ENTRE CAIADO E ADIB COMEÇA A ABRIR CAMINHO PARA DANIEL NA VICE
O prefeito de Catalão Adib Elias, de saída do Podemos, jantou com o governador Ronaldo Caiado no Palácio das Esmeraldas, na quarta-feira passada. Nem um nem outro falaram sobre o encontro. No entanto, não há como não ter tido como foco a iminência da aliança entre o DEM e o MDB – partido do qual Adib foi expulso por Daniel Vilela exatamente por ter apoiado a candidatura de Caiado, o que justifica as restrições que, mais ou menos com ênfase, o catalano tem colocado ao acordo. Existe pressões para que Daniel Vilela tome a iniciativa de se desculpar com Adib e de abrir para ele as portas da refiliação ao MDB, mas o filho e herdeiro político de Maguito Vilela, mesmo repetindo de vez em quando que aprendeu lições de moderação e conciliação do pai, resiste em fazer o mea culpa. Que Caiado e Daniel já conversaram sobre essa situação, é certo. Só não se sabe o que os dois engendraram para buscar uma saída, embora não haja dúvidas de que o jantar em palácio foi o primeiro passo para buscar uma solução.
CAOA GANHOU TERRENO, GALPÃO E ATÉ CAPITAL DE GIRO PARA PRODUZIR EM GOIÁS
A morte do empresário Carlos Alberto Oliveira Andrade, dono da CAOA, acabou servindo de apanágio para a sua exaltação, o que é comum dentro da santificação que se promove no Brasil quando alguém passa dessa para uma melhor. Na verdade, como qualquer um, o superboss teve virtudes, mas não se deve esquecer que era um investidor duro e intransigente – que só trouxe a sua montadora para Anápolis porque ganhou o terreno, a infraestrutura, os galpões e até o capital de giro para tocar a sua operação, na época do governador Marconi Perillo. Um escândalo, que foi apurado em detalhes pela CPI dos Incentivos Fiscais da Assembleia Legislativa, que apontou a fábrica da CAOA como o maior exemplo da farra que foi a distribuição de benesses financeiras e tributárias supostamente justificada pela atração de indústrias para o Estado. Não é exagero dizer que a empresa de Carlos Alberto Oliveira Andrade recebeu e continuou por muito tempo receber uma montanha de dinheiro para produzir em Goiás.
FORA ADVOGADOS, QUE RECEBEM PARA ISSO, NINGUÉM DEFENDE MARCONI
Fora os advogados, que o fazem por dever profissional remunerado, hoje ninguém levanta uma palha para defender Marconi de tudo que é acusado. Nem ele mesmo sabe o que dizer ou como fazer para se resguardar da carga negativa que é lançada frequentemente sobre o seu nome. Durante os seus governos, Marconi apoiou e deu guarida a centenas e centenas de apaniguados, alguns dos quais enriqueceram com as benesses que receberam, outros ganharam projeção, muitos tiveram até carreiras parlamentares que não mereciam, mas nenhum, absolutamente nenhum, é capaz de abrir o bico para falar bem do ex-governador ou sequer levantar um talvez diante da pesada artilharia que o tem atingido. Pior: o próprio Marconi não tem qualquer noção sobre como deve proceder, limitando-se a críticas e ataques ao governador Ronaldo Caiado às quais ninguém (talvez com exceção de O Popular e da jornalista Fabiana Pulcineli) dá a menor bola. Com isso, os tucanos que restaram em Goiás estão sem rumo e fora do jogo real da política estadual.
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