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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 16 De Junho De 2021

16/06/2021 às 10h07


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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APOIO DO MDB A CAIADO DEIXA OPOSIÇÃO SEM OXIGÊNIO PARA AS ELEIÇÕES DE 2022 EM GOIÁS

O eixo de poder que pode ser criado com uma aliança entre o MDB e o DEM, tornando praticamente irreversível a reeleição do governador Ronaldo Caiado em 2022, é um dos projetos políticos mais consistentes que já foram desenvolvidos em toda a história do Estado. Antes de tudo, deixará a oposição sem o necessário oxigênio para sobreviver a um pleito que tem potencial para modificar o futuro de Goiás, na medida em que enterrará por um longo tempo os sonhos de ressurreição do PSDB e redefinirá o cenário do poder regional talvez para sempre – implicando na hegemonia total e absoluta do grupo liderado por Caiado e a partir do ano se caracterizando pela ascensão de uma liderança de renovação como Daniel Vilela (e até outras, como Roberto Naves e Lissauer Vieira, com tudo para disputar com chances consideráveis o governo do Estado em 2026 e consagrar a estratégia de Iris Rezende, que é cortar o caminho dos tucanos e, de resto, de toda e qualquer oposição ao condomínio DEM-MDB que está prestes a se formalizar. Ressalte-se que as resistências ao acordo entre emedebistas e Caiado estão limitadas, por ora, a figuras extravagantes como o presidente da FIEG Sandro Mabel ou o imaturo, inexperiente e ressentido prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha ou, ainda, o “pato manco” (para usar a expressão comum na política norte-americana para políticos em situação desconfortável) Marconi Perillo.

AJUSTE FISCAL JÁ FOI FEITO, PORÉM O RRF SERÁ A CEREJA DO BOLO  

Ajuste fiscal, na prática, é apenas a conquista de uma simetria entre receitas e despesas, preferencialmente com essas despencando e aquelas subindo. Nenhum governante em Goiás, em tempos recentes, ou seja, desde o 1º mandato de Iris Rezende para cá, conseguiu ir tão longe na arrumação da casa e conquistar a estabilidade financeira de forma tão radical quanto o governador Ronaldo Caiado. A cereja do bolo, no entanto, está prestes a ser entregue: a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, que vai significar o auge da redenção financeira para Goiás e elevarão Estado à condição mais organizado e regulado, administrativa e fazendariamente, de todo o país, ou, no final das contas, em uma unidade federativa que ninguém nunca viu antes em termos do que arrecada e do que gasta. A rigor, Caiado passa bem sem o RRF, porque o pior do que herdou ao assumir já ficou para trás. Um sinal claro é o pagamento da folha dentro do mês trabalhado, sem um dia de atraso, maior símbolo da boa condição das finanças de qualquer ente público.

CRISTIANE SCHMIDT É A SECRETÁRIA DA FAZENDA MAIS BEM SUCEDIDA DA HISTÓRIA DE GOIÁS

A economista Cristiane Schmidt já se credenciou como uma das melhores secretárias da Fazenda (no caso, da Economia, depois que a pasta mudou de nome no início do mandato do governador Ronaldo Caiado) que já passaram por Goiás. Ela conseguiu as reformas com que uma das suas antecessoras no cargo, a competente Ana Carla Abrão Costa, sonhou, mas não teve apoio para implantar. Com a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, Cristiane Schmidt vai inaugurar para o governo do Estado a era do equilíbrio entre receitas e despesas, algo que nunca houve pelo menos nos últimos 40 anos de sucessivas gestões marcadas pelo malabarismo fiscal e pela improvisação financeira. Além disso, enquanto Ana Carla Abrão Costa manchou o seu currículo estendendo a quitação dos salários do funcionalismo para entre os dias 5 e 10 do mês seguinte, a atual secretária trouxe o pagamento da folha para dentro do mês trabalhado, uma conquista e tanto, que tem garantido a aprovação de Caiado entre os servidores – o que pode ser observado pela calmaria que baixou sobre os movimentos corporativistas dos sindicatos de trabalhadores estaduais, mesmo em um momento em que matérias polêmicas para a categoria são votadas na Assembleia.

INFLUÊNCIA DOS GRANDES EMPRESÁRIOS SOBRE O GOVERNO DO ESTADO VIROU PÓ

Os grandes empresários goianos mandavam em excesso nos governos de Marconi Perillo e isso, definitivamente, não foi bom para Goiás, como provam os descabelados incentivos fiscais de que sempre usufruíram – correspondendo a uma renúncia de receita entre R$ 8 a 10 bilhões por ano, proporcionalmente a maior dentre os Estados brasileiros, mas agora finalmente contidos. Essa sinergia negativa terminou com a eleição de Ronaldo Caiado, vendo-se, agora, que não foi à toa que eles ousadamente promoveram uma homenagem a Marconi, às vésperas da eleição de 2018 e quase que imediatamente após os primeiros eventos policiais (busca e apreensão nas suas residências) que logo em seguida ao pleito iriam resultar na prisão temporária do ex-governador. Os capitães da indústria estadual mostraram a sua fidelidade, mas nada mais nada menos que retribuindo as vantagens bilionárias recebidas durante os governos do tucano. Tudo isso agora pertence ao pó. O elo, que se pensava inoxidável, entre o empresariado e o poder, em Goiás, não resistiu ao golpe de facão aplicado por Caiado. Em boa hora, essa relação nociva foi substituída por uma convivência respeitosa que leva em consideração os interesses de ambas as partes, maculada apenas, de vez em quando, pelos excessos do presidente da FIEG Sandro Mabel.

OS “PAULISTAS” QUE FAZEM POLÍTICA À DISTÂNCIA EM GOIÁS: MEIRELLES, BALDY E MARCONI

Três políticos que têm interesses ativos em Goiás moram em São Paulo e desenvolvem as suas ações à distância: Henrique Meirelles, secretário paulista de Fazenda, que não aparece no Estado há mais de seis anos e agora quer ser candidato a senador em 2022; Alexandre Baldy, secretário paulista de Transportes Metropolitanos, também candidato ao mesmo mandato, que aparece de vez em quando para rápidas incursões no interior, sumindo logo em seguida; e Marconi Perillo, esse mais modesto, postulante a deputado federal, dos três o que mais vem a Goiás, embora passando a maior parte do tempo em São Paulo, onde reside com a família desde que deixou o governo do Estado e perdeu a eleição para o Senado em 2018. Meirelles e Baldy nem procuram disfarçar o afastamento e assumem que só darão as caras aqui para fazer a campanha do ano que vem. Marconi procura chamar atenção pelas redes sociais, simulando algum tipo de presença através da busca de visibilidade online.

EM RESUMO

  • Os tucanos de Goiás não têm paz: mal a águas da política se acalmavam para eles, estoura mais uma operação policial, novamente tendo como alvo o ex-vice e ex-governador José Eliton e revelando novas falcatruas nos seus governos.

 

  • O prefeito Rogério Cruz ensaia uma reação para reverter o ritmo morno que a sua gestão vem mostrando em Goiânia. Das 89 obras deixadas inacabadas por Iris Rezende, ele fala em concluir 5 até o fim do ano. É pouco.

 

  • Ao indeferir a chapa do deputado Paulo Cezar Martins que disputaria o comando do MDB estadual, Daniel Vilela, que ficou como único candidato a presidente do diretório, agiu “mais como Daniel e menos como Maguito”.

 

  • A prioridade total e absoluta do governador Ronaldo Caiado para alianças com vistas á montagem da chapa da reeleição em 2022 é o MDB. Daniel Vilela e Iris Rezende, maiores nomes do partido, parecem estar dispostos à composição.

 

  • O deputado federal Major Vitor Hugo anda criticando o prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha, de quem tentou se aproximar, sem sucesso. Diz que Mendanha é um político “sem caracterização ideológica”.

 

  • A aproximação do governador Ronaldo Caiado com a poderosa ADIAL isola ainda mais o presidente da FIEG Sandro Mabel, que só fica no cargo até meados do ano que vem – com os empresários goianos ansiosos por se livrarem dele.

 

  • Todos os sites e blogs que acompanham a política em Aparecida recebem publicidade massiva da prefeitura e só publicam notas e matérias favoráveis a Gustavo Mendanha. Quem critica é cortado da mídia da Cidade Administrativa.

 

  • A resistência do presidente estadual do PSD Vilmar Rocha a uma composição com o DEM para apoiar a reeleição do governador Ronaldo Caiado é cada vez mais tênue, por articulação do presidente da Assembleia Lissauer Vieira.

 

  • Jânio Darrot já se arrependeu de ter deixado o PSDB para se filiar ao nanico Patriota, partideco que está prestes a sofrer uma intervenção em Goiás e passar para as mãos do deputado federal Major Vitor Hugo. Foi um mau passo.