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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 16 De Fevereiro De 2023

16/02/2023 às 13h41


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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Vanderlan e Wilder se unem para tomar o poder em Goiás

 

Wilder e Vanderlan estão trabalhando para montar um projeto de oposição para as eleições de 2024 e 2026

Os senadores Vanderlan Cardoso e Wilder Morais, a exemplo das famílias reais europeias que celebravam alianças a partir do casamento entre os seus, emergiram da eleição de 2022 unidos a ferro e fogo pela indicação de Izaura Cardoso, esposa de Vanderlan, para a primeira suplência de Wilder. Natural, portanto, que desenvolvam planos comuns para o futuro. No momento, trabalham para simplesmente tomar o poder em Goiás.

É sério: em 2024, conquistar as duas maiores prefeituras do Estado, com o lançamento de Vanderlan em Goiânia e a reeleição de Vilmar Mariano em Aparecida. Para essa última finalidade, a dupla está em negociação avançada com o candidato derrotado a governador Gustavo Mendanha. Na sequência, ocupar o Palácio das Esmeraldas em 2026, com as candidaturas ou de Wilder ou de Mendanha, sagrando-se quem estiver melhor nas pesquisas. Ou ainda o próprio Vanderlan, que deixaria a prefeitura, se lá estiver, caso venha a desfrutar de um irresistível pico de popularidade.

Wilder seguiria no PL. Vanderlan no PSD, porém como presidente estadual da legenda. É tradição, no Brasil, a entrega do comando regional dos partidos a donos de mandatos federais. A proposta já está com o presidente nacional Gilberto Kassab e aposta na inviabilidade da manutenção de Vilmar Rocha, hoje politicamente na tanga, como dirigente máximo do PSD em Goiás. Há a possibilidade aumentar a tentação de Kassab com a promessa de filiação de Wilder.

Para Mendanha, um adicional foi colocado na mesa: uma consulta à Justiça Eleitoral, patrocinada por advogado de peso nacional, para avaliar a hipótese da sua inclusão na chapa de Vanderlan, no ano vindouro, como vice. Em princípio, ele está impedido. Porém uma investida nesse sentido traria frutos ao garantir semanas e semanas de exposição na mídia e reavivar o eleitorado do ex-prefeito, cuja votação na região metropolitana em 2022 foi boa. Além de Mendanha, outro reforço será buscado: Alexandre Baldy, que leva para onde vai o PP e hoje está com o governador Ronaldo Caiado, mas sem criar raízes. Não é pouco. E se constituirá, de fato, em um foco de oposição ativa e respeitável em Goiás.

Privatização em Catalão: Adib avisa que não recuará

O prefeito de Catalão Adib Elias não vai recuar na decisão de privatizar o serviço de água e esgoto da cidade. Ele não aceita outra posição dos 17 vereadores da Câmara Municipal sobre a lei autorizativa: exige uma aprovação rápida, possivelmente unânime, ainda nesta semana. Com esse “aval” nas mãos, vai encaminhar com celeridade as primeiras providências – estudos técnicos detalhados, avaliações e abertura do debate, via audiências públicas, com a sociedade local, para finalmente se definir por um projeto capaz de, segundo ele, compatibilizar os interesses da população com uma significativa injeção de caixa na prefeitura.

Por exemplo: Adib quer deixar pronto o Hospital Regional de Catalão, previsto para despontar como o maior do interior, hoje em estágio de construção avançado. Acrescente-se uma lista com mais de 20 obras de porte. O prefeito e o governador Ronaldo Caiado assinaram um acordo pelo qual a prefeitura entrega o hospital equipado, correndo por conta do Estado os R$ 15 milhões por mês necessários para a sua manutenção. Esse é um dos motivos da pressa quanto a transferência da SAE para a iniciativa privada: garantir, até o fim do ano, os recursos necessários.

O prefeito esclarece que passou quatro meses preparando o projeto agora à espera do parecer dos vereadores. Jura ter pensado com profundidade a respeito. Não fez nada de última hora e informa que planeja passar a concessão por apenas 30 anos, ao fim dos quais pretende estar vivo para testemunhar o serviço de água e esgoto retornando para o controle da prefeitura. É uma brincadeira com um fato recente: um vidente examinou o seu futuro e certificou que ele irá até os 106 anos de idade. Como tem atualmente 71, assistiria ao fim do contrato que espera assinar em seis a oito meses.

Adib Elias é uma espécie de semideus em Catalão. Esteve no fundo do poço ao perder para seu arqui-inimigo Jardel Sebba em 2012 e passou os meses seguintes humildemente trabalhando como médico em um posto de saúde. Reergueu-se logo em 2014, elegendo-se deputado estadual com um recorde de votos no município. Dois anos depois, massacrou Jardel nas urnas e voltou à prefeitura, como se diz, nos braços do povo. Se houver viabilidade e conseguir superar as inevitáveis ações judiciais, vai ser bem-sucedido na privatização que ora só está começando.

O que significa a frase de Caiado sobre não mais disputar eleições

No final de janeiro, em um encontro com deputados estaduais, o governador Ronaldo Caiado pronunciou um conjunto de frases até hoje objeto de interpretações: “Quero governar sem nenhuma pretensão de disputar com nenhum de vocês. Fiquem tranquilos: eu sou aliado de vocês. Não estou disputando mais nenhum cargo no Estado de Goiás, vocês podem ficar tranquilos”, disse com clareza.

Passado algum tempo e submetida a um intenso escrutínio, a fala leva a duas conclusões inafastáveis. Primeiro, a de que a candidatura ao Senado, em 2026, não vai acontecer. E atenção: diferenciado como é, Caiado sempre fez o que avisou que ia fazer. Não é de manobrar estratégias como Iris Rezende, aquele que vivia mudando de ideia para se lançar postulante a isso ou aquilo por “convocação” do povo. O governador, assim, tende a cumprir rigorosamente o que antecipou quanto a futuras eleições em Goiás.

Mas… em Goiás, vejam bem, leitoras e leitores. Nacionalmente, as portas estão abertas para a hipótese de uma postulação para a Presidência da República e Caiado pode passar por elas, mesmo porque, dentre os nomes da direita democrática lembrados para 2026, o dele já está naturalmente incluído. E vontade há. Ocorre que projetos presidenciais dependem de uma miríade de circunstâncias, até mesmo da sorte, e aí pode ser que as coisas não deem exatamente certo. Nessa conjectura, o governador estaria fora da política, pelo menos a eleitoral, preferindo se dedicar à família e a uma vida de qualidade compatível com a sua idade na época. Em resumo, são só duas alternativas: ou se candidata ao Palácio do Planalto ou se aposenta e daí não sairá.

Eleição municipal é a chance para a ressurreição de Marconi Perillo

Saída para Marconi é descer do pedestal e disputar a prefeitura de Goiânia ou de Aparecida

O ex-governador Marconi Perillo não é mais visto no noticiário. Seu partido, o PSDB, encolheu local e nacionalmente, aproximando-se da condição de pó de traque. Iguala-se hoje ao PSOL. Ainda assim, Marconi guarda alguma liderança. Em pesquisas para prefeito de Goiânia ou Aparecida, que começam a circular, oscila entre o segundo e o quarto lugares.

Iris Rezende, depois de perder para o governo do Estado e para o Senado, em 1998 e 2002, passou por uma situação semelhante. Quando viu sua boa posição nos levantamentos para a eleição subsequente na capital, não hesitou e se candidatou. Contra a opinião geral, ganhou e ressurgiu das cinzas. Pode-se concluir que foi corajoso e mostrou humildade, descendo do pedestal no qual reinou por 16 anos. Ou melhor: foi “descido” pela vontade popular, porém aceitou a sentença, abrindo as portas para a sua própria reinvenção.

Maguito Vilela é outro exemplo. Perdeu duas vezes seguidas para governador, uma delas para o insosso Alcides Rodrigues. Como Iris, encheu-se de coragem e de humildade para se “reduzir” à disputa pela prefeitura de Aparecida. Venceu e junto veio a oportunidade para reescrever a sua história. Não fora a Covid-19, seria hoje prefeito de Goiânia, com um leque de possibilidades pela frente.

A receita para a volta de Marconi é a mesma: uma candidatura a prefeito. O ex-governador, se continuar achando ser mais do que é, se não trancar a húbris em uma gaveta, acabará se transformando em alma penada da política. Terá no máximo a saída da postulação a deputado federal em 2026, com quatro anos de atraso. Em 2022, achou pouco e se meteu na concorrência pelo Senado, torrando à toa o seu cacife. Se entrar na briga em Goiânia ou em Aparecida dará uma demonstração de coragem (e ele sempre apregoa ter muita) e principalmente de humildade, as virtudes inspiradoras do renascimento de Iris e Maguito. Deu certo com eles. Pode dar com Marconi.

Secretaria do Entorno pode ficar com Flávia Machado

Sim,  Flávia Machado, ex-Flávia Arruda, sobrenome do marido José Roberto Arruda, ex-governador de Brasília, de quem ela se separou e retornou ao sobrenome de solteira. O governador Ronaldo Caiado colocou a Secretaria do Entorno do DF à disposição de Flávia, que hesita em aceitar ou não. Ela é unanimidade entre os mais de 20 prefeitos da região e está com um pé na pasta, para qual levaria a sua enorme experiência junto aos ministérios federais – chegou a ser, como se sabe, ministra da Secretaria do Governo do presidente Jair Bolsonaro.