Logomarca
Nublado
º
min º max º
CapaJornal
Versão Impressa Leia Agora
Sexta-feira. 26/04/2024
Facebook Twitter Instagram
COLUNISTAS

BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 15 De Fevereiro De 2021

15/02/2021 às 06h00


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

facebook twitter whatsapp

DIVIDIDO ENTRE A SOMBRA DE MAGUITO E AS OBRAS DE IRIS, ROGÉRIO CRUZ NÃO SE AFIRMA COMO PREFEITO

O pastor evangélico Rogério Cruz ganhou um prêmio da mega-sena, infelizmente por conta da tragédia que se abateu sobre Maguito Vilela, em cuja chapa havia pousado por injunções mais religiosas do que políticas (o MDB queria “roubar” votos pentecostais que acreditava comprometidos com o “irmão” Vanderlan Cardoso) e da noite para o dia transformou-se em prefeito de Goiânia. Só que isso apenas, ou seja, somente se sentar no espinhoso trono do Paço Municipal, não é suficiente para a afirmação de ninguém como um gestor qualificado para Goiânia. É preciso mostrar serviço. E é justamente esse o drama de Rogério Cruz. Ele não é ele, mas uma projeção de alguém que já partiu deste mundo e uma continuação de outrem que estava antes no seu lugar. O prefeito apregoa que trabalha no alto do Park Lozandes para implantar o programa de governo deixado por Maguito, aliás um amontoado de propostas sem maior profundidade, temperadas com muito populismo e linguagem pseudotecnológica para dar a impressão de modernidade, mais material para o marketing eleitoral do que para definir um futuro para a capital. E não hesita em garantir que a sua administração também é sequência da realizada pelo seu antecessor Iris Rezende, na medida em que a única prioridade é concluir entre 20 e 30 obras prometidas para até o final do ano passado, mas deixadas inconclusas e, pior ainda, com recursos duvidosos para a sua conclusão. Goiânia está sendo governada pelos mortos e pelos ainda vivos do passado.

CAIADO RECONHECE QUE VANDERLAN ARTICULOU ENCONTRO PARA DEBATER DESVIO DA BR-153

Não houve disputa alguma pela paternidade do encontro em Brasília com o ministro da Infraestrutura Tarcísio Meira para discutir alternativas para a implantação do desvio que vai tirar a BR-153 do perímetro urbano de Goiânia e Aparecida. O governador Ronaldo Caiado, por ser a autoridade mais importante presente, praticamente liderou a reunião, que foi articulada pelo senador Vanderlan Cardoso. Caiado reconheceu o papel de Vanderlan ao repetir que “foi uma iniciativa do senador. Na verdade, o Vanderlan é quem esteve à frente do projeto com o ministro Tarcísio. Nos convidou e vamos trabalhar juntos pelo anel viário de Goiânia”. Sem crise.

SEM MARCA PRÓPRIA, NENHUM GOVERNANTE CONSEGUE FIXAR SEU NOME PARA A HISTÓRIA

Podem apostar, leitoras e leitores: se focar só na tentativa de absorver o “legado” de Maguito Vilela e de Iris Rezende, em parte uma lavoura de abacaxis, o prefeito Rogério Cruz nunca será ninguém, a não ser um clone vagando perdido pelos corredores do Paço, situação, aliás, que interessa e muito ao MDB e aos seus propósitos nos sentido de manter a máquina da prefeitura sob controle e de se aproveitar das burras municipais para consolidar suas ambições para o futuro – a exemplo da indecente criação de mais de 300 cargos comissionados, com salários entre R$ 8 e 12 mil mensais, para distribuição a aliados e apaniguados políticos. Para vencer e convencer, é preciso ideias próprias e uma marca. Vejamos o exemplo de Alcides Rodrigues, que era vice de Marconi Perillo e foi catapultado para o cargo de governador, para o qual não estava à altura e do qual saiu sem deixar um rastro, um vestígio da sua passagem, depois de se debater durante todo o seu mandato com a dúvida hamletiana entre assumir a continuidade a Marconi ou partir para uma ruptura em relação a Marconi. Rogério Cruz nem essa ambiguidade tem: está convicto de que pode ser Maguito e Iris, ao mesmo tempo, quando jamais será nenhum dos dois, nem mesmo uma cópia pálida. E, até agora, não é também Rogério Cruz, se é que há um. Quarenta dias depois de empossado, permanece o mistério: quem é esse prefeito que o destino colocou para administrar Goiânia sem ter sido eleito?

LÚCIO FLÁVIO CANDIDATO A UM 3º MANDATO NA OAB-GO? TEM POSSIBILIDADE

O atual presidente da OAB-GO Lúcio Flávio Paiva pode acabar surpreendendo como postulante a mais um mandato, o terceiro, já que os estatutos da entidade não proíbem a reeleição e existe uma conflagração interna no grupo da situação pela candidatura – estão engalfinhados a conselheira federal Valentina Jungmann; o vice-presidente Thales Jayme; o presidente da CASAG Rodolfo Otávio; o diretor da ESA Rodolfo Lara; e o secretário geral Jacó Coelho. Suspeita-se que Lúcio Flávio teria preferência pelo último, mas, se tiver, é algo que ele ainda não externou, deixando correr a disputa livremente e de certa forma aprofundado o racha entre os seus aliados. Se a única solução para conter uma prejudicial divisão de forças for a imposição do seu comando e da sua liderança, o atual presidente não hesitará em se apresentar para mais um mandato.

COM 6 FILIAÇÕES, JÁ COMEÇOU A MIGRAÇÃO DOS PREFEITOS ELEITOS PARA O DEM

A migração de prefeitos eleitos para o DEM, atraídos pelas expectativas de apoio administrativo que imaginam ver no poder estadual, já levou seis deles a se filiar ao partido do governador Ronaldo Caiado. São eles: Gil Pereira, de Cromínia (ex-PSDB); Hermano de Carvalho, de Aruanã(ex-PDSB); Fred Vidigal de Rialma (ex-PTB); Renim Gonçalves, de Joviânia (ex-MDB) ; Zé Antônio de Guarinos (ex(PL); e Carlinhos do Mangão (ex-PL), de Novo Gama. A curtíssimo prazo, um novo lote, que pode ficar entre 10 e 20 dos novos prefeitos, talvez até mais, também deverá fazer o mesmo movimento, anunciado a conta-gotas. O DEM, na eleição passada, conquistou 62 prefeituras, mas, até a eleição de 2022, quando Caiado concorrerá a mais um mandato, poderá chegar a 100, fácil, fácil, esvaziando principalmente partidos como o MDB e o PSDB.

MARCONI NÃO FOI CHAMADO POR DÓRIA PARA O JANTAR QUE DISCUTIU FUTURO DO PSDB

O governador de São Paulo João Dória, apesar de chegado ao ex-governador Marconi Perillo, não convidou o aliado para o polêmico jantar no Palácio Bandeirantes, na capital paulista, destinado a introduzir o nome de Dória como novo presidente nacional do PSDB – operação que não deu certo e acabou repercutindo mal entre os tucanos, entre os quais houve forte reação à tentativa de expulsão do ex-presidenciável Aécio Neves, também proposta pelo governador de SP. Esquecido pelo seu maior amigo, nacionalmente falando, Marconi hoje não tem mais nenhum espaço dentro da cúpula nacional do partido e está fora do debate sobre a inserção do PSDB na disputa pela sucessão de Jair Bolsonaro.

EM RESUMO

  • O programa de renda emergencial de R$ 300 reais mensais da prefeitura de Goiânia não vai beneficiar as anunciadas 24 mil famílias e, sim, menos de 6 mil. É que as exigências são muito, mas muito rigorosas. Pouca gente se enquadrará.

 

  • Acumulam-se problemas em Senador Canedo, com o novo prefeito Fernando Pelozzo meio desorientado com a pressão que vem recebendo. A falta de água nos bairros é geral. O abastecimento, na cidade, é serviço da prefeitura.

 

  • O prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha foi convidado, mas não apareceu no histórico encontro com o ministro da Infraestrutura Tarcísio Freitas, em Brasília, quando foram discutidas soluções para implantar um desvio da BR-153.

 

  • Qual Daniel Vilela atuará agora na política de Goiás? O antigo, duro implacável, que perseguiu os adversários dentro do MDB, ou o repaginado depois da morte do pai e influenciado pelo legado “conciliador” de Maguito?

 

  • Depois de anunciar sua candidatura a deputado federal em 2022 e virar alvo da artilharia dos adversários, o ex-governador Marconi Perillo voltou a escorregar, ao assinar nota criticando a privatização da Celg GT. Ele vendeu a Celg D.

 

  • O senador Luiz do Carmo tem um desafio difícil pela sempre: candidatar-se à reeleição em 2022. Com a sua fraca densidade eleitoral, nem a chapa do MDB nem qualquer outra vão querer dar a vaga a ele. E só haverá uma disponível.

 

  • O ex-governador tampão Zé Eliton tem acesso direto ao Giro, em O Popular, que abre espaço à vontade para suas críticas e ataques ao governador Ronaldo Caiado – espaço que a coluna não dá a ninguém mais.

 

  • A Casa de Vidro, na avenida Jamel Cecílio, construída com recursos trazidos pela então deputada federal dona Iris Araújo, é mais uma obra inacabada que foi inaugurada no final da gestão de Iris Rezende. Continua fechada.

 

  • As conquistas na área de segurança, com a queda contínua de todos os índices de criminalidade, caminham para se tornar o principal escopo da candidatura à reeleição do governador Ronaldo Caiado. Os avanços são notáveis.