CAIADO PODE SER SEU PRÓPRIO SECRETÁRIO DE SEGURANÇA
O governador eleito Ronaldo Caiado cogita assumir diretamente as funções de secretário de Segurança Pública a partir de 1º de janeiro próximo. Com isso, a pasta não teria um titular e ficaria diretamente subordinada ao Palácio das Esmeraldas.A ideia é inovadora e não tem precedentes em termos de Brasil. Caiado discutiu o assunto no encontro que teve há poucos dias com o futuro ministro da Justiça Sérgio Moro, quando avaliaram, além de políticas de proteção policial da população, a criação de mecanismos conjuntos de combate à corrupção entre o governo de Goiás e o governo federal. Não se trata de decisão já adotada pelo governador eleito. Mas, por enquanto, de uma alternativa em consideração. Com muitas chances de se tornar realidade, diga-se de passagem.
NOVO ATRASO NO PAGAMENTO DA FOLHA DE PESSOAL
Depois do atraso no pagamento do mês de setembro, agora é o mês de outubro que o governo do Estado não consegue quitar para a totalidade dos servidores. A própria Secretaria da Fazenda, em nota oficial, admitiu que precisa de mais prazo para liquidar a folha de pessoal – pelo menos até o dia 22, para quem ganha mais de R$ 3,5 mil reais. Isso é só prenúncio do que vem por aí, na área financeira do governo Zé Eliton, que está entrando progressivamente em colapso fiscal. A herança a ser recebida pelo governador Ronaldo Caiado, a partir de 1º de janeiro, será trágica e vai envolver de um e meio a dois meses de salários em aberto. Há outras despesas, como a aquisição de combustível para as polícias civil e militar, que não estão sendo pagas. O caos é iminente.
GOIÁS NÃO CABE NO MINISTÉRIO DE BOLSONARO
Não há dúvidas de que Ronaldo Caiado será um dos governadores com maior força e prestígio junto ao presidente Jair Bolsonaro. Mas daí a acreditar que terá fôlego para indicar um goiano para uma vaga de ministro vai uma distância muito grande. Caiado não esteve com Bolsonaro desde o primeiro momento, mas apenas na campanha do 2º turno. Além disso, o número de pastas será reduzido para 15 ou 16, dificultando ainda mais a tentativa de se colocar um representante de Goiás na Esplanada dos Ministérios. Mas, em contrapartida, para cargos de 2º ou 3º escalão, o novo presidente pode, sim, acatar indicações de Caiado – que tem no bolso do colete o nome do senador findante Wilder Morais para qualquer vaga que venha a aparecer.
COMEÇOU A BATALHA PELOS INCENTIVOS FISCAIS
Está começando a batalha pela manutenção dos incentivos fiscais atualmente vigentes em Goiás, que correspondem a uma renúncia de impostos em valor duas vezes superior à arrecadação atual do Estado – hoje em torno de R$ 22 bilhões anuais. O governador eleito Ronaldo Caiado está determinado a aplicar um corte, temporário ou não, em torno de 30% sobre as vantagens que os empresários têm no momento, com o objetivo de estabilizar e viabilizar a base fiscal sobre a qual se assentará a sua gestão. Mas o setor produtivo não aceita nem discutir a hipótese, quanto mais abrir mão de qualquer parcela das suas vantagens. Marconi Perillo, em suas gestões, tentou e não conseguiu. Tudo indica que, com o aval da sua votação e da vitória no 1º turno, Caiado se sairá melhor.
ZÉ QUER FAZER OPOSIÇÃO A UMA GESTÃO QUE NEM COMEÇOU
O governador findante Zé Eliton já sentiu que a sua pretensão de liderar a oposição ao governo Ronaldo Caiado não foi bem recebida no que resta da base tucana em Goiás e acabou prudentemente recuando. A conversa do Zé agora mudou de rumo e conteúdo: ele quer uma frente partidária, unindo o PSDB, MDB e até o PT, para se antagonizar ao rolo compressor caiadista que vem vindo aí. O problema é que não há políticos de expressão dispostos a aderir a uma proposta oposicionista a um governo que ainda não começou e sequer definiu suas tendências administrativas. Oposição por oposição, como quer o inquilino que será despejado em 31 de dezembro do Palácio das Esmeraldas, não tem sentido neste momento.
DONA IRIS NA ÁREA SOCIAL DO NOVO GOVERNO
Se dona Iris Araújo tiver interesse, ela comporá o secretariado de Ronaldo Caiado, em pasta relacionada com a área social. Há, contudo, fatores que podem atrapalhar: dona Iris está se submetendo a tratamento de saúde que prejudicou o seu envolvimento com a sua malsucedida campanha à Câmara Federal – e pode ser que essa situação, ainda não resolvida, venha a inviabilizar a sua presença no governo Caiado. Ultimamente, nem o Paço Municipal, onde sempre foi muito assídua, ela tem frequentado. Em resumo, vai depender dela, já que o governador eleito assume sem titubear ser grato a Iris Rezende e nutrir respeito e carinho por ele e família.
DEMORA NAS DEFINIÇÕES INCOMODA MUITO
A demora nas definições que Ronaldo Caiado terá para a sua gestão causa muito incômodo, tanto que O Popular registrou, há poucos dias, que somente dois dos eleitos para governar os Estados ainda não anunciaram nenhum nome para o secretariado ou linha de ação a ser adotada a partir de 1º de janeiro. Não é normal essa demora nem muito menos que Caiado se limite a informar que uma consultoria de fora está encarregada de formular uma nova estrutura administrativa para o Estado, missão que envolve aspectos políticos e sociais que somente Caiado – e não técnicos, ainda mais não goianos – tem na cabeça.
EM RESUMO