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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 14 de novembro de 2018

14/11/2018 às 09h00


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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CAIADO PODE SER SEU PRÓPRIO SECRETÁRIO DE SEGURANÇA

O governador eleito Ronaldo Caiado cogita assumir diretamente as funções de secretário de Segurança Pública a partir de 1º de janeiro próximo. Com isso, a pasta não teria um titular e ficaria diretamente subordinada ao Palácio das Esmeraldas.A ideia é inovadora e não tem precedentes em termos de Brasil. Caiado discutiu o assunto no encontro que teve há poucos dias com o futuro ministro da Justiça Sérgio Moro, quando avaliaram, além de políticas de proteção policial da população, a criação de mecanismos conjuntos de combate à corrupção entre o governo de Goiás e o governo federal. Não se trata de decisão já adotada pelo governador eleito. Mas, por enquanto, de uma alternativa em consideração. Com muitas chances de se tornar realidade, diga-se de passagem.

NOVO ATRASO NO PAGAMENTO DA FOLHA DE PESSOAL

Depois do atraso no pagamento do mês de setembro, agora é o mês de outubro que o governo do Estado não consegue quitar para a totalidade dos servidores. A própria Secretaria da Fazenda, em nota oficial, admitiu que precisa de mais prazo para liquidar a folha de pessoal – pelo menos até o dia 22, para quem ganha mais de R$ 3,5 mil reais. Isso é só prenúncio do que vem por aí, na área financeira do governo Zé Eliton, que está entrando progressivamente em colapso fiscal. A herança a ser recebida pelo governador Ronaldo Caiado, a partir de 1º de janeiro, será trágica e vai envolver de um e meio a dois meses de salários em aberto. Há outras despesas, como a aquisição de combustível para as polícias civil e militar, que não estão sendo pagas. O caos é iminente.

GOIÁS NÃO CABE NO MINISTÉRIO DE BOLSONARO

Não há dúvidas de que Ronaldo Caiado será um dos governadores com maior força e prestígio junto ao presidente Jair Bolsonaro. Mas daí a acreditar que terá fôlego para indicar um goiano para uma vaga de ministro vai uma distância muito grande. Caiado não esteve com Bolsonaro desde o primeiro momento, mas apenas na campanha do 2º turno. Além disso, o número de pastas será reduzido para 15 ou 16, dificultando ainda mais a tentativa de se colocar um representante de Goiás na Esplanada dos Ministérios. Mas, em contrapartida, para cargos de 2º ou 3º escalão, o novo presidente pode, sim, acatar indicações de Caiado – que tem no bolso do colete o nome do senador findante Wilder Morais para qualquer vaga que venha a aparecer.

COMEÇOU A BATALHA PELOS INCENTIVOS FISCAIS

Está começando a batalha pela manutenção dos incentivos fiscais atualmente vigentes em Goiás, que correspondem a uma renúncia de impostos em valor duas vezes superior à arrecadação atual do Estado – hoje em torno de R$ 22 bilhões anuais. O governador eleito Ronaldo Caiado está determinado a aplicar um corte, temporário ou não, em torno de 30% sobre as vantagens que os empresários têm no momento, com o objetivo de estabilizar e viabilizar a base fiscal sobre a qual se assentará a sua gestão. Mas o setor produtivo não aceita nem discutir a hipótese, quanto mais abrir mão de qualquer parcela das suas vantagens. Marconi Perillo, em suas gestões, tentou e não conseguiu. Tudo indica que, com o aval da sua votação e da vitória no 1º turno, Caiado se sairá melhor.

ZÉ QUER FAZER OPOSIÇÃO A UMA GESTÃO QUE NEM COMEÇOU

O governador findante Zé Eliton já sentiu que a sua pretensão de liderar a oposição ao governo Ronaldo Caiado não foi bem recebida no que resta da base tucana em Goiás e acabou prudentemente recuando. A conversa do Zé agora mudou de rumo e conteúdo: ele quer uma frente partidária, unindo o PSDB, MDB e até o PT, para se antagonizar ao rolo compressor caiadista que vem vindo aí. O problema é que não há políticos de expressão dispostos a aderir a uma proposta oposicionista a um governo que ainda não começou e sequer definiu suas tendências administrativas. Oposição por oposição, como quer o inquilino que será despejado em 31 de dezembro do Palácio das Esmeraldas, não tem sentido neste momento.

DONA IRIS NA ÁREA SOCIAL DO NOVO GOVERNO

Se dona Iris Araújo tiver interesse, ela comporá o secretariado de Ronaldo Caiado, em pasta relacionada com a área social. Há, contudo, fatores que podem atrapalhar: dona Iris está se submetendo a tratamento de saúde que prejudicou o seu envolvimento com a sua malsucedida campanha à Câmara Federal – e pode ser que essa situação, ainda não resolvida, venha a inviabilizar a sua presença no governo Caiado. Ultimamente, nem o Paço Municipal, onde sempre foi muito assídua, ela tem frequentado. Em resumo, vai depender dela, já que o governador eleito assume sem titubear ser grato a Iris Rezende e nutrir respeito e carinho por ele e família.

DEMORA NAS DEFINIÇÕES INCOMODA MUITO

A demora nas definições que Ronaldo Caiado terá para a sua gestão causa muito incômodo, tanto que O Popular registrou, há poucos dias, que somente dois dos eleitos para governar os Estados ainda não anunciaram nenhum nome para o secretariado ou linha de ação a ser adotada a partir de 1º de janeiro. Não é normal essa demora nem muito menos que Caiado se limite a informar que uma consultoria de fora está encarregada de formular uma nova estrutura administrativa para o Estado, missão que envolve aspectos políticos e sociais que somente Caiado – e não técnicos, ainda mais não goianos – tem na cabeça.

EM RESUMO

  • A disputa pela presidência da poderosa Ordem dos Advogados do Brasil-Seção de Goiás acabou polarizada entre Lúcio Flávio, atual gestor, e o oposicionista Pedro Paulo. Alexandre Caiado, a 3ª via, não emplacou.
  • Em uma decisão radical, Ronaldo Caiado examina a possibilidade de decretar o fim da propaganda institucional do governo do Estado. Publicidade oficial, assim, seria só educativa ou de utilidade pública.
  • Giuseppe Vecci não vai criar caso para entregar a presidência estadual do PSDB: ele já retomou ritmo intensivo as suas atividades particulares como dono de faculdade. A política foi apenas um rio que passou em sua vida.
  • Já há deputados estaduais e federais, eleitos fora da coligação de Ronaldo Caiado, prontos para anunciar apoio ao novo governo. Mas Caiado prefere deixar para após 1º de janeiro, para mostrar força na arrancada inicial.
  • Álvaro Guimarães conseguiu esfriar o noticiário e as articulações em torno da escolha do novo presidente da Assembleia. As negociações com os deputados estão agora nos bastidores, de onde nunca deveriam ter saído.
  • É grande a pressão sobre Ronaldo Caiado para que anuncie nomes para sua equipe e linhas de ação do novo governo, ocupando espaço e dando uma satisfação ao grande número de eleitores que sufragou o seu nome.
  • Apesar de ter anunciado que deixou a política e voltou à atividade de pastor evangélico, Fábio de Souza decidiu se candidatar a vereador na eleição de 2020. Só que jamais pelo PSDB, partido do qual tomou ojeriza.
  • Nas redes sociais, os perfis dos políticos goianos, vencedores e derrotados na última eleição, mostram uma revoada rumo ao exterior em temporada de férias, ou para chorar as mágoas ou para comemorar em família.
  • O fim do programa Goiás na Frente quebrou as expectativas de mais de uma centena de prefeitos que só permaneceram fiel à candidatura de Zé Eliton em razão das verbas prometidas. Que agora transformaram-se em fumaça.