MARCONI SUPERA O TRAUMA DA DERROTA E ESTÁ NA ATIVA
Depois do trauma da acachapante derrota nas urnas e dois incidentes policiais em que se viu envolvido, o ex-governador Marconi Perillo voltou a colocar os pés no chão. Ele está passando a maior parte do tempo em Goiânia, dando expediente integral em seu escritório político no setor Sul – onde conta com uma pequena equipe de assessores, inclusive de comunicação. Políticos da antiga base governista são convocados diariamente para conversas e ouvem avaliações negativas sobre os primeiros passos do governador Ronaldo Caiado e a opinião do ex-governador de que não pretende por ora mergulhar mais intensamente na política, mas que a evolução dos fatos está levando inexoravelmente ao seu resgate em tempo mais rápido que o imaginado antes. Interlocutores assíduos: os deputados estaduais reeleitos Talles Barreto e Lucas Calil (com o seu pai Benitez).
MUDANÇA DE NOME DA AGETOP, PASSO SIMBÓLICO DE CAIADO
Surpreendente e original a ideia do governador Ronaldo Caiado de mudar o nome da Agetop, que durante os últimos oito anos foi comandada pelo empresário sem empresa Jayme Rincón e terminou transformada em sinônimo de corrupção – com a prisão, por duas vezes, do seu ex-titular. Certas ações de um governante, mesmo limitadas e sem maiores repercussões práticas, têm o condão de sinalizar sobre as suas intenções e as da sua gestão. Caiado deveria avaliar também medida idêntica para a Codego, que chegou ao fim do Tempo Novo com as mesmas características da Agetop e talvez até ir além da simples troca de nome, considerando a hipótese de extinguir o órgão. A propósito: a estrada que passa pela fazenda do ex-governador Zé Eliton foi estranhamente asfaltada pela Codego, em uma operação para lá de esdrúxula.
É PRECISO CORAGEM EXTINGUIR ÓRGÃOS ESTADUAIS INÚTEIS
O governo de Goiás tem muita gordura para ser eliminada, caso a intenção do governador seja mesmo a de promover uma revolução na gestão do Estado. Há, por exemplo, muitos órgãos com estrutura administrativa inchada e despesas elevadas, sem nenhuma utilidade para os goianos, como a Goiasgás, a Goiás Telecom, a Agência Brasil Central (com um canal de televisão sem audiência e duas emissoras de rádio sem importância), a Goiás Parcerias e até mesmo um desnecessário e caro Escritório de Representação em Brasília (existe outro em São Paulo, mantido pela Codego, esta, aliás, outra entidade passível de liquidação). Órgãos assim, sem retorno para a sociedade, arrastam milhões de reais pelo ralo e deveriam ser alvo de qualquer governo que se propusesse a uma mudança radical e, por que não?, modernizante da máquina pública em Goiás.
DISPUTA NO MDB PODE LEVAR À DISSOLUÇÃO DO DIRETÓRIO
A convocação de eleição para o comando do diretório estadual do MDB, feita sem alarde pelo atual presidente Daniel Vilela, era manobra já esperada pelo grupo dissidente liderado pelo prefeito de Catalão Adib Elias. Tanto que, preventivamente, Adib recolheu assinaturas, em número legalmente suficiente, para propor a dissolução do diretório, com a consequente nomeação pelo presidente nacional Romero Jucá de uma comissão provisória. Os próximos dias, portanto, serão decisivos: ou os dissidentes registram uma chapa, o que tem as suas dificuldades diante do tempo curto, ou usam o documento que está guardado no bolso do prefeito de Catalão e levam a disputa para Brasília, onde o senador Luiz Carlos do Carmo, já no exercício do mandato, será decisivo para resolver a questão em desfavor de Daniel Vilela.
SÓ RECEBEU DEZEMBRO QUEM TEVE A FOLHA EMPENHADA
Houve uma onda de queixas nas redes sociais quanto a decisão do governador Ronaldo Caiado de pagar o mês de dezembro para a Assembleia Legislativa, o Tribunal de Justiça e os Tribunais de Contas. Reclamou-se de um suposto privilégio para esses órgãos, que concentram altos salários para os seus funcionários, em detrimento da maioria dos servidores que ainda não receberam nem sabem quando vão receber. Mas foram críticas injustas. Caiado agiu em razão da existência do necessário empenho, feito ainda em dezembro, para que os salários fossem liquidados dentro da legalidade, conforme tem repetido. Esse foi o único critério, corretíssimo, sem dúvida, dentro do raciocínio do novo governador.
QUEM DESARRUMOU O ESTADO FOI O GOVERNO-TAMPÃO DO ZÉ
O ex-governador Marconi Perillo tem a convicção de que nada tem a ver com o imbróglio da folha de dezembro, problema criado por Zé Eliton. O ex-governador entende que em seus mandatos pagou os salários do funcionalismo em dia e conduziu as contas gerais do Estado dentro da normalidade. A encrenca administrativa e financeira encontrada por Caiado, assim, teria a mesma idade do mandato-tampão de Zé Eliton. Contas atrasadas como os pagamentos da Bolsa Universitária, do Transporte Escolar e das organizações sociais que cuidam dos hospitais apareceram e cresceram depois que Zé foi para o Palácio das Esmeraldas. Marconi se considera um gestor público competente e que, se a situação se complicou, isso aconteceu no ano passado – quando ele foi governador apenas de janeiro a março. Entregou a casa arrumada ao Zé e daí para diante a coisa desandou.
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