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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 14 de janeiro de 2019

14/01/2019 às 11h59


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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MARCONI SUPERA O TRAUMA DA DERROTA E ESTÁ NA ATIVA

Depois do trauma da acachapante derrota nas urnas e dois incidentes policiais em que se viu envolvido, o ex-governador Marconi Perillo voltou a colocar os pés no chão. Ele está passando a maior parte do tempo em Goiânia, dando expediente integral em seu escritório político no setor Sul – onde conta com uma pequena equipe de assessores, inclusive de comunicação. Políticos da antiga base governista são convocados diariamente para conversas e ouvem avaliações negativas sobre os primeiros passos do governador Ronaldo Caiado e a opinião do ex-governador de que não pretende por ora mergulhar mais intensamente na política, mas que a evolução dos fatos está levando inexoravelmente ao seu resgate em tempo mais rápido que o imaginado antes. Interlocutores assíduos: os deputados estaduais reeleitos Talles Barreto e Lucas Calil (com o seu pai Benitez).

 

MUDANÇA DE NOME DA AGETOP, PASSO SIMBÓLICO DE CAIADO

Surpreendente e original a ideia do governador Ronaldo Caiado de mudar o nome da Agetop, que durante os últimos oito anos foi comandada pelo empresário sem empresa Jayme Rincón e terminou transformada em sinônimo de corrupção – com a prisão, por duas vezes, do seu ex-titular. Certas ações de um governante, mesmo limitadas e sem maiores repercussões práticas, têm o condão de sinalizar sobre as suas intenções e as da sua gestão. Caiado deveria avaliar também medida idêntica para a Codego, que chegou ao fim do Tempo Novo com as mesmas características da Agetop e talvez até ir além da simples troca de nome, considerando a hipótese de extinguir o órgão. A propósito: a estrada que passa pela fazenda do ex-governador Zé Eliton foi estranhamente asfaltada pela Codego, em uma operação para lá de esdrúxula.

 

É PRECISO CORAGEM EXTINGUIR ÓRGÃOS ESTADUAIS INÚTEIS

O governo de Goiás tem muita gordura para ser eliminada, caso a intenção do governador seja mesmo a de promover uma revolução na gestão do Estado. Há, por exemplo, muitos órgãos com estrutura administrativa inchada e despesas elevadas, sem nenhuma utilidade para os goianos, como a Goiasgás, a Goiás Telecom, a Agência Brasil Central (com um canal de televisão sem audiência e duas emissoras de rádio sem importância), a Goiás Parcerias e até mesmo um desnecessário e caro Escritório de Representação em Brasília (existe outro em São Paulo, mantido pela Codego, esta, aliás, outra entidade passível de liquidação). Órgãos assim, sem retorno para a sociedade, arrastam milhões de reais pelo ralo e deveriam ser alvo de qualquer governo que se propusesse a uma mudança radical e, por que não?, modernizante da máquina pública em Goiás.

 

DISPUTA NO MDB PODE LEVAR À DISSOLUÇÃO DO DIRETÓRIO

A convocação de eleição para o comando do diretório estadual do MDB, feita sem alarde pelo atual presidente Daniel Vilela, era manobra já esperada pelo grupo dissidente liderado pelo prefeito de Catalão Adib Elias. Tanto que, preventivamente, Adib recolheu assinaturas, em número legalmente suficiente, para propor a dissolução do diretório, com a consequente nomeação pelo presidente nacional Romero Jucá de uma comissão provisória. Os próximos dias, portanto, serão decisivos: ou os dissidentes registram uma chapa, o que tem as suas dificuldades diante do tempo curto, ou usam o documento que está guardado no bolso do prefeito de Catalão e levam a disputa para Brasília, onde o senador Luiz Carlos do Carmo, já no exercício do mandato, será decisivo para resolver a questão em desfavor de Daniel Vilela.

 

SÓ RECEBEU DEZEMBRO QUEM TEVE A FOLHA EMPENHADA

Houve uma onda de queixas nas redes sociais quanto a decisão do governador Ronaldo Caiado de pagar o mês de dezembro para a Assembleia Legislativa, o Tribunal de Justiça e os Tribunais de Contas. Reclamou-se de um suposto privilégio para esses órgãos, que concentram altos salários para os seus funcionários, em detrimento da maioria dos servidores que ainda não receberam nem sabem quando vão receber. Mas foram críticas injustas. Caiado agiu em razão da existência do necessário empenho, feito ainda em dezembro, para que os salários fossem liquidados dentro da legalidade, conforme tem repetido. Esse foi o único critério, corretíssimo, sem dúvida, dentro do raciocínio do novo governador.

 

QUEM DESARRUMOU O ESTADO FOI O GOVERNO-TAMPÃO DO ZÉ

O ex-governador Marconi Perillo tem a convicção de que nada tem a ver com o imbróglio da folha de dezembro, problema criado por Zé Eliton. O ex-governador entende que em seus mandatos pagou os salários do funcionalismo em dia e conduziu as contas gerais do Estado dentro da normalidade.  A encrenca administrativa e financeira encontrada por Caiado, assim, teria a mesma idade do mandato-tampão de Zé Eliton. Contas atrasadas como os pagamentos da Bolsa Universitária, do Transporte Escolar e das organizações sociais que cuidam dos hospitais apareceram e cresceram depois que Zé foi para o Palácio das Esmeraldas. Marconi se considera um gestor público competente e que, se a situação se complicou, isso aconteceu no ano passado – quando ele foi governador apenas de janeiro a março. Entregou a casa arrumada ao Zé e daí para diante a coisa desandou.

 

EM RESUMO

  • Jornais e blog que foram duríssimos com Ronaldo Caiado, na campanha, quando não esconderam o interesse em Zé Eliton, estão se realinhando e intensificando elogios ao novo governador. Assim é a imprensa de Goiás.

 

  • O calote do Goiás na Frente deixou não só prefeituras em dificuldades para pagar obras iniciadas na expectativa dos recursos do programa, mas também mais de 100 empreiteiras. Trabalharam e não receberam.

 

  • O pecuarista, diretor da Faeg e delegado aposentado Eurípedes Barsanulfo deve ser o novo presidente da Codego  – para agir como uma espécie de interventor diante do acúmulo de irregularidades praticadas no órgão.

 

  • Se for mesmo criado por Ronaldo Caiado, o conselho consultivo do governo do Estado será presidido por Zé Vitti, que no próximo dia 1º de fevereiro conclui seu mandato como presidente da Assembleia.

 

  • O novo secretário de Governo Ernesto Roller ocupou com rapidez os espaços de articulação política que estavam abertos em volta de Ronaldo Caiado e se transformou na voz mais ativa em defesa da nova gestão.

 

  • Dr. Antônio entregou ao governador Ronaldo Caiado uma lista com os 16 votos que assegura ter garantidos para a presidência da Assembleia. Quis mostrar sua viabilidade, mas há quem acredite que foi apenas ingênuo.

 

  • Luiz Carlos do Carmo fechou com Renan Calheiros para presidência do Senado e reforçou sua posição de influência junto ao diretório nacional do MDB, chefiado por Romero Jucá – ligadíssimo ao senador alagoano.

 

  • Tem chamado atenção o sotaque carioca, que transforma o esse em xis, da secretária da Economia Cristiane Schmidt. Dá para notar que ela se esforça para diminuir o cacoete para igualar sua oralidade à dos goianos.

 

  • É difícil um reatamento entre Marconi Perillo e Zé Eliton, por dois motivos: 1) Zé não tem futuro na política, campo em que sua aptidão é zero e 2) divergências insanáveis, em razão da arrecadação e gastos de campanha.