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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 12 de novembro de 2018

12/11/2018 às 08h00


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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PRIMEIRO NOME DO NOVO GOVERNO É ZACARIAS CALIL

O médico Zacarias Calil, eleito deputado federal pelo DEM com quase 200 mil votos e conhecedor profundo do funcionamento dos hospitais estaduais, onde sempre atuou, deverá ser o primeiro nome confirmado para o governo Ronaldo Caiado, claro, na Secretaria da Saúde. Com a indicação, Caiado espera abrir com chave de ouro a composição da sua equipe, estimulando a adesão de outros nomes de peso que estão sendo cogitados para as pastas que terão prioridade na sua administração: Educação, Segurança e Fazenda. Devido ao baixo salário, em torno de R$ 17 mil reais mensais, os principais cargos de governo, em Goiás, não despertam grande interesse e atraem muito pouco profissionais bem sucedidos ou nomes de peso, além dos riscos jurídicos que oferecem para os seus ocupantes.

 

MARCONI E ZÉ ELITON ESTÃO DISTANCIADOS

O ex-governador e candidato derrotado ao Senado, depois das eleições, nunca mais conversou com o governador Zé Eliton, a não ser em rápidos e protocolares contatos por telefone. Desde que Jayme Rincón e seu motorista foram flagrados pela Polícia Federal na posse de R$ 1 milhão de reais em dinheiro vivo, a 10 dias da eleição, que o relacionamento entre os dois ficou inicialmente tenso, em seguida frio e posteriormente praticamente deixou de existir. Marconi está fisicamente distante de Goiás, morando em São Paulo, onde tem casa, enquanto Zé serve café frio a quem ainda se arrisca a visitá-lo no Palácio das Esmeraldas.

 

GOVERNABILIDADE NUNCA TERÁ SIDO TÃO TRANQUILA

O ambiente entre os próximos deputados estaduais leva a crer que o governador eleito Ronaldo Caiado terá uma maioria absoluta de no mínimo 30 votos na Assembleia, o que garantirá com folga nunca vista antes a sua governabilidade. Nem mesmo Marconi Perillo, em seus melhores dias, chegou a contar com uma vantagem tão folgada no Legislativo. E vejam que 30 pode ser o número mínimo: há expectativas de que Caiado tenha, no final das contas, o apoio de 33 parlamentares, bastando, para isso, mostrar um pouco de flexibilidade no atendimento de demandas tradicionais como nomeações para cargos comissionados e pequenas obras para os municípios.

 

DERROTA DE ZÉ ELITON FOI ELEITORAL E POLÍTICA

O 3º lugar na disputa pelo governo, depois de uma campanha sem discurso e sem pegada, vai custar caro para o futuro do governador Zé Eliton – que ambiciona assumir a posição de líder da oposição ao governo Ronaldo Caiado. Zé, na eleição, foi derrotado eleitoral e politicamente, ao contrário, por exemplo, de Daniel Vilela, que perdeu, porém obtendo uma grande vitória política ao superar o candidato governista e garantir o 2º lugar. Na condição de coveiro do Tempo Novo, só restará a ele reassumir as suas atividades profissionais como advogado. Ligação com a política só se voltar a atuar na área eleitoral.

 

ANA VITÓRIA: NOMEAR OU NÃO NOMEAR, EIS A QUESTÃO

Ronaldo Caiado, família e assessores do círculo íntimo enfrentam um desafio: o novo governo deve ou não nomear a advogada Ana Vitória para a Casa Civil, que retornará ao papel de coordenadora administrativa e jurídica da gestão? Ana Vitória tem experiência (foi procuradora geral da Prefeitura de Goiânia) e é tida como profissionalmente competente, mas... é filha de Caiado. Na campanha, liderou a equipe de advogados do pai, mas não só, participando de todas as articulações e decisões de importância. Para o novo governador, seria mão na roda, pela confiança e pela capacidade. O problema é a sinalização negativa que nomear familiares significa para qualquer governante.

 

PROJETO DE MAGUITO É A PREFEITURA DE GOIÂNIA

Com entrevistas e declarações todo dia nos meios de comunicação, tudo indica que o ex-prefeito de Aparecida Maguito Vilela está mesmo procurando visibilidade com vistas a ser candidato a prefeito de Goiânia, em 2020. Mas há um condicionante: isso, se Iris Rezende não quiser a reeleição. Não há hipótese de Maguito entrar em confronto com o velho cacique peemedebista, que estará perto dos 90 anos na época da eleição. Por enquanto, Iris tem dito que não pretende mais um mandato, declaração que tem significado zero para quem conhece o seu estilo de fazer política, porém serve de estímulo à movimentação dos interessados na candidatura, como Maguito.

 

ANTIGA BASE GOVERNISTA ESTÁ À DERIVA

Como previsto, a ausência do ex-governador e candidato derrotado ao Senado Marconi Perillo abriu um vácuo dentro da base governista em extinção em Goiás. Ocorre, no momento, uma dispersão que deve levar 100 prefeitos para fora do PSDB e partidos aliados, sem falar no arrastão que vai atingir deputados estaduais e federais e transferi-los para a órbita de Ronaldo Caiado. A tentativa do governador findante Zé Eliton de assumir a liderança do que resta do antigamente poderoso conglomerado reunido à sombra do governo causou reações negativas e não vai dar em nada, ainda mais com o fim do programa Goiás na Frente. À deriva, esse grupo vai continuar aguardando a volta de Marconi ao cenário político. Volta que nem ele sabe como vai ser ou se será possível.

 

EM RESUMO

  • O governador Zé Eliton já decidiu que o pagamento do funcionalismo relativo ao mês de dezembro vai ficar para o novo governo. Se Deus ajudar, novembro será quitado antes do Natal. Se Deus ajudar...

 

  • O delegado federal Joaquim Mesquita, que ocupou cargos no governo do Estado nos últimos 6 anos, volta para a PF levando nas costas uma ação de improbidade de R$ 10 milhões, por irregularidades relacionadas a contratos temporários.

 

  • Embora desfrutando de um bom relacionamento com o governador eleito Ronaldo Caiado, com o qual tem identidade ideológica, o atual secretário de Segurança Irapuan Costa Jr. não será mantido. Isso nem é cogitado.

 

  • Embora pequenas, são reais a chances de João Campos vir a ser o próximo presidente da Câmara Federal, com o apoio de Jair Bolsonaro. Problema: o deputado goiano é tímido e não mergulha de cabeça em articulações.

 

  • Vários veículos de imprensa, inclusive O Popular, pediram entrevistas ao ex-governador Marconi Perillo, que, no entanto, negou todas e deverá continuar em silêncio. Em São Paulo, recebe apenas amigos muito íntimos.

 

  • Cesare Battisti, que Jair Bolsonaro deverá extraditar para a Itália, já esteve em Goiás e passou alguns dias em Aruanã, cidade onde cogitou instalar residência. Foi ciceroneado, na época, por amigos de Delúbio Soares.

 

  • É verdade: Daniel Vilela, que fica na Câmara Federal a 31 de janeiro próximo, pode ser o próximo presidente nacional do PMDB. Michel Temer gostou da ideia, que daria uma forte cara de renovação ao partido.

 

  • É vã ilusão achar que há goianos em condições de ocupar um Ministério na gestão de Jair Bolsonaro. Como eles serão reduzidos para 15 ou 16, as possibilidades são ainda menores. Quem sabe cargos de 2ou 3º escalões.

 

  • Dois prefeitos avaliam a hipótese de ocupar cargos no secretariado de Ronaldo Caiado: Adib Elias, de Catalão, e Ernesto Roller, de Formosa. Mas, por exigência legal, eles teriam que renunciar aos seus mandatos.