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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 12 De Abril De 2021

12/04/2021 às 12h49


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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PAIXÃO DE GUSTAVO MENDANHA PELO MARKETING TIRA CREDIBILIDADE QUE PODERIA TER COMO POLÍTICO SÉRIO

O ex-presidente Lula, para fazer marketing político, não tem medidas éticas ou morais. No velório da sua mulher Marisa Letícia, promoveu um comício, com direito a sistema de som e banners gigantescos com frases de efeito. Aqui em Goiás, quem o emula é o prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha, que, por exemplo, não hesita em aproveitar suas internações hospitalares para fazer publicidade rasteira – como se viu na época em que baixou a um centro médico para se tratar de uma trombose cerebral e repetiu agora com a temporada no Hospital Santa Mônica para cuidar da infecção pela Covid-19. Veio a morte do seu pai Léo Mendanha e ele não hesitou. Confiram no Instagram fotos em que aparenta chorar e uma intensa comoção (vamos presumir de boa-fé que não o fez só para posar para lentes amigas), com legendas em que afirma até conversar com Deus (admitamos, também de boa-fé, que se trata de uma metáfora). Mas é um exagero condenável. Mendanha deveria ser mais comedido, evitando, por exemplo, expor filhos pequenos ou mostrar uma certa imoderação em momentos tristes e difíceis. Por que não segue o exemplo do seu parceiro Daniel Vilela, que passou pelo mesmo drama com a perda do pai Maguito Vilela e em momento algum apelou para o emocionalismo barato, menos ainda nas suas redes sociais, mantendo um comportamento sóbrio e coerente? Marketing, prefeito, tem limites.

AS ESTRANHAS NOTAS DE MARCONI E ZÉ ELITON  E A TESE ECALAFOBÉTICA DO “CALOTE NA DÍVIDA”

Os ex-governadores Marconi Perillo e Zé Eliton, agora dirigentes máximos de fato do PSDB goiano, adotaram o estranho hábito de emitir notas oficiais, repetidamente, com críticas a decisões do governador Ronaldo Caiado – que não toma conhecimento desses comunicados. Aliás, nem Caiado nem ninguém, devido à perda da importância de Marconi e Zé Eliton depois da surra nas urnas de 2018 e da transformação do partido dos tucanos goianos em nanico, com a eleição de apenas 21 prefeitos em 2020, muitos dos quais já deixaram a legenda. Uma tese sem sentido que os dois defendem é que o atual governo de Goiás aplicou um calote na dívida estadual e deixou de pagar R$ 5,1 bilhões das parcelas que venceram nos dois últimos anos. É uma distorção e tanto: Caiado não “aplicou calote” algum, apenas deixou de quitar as prestações que foram suspensas por Supremo Tribunal Federal enquanto a Secretaria do Tesouro Nacional prepara o ingresso do Estado no Regime de Recuperação Fiscal. Essa resolução do STF beneficiou também outras unidades da Federação. Mais: Marconi, quando governador, também fez esse mesmo pedido à Corte Suprema. Em um momento ou outro, seu governo chegou a ser favorecido pela suspensão do pagamento de parcelas, embora por pouco tempo. Caiado foi melhor sucedido e conseguiu adiar o pagamento por um prazo maior. Falar em “calote” é viajar na maionese, já que Goiás continua dentro da legalidade e dos padrões de normalidade seguidos em Brasília. Os dois tucanos perderam o juízo.

NOMEAÇÕES NA PREFEITURA DE GOIÂNIA: UM ACERTO E DOIS ERROS GRAVÍSSIMOS

O prefeito não eleito de Goiânia Rogério Cruz na nomeação da vereadora Cristina Lopes para o seu secretariado (Direitos Humanos), mas, na sequência, cometeu dois erros gravíssimos .1) Para a área de infraestrutura, nomeou um ex-empreiteiro que faliu no ramo, atribulação que pode acontecer com qualquer empresário, mas não é boa recomendação para o exercício de funções públicas. 2) Mas muito pior é o ex-vereador Zander Fábio, que é réu em 19 ações por corrupção, segundo os registros do Tribunal de Justiça levantados pelo jornalista Rubens Salomão, da rádio Sagres. Em dois desses processos já foi condenado e em um foi sentenciado a 12 anos de cadeia, ainda não cumpridos em razão da recursaria que favorece os criminosos brasileiros. E isso sem falar que o rapaz não tem a menor tradição nos assuntos da pasta para a qual foi promovido. É um pobre coitado, mas não é missão da prefeitura fazer benemerência para esse tipo de gente. Como diria Borys Casoy, é uma vergonha. Nos dois casos, seria engrandecedor para Rogério Cruz reconhecer a bola fora e voltar atrás.

O DIA EM QUE ROGÉRIO CRUZ DECIDIU SE LIVRAR DO MDB PARA ASSUMIR O CARGO

Ainda no início de fevereiro, o prefeito não eleito de Goiânia participou de uma reunião com o conselho político de luminares emedebistas institucionalizado por decreto para “assessorar” a sua gestão. Entre outros sábios, participou do encontro o presidente estadual do MDB Daniel Vilela. O resultado foi exatamente o contrário do que pretendiam os idealizadores do grupo, que era colocar o cabresto em Rogério Cruz e influenciar de perto suas decisões. Durante três horas, o prefeito ouviu calado explanações empoladas dando lições a ele como se fosse uma criança incapaz de perceber a realidade. Houve quem falasse por mais de meia hora, a pretexto de dar ensinamentos sobre administração pública e estratégia política. No final, ao sair da reunião, Rogério Cruz levou no fundo da alma a convicção de que o arranjo montado à sua volta no Paço Municipal jamais daria certo e que, se quisesse ter alguma chance de acertar como prefeito de Goiânia, teria que se livrar o mais rapidamente possível daquela cangalha. Não demorou muito: entre 30 a 40 dias depois, estava liberto.

DOS 35 VEREADORES GOIANIENSES, APENAS MAURO RUBEM, DO PT, FAZ OPOSIÇÃO

Isso ninguém nunca viu antes em Goiânia: dos 35 vereadores à Câmara Municipal, apenas um, Mauro Rubem, do PT, está na oposição ao prefeito não eleito Rogério Cruz. Todos os demais, sem exceção, foram cooptados seguindo-se o modelo implantado por Gustavo Mendanha na prefeitura de Aparecida, onde a farta distribuição de cargos comissionados garantiu a ele o apoio de 21 partidos e de todos os 25 vereadores aparecidenses. Cruz abriu o seu secretariado e a folha de pagamento do Paço Municipal e – zastrás – conseguiu a unanimidade do legislativo da capital.

MAGUITO É ATIVO ELEITORAL VALIOSO E É POR ISSO QUE SEU SANTO NOME ESTÁ SENDO USADO EM VÃO

Transformado em santo depois que morreu, depois de uma carreira política em que nunca se destacou por qualquer posição excepcional ou capaz de mostrar visão, a memória de Maguito Vilela agora é uma ativo eleitoral valioso – disputado por todos os que, de uma maneira ou de outra, participaram do estelionato o levou a ser eleito prefeito de Goiânia sem a menor condição física para o cargo, menos ainda para ser diplomado ou empossado, como foi. É óbvio que a sua viúva alimenta pretensões eleitorais, depois de frustrada na tão alimentada esperança de se tornar a primeira-dama da capital. O filho Daniel Vilela, mentor maior do engodo vendido ao eleitorado goianiense, nunca disse a verdade e continua a escondendo em relação ao seu relacionamento pessoal com o pai, que nunca foi bom. O prefeito Rogério Cruz mexeu nesse vespeiro e despertou paixões, ele que também é beneficiário da maior fraude política já vista em todos os tempos na história das eleições em Goiânia.  

EM RESUMO

  • A Enel tem de vez em quando notícias boas: investiu mais de R$ 286 milhões em novas conexões rurais no Estado, desde 2017, conectando 10.200 novos clientes rurais à sua rede de distribuição de energia.

 

  • Detalhe importante: grande parte dessas novas ligações, a custo zero, atendeu a famílias em assentamentos rurais, comunidades quilombolas, aldeias indígenas e pequenas propriedades em todo o Estado.

 

  • Consta que andam soprando nos ouvidos do ex-ministro e ex-presidenciável Henrique Meirelles, hoje secretário de Fazenda de SP, que ele deveria ser candidato a governador de Goiás em 2022 e não a senador.

 

  • O ex-governador Marconi Perillo é agora um caçador de oportunidades: ligou e visitou o presidente estadual do MDB Daniel Vilela para dar uma “força” para o emedebista. Quem descobriu foi a colunista Tainá Borela, do Mais Goiás.

 

  • Um mês atrás, Daniel Vilela disse ao jornalista Jackson Abrão, de O Popular, que o MDB e o PSDB não têm em Goiás nenhuma identidade, descartando qualquer hipótese de aliança para a eleição de 2022.

 

  • Ainda que reservadamente, o presidente estadual do PSD Vilmar Rocha reconhece que o governador Ronaldo Caiado “está bem” e que, a se manter o cenário político atual, deverá se reeleger com facilidade.

 

  • Mérito da crise MDB x Rogério Cruz: todos os envolvidos saíram perdendo. De quebra, a oposição em Goiás foi a maior prejudicada, com a transformação em inimigos partidos que estavam coligados já há duas eleições.

 

  • Durval Fonseca, o secretário de Saúde que ficou fora do expurgo dos emedebistas da equipe do prefeito Rogério Cruz, foi indicado por Daniel Vilela, a quem foi apresentado pelo médico Marcelo Rabahi, genro de Maguito Vilela.

 

  • O governador Ronaldo Caiado não abandonou o projeto de disputar a presidência da República, mas adiou esse objetivo para 2026. Para a próxima eleição, a meta é conquistar mais um mandato para o governo de Goiás.