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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 11 De Abril De 2023

11/04/2023 às 07h41


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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A “surra” de Caiado no seu rival Tarcísio de Freitas

 

Caiado e Tarcísio de Freitas são candidatos a presidente pela direita civilizada, em 2026

 

Dois institutos de peso e credibilidade avaliaram separadamente a popularidade dos governadores de Goiás Ronaldo Caiado e de São Paulo Tarcísio de Freitas. Caiado foi avaliado pelo Serpes, o melhor de Goiás, e Tarcísio pelo Datafolha, o número um do Brasil. Mediram-se as expectativas quanto ao andamento inicial das gestões.

No geral, os dois foram aprovados. Caiado com 61,9% na soma do ótimo + bom e Tarcísio com 44% no mesmo quesito. Ambos superaram com folga seus conceitos de péssimo + ruim, Caiado na faixa de 7% e Tarcísio, 11%, índices insignificantes.

Certo. Porém, salta aos olhos: o governador goiano tem um terço a mais de aprovação em relação ao seu colega paulista. É uma diferença abissal. Caiado muito mais bem posicionado que o presidente Lula, Tarcísio nem tanto. O petista está com 38% de ótimo + bom. Na totalização do péssimo + ruim, sai-se muito mal, com 29% dos entrevistados pelo Datafolha enxergando o seu governo como abaixo do esperado.

Seja diante de Tarcísio seja em comparação com Lula, a aprovação de Caiado é bem superior. Sim, ele está iniciando um mandato de continuidade e tem o benefício do recall das ações afirmativas da gestão anterior. E daí? Lula, faz o terceiro governo, só que é isso produz efeitos negativos, já que ele apenas recicla as iniciativas de uma época passada, sem apresentar novidades. Já Tarcísio desdobra a sua boa gestão como ministro da Infraestrutura. Mas, somando-se tudo isso, em termos estaduais, claro, Caiado dá uma surra ao seguir bem à frente – o que tem especial importância quando se sabe que são nomes que podem lá na frente se rivalizar como candidatos a presidente da direita civilizada. Primeiro arrume a sua casa, depois conquiste o mundo.

Anistia não evita perda dos mandatos dos deputados do PL

O Congresso Nacional deve aprovar em breve uma das maiores anistias da história aos partidos políticos que não aplicaram os recursos do fundo eleitoral obedecendo as exigências de destinar valores mínimos às mulheres candidatas.

Detalhe muito importante: a anistia valerá somente para a questão dos gastos de campanha com dinheiro público e não abrangerá o descumprimento dos percentuais de candidaturas femininas, fixado em 30%.

Isso garante o prosseguimento, portanto, das ações que contestam o registro das chapas do PL para a Assembleia Legislativa e para a Câmara Federal. Até meados deste ano, haverá o julgamento pelo TRE. Daí até o início de 2024, pelo TSE, em caráter terminativo.

O PL não chegou a 30% de mulheres nem para a deputança estadual nem para a federal. Advogados eleitoralistas de renome que manusearam com cuidado os processos já concluíram: as duas chapas serão cassadas, na integralidade, tanto os eleitos quanto os suplentes. Na Assembleia, ficarão sem mandato Major Araújo, Paulo Cezar Martins e Delegado Eduardo Prado. Na Câmara, vão para o beleléu Gustavo Gayer, Magda Mofatto, Prof. Alcides e Daniel Agrobom.

Assumem, na bancada federal: Delegado Humberto Teófilo (Patriota), Edward Madureira (PT), Lucas Vergílio (Solidariedade) e Rafael Gouveia (Republicanos). No Legislativo estadual, ascendem: Rubens Marques (União Brasil), Fabrício Rosa (PT) e, a depender dos cálculos finais, ou Francisco Oliveira (MDB) ou Felipe Cortês (Podemos) ou Eliel Júnior (PRTB), um deles.

Mudanças significativas a caminho, portanto. No geral, amplamente favoráveis à ampliação da base parlamentar de apoio do governador Ronaldo Caiado.

Adib espera acerto com Daniel para voltar ao MDB

 

Um problema a mais: Adib até hoje não tem um nome para lançar à sua própria sucessão

 

O prefeito de Catalão Adib Elias sonha voltar ao MDB, porém aguarda um gesto mais incisivo do vice-governador e presidente estadual da sigla Daniel Vilela para marcar data para assinar novamente a ficha do partido.

Por “gesto mais incisivo” entenda-se: o compromisso de entregar os diretórios emedebistas de Catalão e região ao controle direto de Adib, com a exclusão das atuais direções municipais. A seção catalana é o maior problema, pois quem está no comando é o pecuarista e candidato derrotado a prefeito em 2020 Elder Galdino, muito amigo de Daniel e ferrenho adversário de Adib.

Prevê-se uma solução logo após a Semana Santa. Há um trança-trança entre Adib e Daniel, no momento, a cargo de interlocutores menores como os ex-deputados estadual Samuel Belchior e federal Pedro Chaves. Os principais interessados, Adib e Daniel, ainda não tiveram uma conversa a respeito.

Enquanto se aguarda uma fórmula eficaz para a reconciliação, vale ressaltar as vantagens para ambas as partes. Daniel Vilela, candidato a governador da base governista em 2026, ganha ao exorcizar o seu maior e mais persistente foco de desgastes a partir da decisão de expulsar do MDB prefeitos de municípios importantes que não o apoiaram em 2018. E Adib, além de resolver a nostalgia que tem da sua época de ouro como luminar da legenda, reduz ainda mais as chances da oposição na corrida pela sua sucessão no ano vindouro.

Até agora, o prefeito não conseguiu produzir um candidato para o seu lugar. Analisa até mesmo a hipótese de lançar o deputado federal José Nelto. Mais detalhes em uma próxima nota.

Lula também vai taxar a produção agropecuária

Mergulhar de cabeça no bolsonarismo, a ponto de perder o juízo para financiar as manifestações e os acampamentos golpistas, inclusive os atos terroristas do 8 de janeiro, colocou o agro brasileiro na berlinda – e, em especial, o goiano.

Caiado já taxou o setor e agora busca maioria do Supremo Tribunal Federal para confirmar o novo imposto criado no início do ano em Goiás. O agro, ao apoiar a eleição do Major Vitor Hugo e conspirar contra o seu maior aliado em todos os tempos, terminou politicamente isolado. O governador mudou sua prioridade, que agora é governar para os pobres. Inclusive, com o dinheiro do tributo sobre os produtos agropecuários – em última análise, a ser utilizado na conservação e ampliação da malha de rodovias e resultar em transporte mais rápido e eficaz, com redução de preços para o consumidor.

Pois bem: Lula vem vindo aí. Desesperado atrás de R$ 200 bilhões anuais para sustentar o seu arcabouço fiscal, o presidente vai recorrer a fontes de recursos que hoje não alimentam as arcas da União como os jogos online, o comércio eletrônico e… praticamente tudo o que sai das fazendas, grandes, médias e pequenas. A economia do agro, enfim, será finalmente chamada a oferecer a sua colaboração para o reequilíbrio financeiro do país.

Caiado agiu antes de Lula. Livre do seu compromisso histórico com o ruralismo, foi atrás do quinhão devido pelo agro, agora no aguardo da decisão do STF. E essa, seja qual for, não vai aliviar para aqueles que se meteram na aventura bolsonarista, foram fragorosamente derrotados e estão no momento a céu aberto, sem qualquer defesa. O agro vai pagar, em dinheiro vivo, o erro que cometeu.

Por que as grandes empresas trocaram Anápolis por Aparecida

Anápolis completou duas décadas sem atrair grandes empresas. A única exceção é a Hyundai, inaugurada em 2007 (no momento fechada, em férias coletivas). Nesse período, o DAIA esgotou sua capacidade para sediar novas indústrias, estacionando o parque de fábricas da cidade em mais ou menos 150 unidades – hoje em processo de encolhimento, com a transferência de muitas delas para Aparecida.

No ano passado, a multinacional alemã DHL Supply Chain e a farmacêutica Roche, ambas portentosas, com uma soma de quase 500 empregados, fizeram as malas e foram para Aparecida. Descobriram que o município vizinho a Goiânia oferece mais vantagens comparativas, entre elas uma distância menor para o principal centro consumidor do país – São Paulo. E sem falar na fartura de mão de obra qualificada, superior a Anápolis.

Outrora consolidada na 2ª posição no ranking dos PIB municipais, Anápolis desabou para um empate com Aparecida, se não atrás. O esvaziamento da economia local se aprofundou a partir da gestão do prefeito Antônio Gomide, do PT, e se radicalizou a partir da posse de Roberto Naves, do PP. Justiça se faça, Naves tem esperneado. Conseguiu uma parceria com o governador Ronaldo Caiado (anapolino de nascença) e acrescentou oito quadras e 141 lotes, em um total de 1.131.622,96 metros quadrados, ao DAIA, suficientes para mais 150 empresas.

Porém… especialistas acreditam que não vai adiantar: a perda de importância estratégica de Anápolis é irreversível, mesmo porque Aparecida está longe de esgotar o seu potencial para receber investimentos industriais. As áreas disponíveis vão aumentar significativa com a mudança do semiaberto, já em andamento. O atual presídio será substituído por mais um polo industrial.

A situação só não é pior para Anápolis em razão da fábrica da Hyundai, do giro proporcionado pelo Porto Seco e da expansão do DAIA, de resultado ainda incerto. Fora isso, não há salvação possível.