DANIEL VILELA PODE NÃO SER OPOSIÇÃO
Daniel Vilela entrou em reflexão sobre a sua postura diante do governo Ronaldo Caiado, definição vital para o seu futuro – lembrando que a partir de 1º de janeiro ele fica sem mandato e, portanto, perde totalmente a visibilidade e o peso. Mas pode vir daí um novo desentendimento com o pai Maguito Vilela, que é a favor de uma postura de oposição. Daniel e Maguito nunca convergiram politicamente: no período em que Marconi Perillo, como governador, convivia festivamente com Maguito, este na prefeitura de Aparecida, Daniel se manteve à distância e, pior, criticando abertamente o bom relacionamento entre os dois.
QUANDO O MARKETING É MEDÍOCRE E ORDINÁRIO
A vitória espetacular de Ronaldo Caiado desmoralizou o exército de marqueteiros e comunicadores que foi mobilizado principalmente para a campanha de Zé Eliton, mas também na de Daniel Vilela. A estratégia de campanha vitoriosa foi simples, não criou imagens artificiais e superou com absoluta tranquilidade a limitação de tempo dos programas de rádio e televisão: dos três principais candidatos, Caiado foi o menos aquinhoado, obrigado a se virar com um minuto e 19 segundos – o que foi feito com maestria pela sua equipe. O estridente Daniel e o insosso José Eliton, transformado em Zé, não souberam o que fazer com os minutos a mais que tiveram e acabaram exibindo um marketing medíocre e ordinário.
NOMEAÇÃO PARA O TCE ESTÁ NA MESA
Está na mesa do ex-governador e candidato derrotado ao Senado Marconi Perillo a hipótese de nomeação para uma vaga no Tribunal de Contas do Estado e a consequente aquisição de foro privilegiado junto ao Superior Tribunal de Justiça. Como essa manobra não pode ser operacionalizada à jato e necessita de tempo para a sua tramitação, Marconi, inicialmente, continuaria exposto à possibilidade de prisão temporária ou preventiva decretada pela 1º instância da Justiça Federal, no curso da Operação Cash Delivery. Mas, na sequência, caso seja nomeado para o TCE, o processo subiria para o STJ, onde a tramitação seria bem mais lenta e novos fatores de influenciação entram em conta.
A RAZÃO DA DERROTA EM POSSE
Como vice e depois como governador, Zé Eliton levou todos os programas e obras possíveis para Posse, cidade onde foi criado e sempre esteve presente. Até instrumentos completos para montar uma improvável orquestra sinfônica, lá, Zé mandou o governo comprar. Mas nada disso impediu que ele perdesse a eleição nas urnas possenses, mais de mil votos atrás de Ronaldo Caiado. Uma explicação é o comportamento autoritário de Zé e sua família na região, nomeando, demitindo e transferindo funcionários públicos e decidindo questões políticas sem ouvir ninguém. Uma espécie de mini coronelato.
O FATOR SÉRGIO CARDOSO FOI DECISIVO
A nomeação do cunhado Sérgio Cardoso para o Tribunal de Contas dos Municípios custou caro para Zé Eliton e Marconi Perillo. Primeiro ato do governo-tampão do Zé, simbolizou a sua falta de independência e subordinação ao comando de Marconi, que por sua vez absorveu uma enorme carga negativa ao priorizar parentes para cargos privilegiados. Foi uma decisão antipática, que desprezou a opinião dos goianos e mostrou que um grupo se encastelou no poder para usufruir pessoalmente das suas benesses. Aqui se faz, aqui se paga – e Marconi, então, pagou um preço elevado.
FIM DA ERA DOS PRIVILÉGIOS AÉREOS
Um problema sério para Marconi Perillo e Zé Eliton serão as viagens para fora de Goiás a partir do fim do poder de ambos. Há anos e anos que nenhum dos dois sabe o que é pegar um avião de carreira, usufruindo do privilégio e conforto dos aviões do Estado e dos amigos do poder. Marconi muito mais, Zé muito menos, receiam enfrentar a hostilidade dos passageiros, fato que se tornou comum no Brasil em relação a políticos envolvidos em processos por corrupção – que fogem como o diabo da cruz da exposição em locais e situações de rotina para a maioria dos mortais. Em tempo: é aposta certa que entre as primeiras providências do governo Caiado estará uma auditoria nos voos realizados por conta do Estado nas últimas gestões.
LISTA DE APOSENTADORIAS É GRANDE
Voltam para casa ou para as suas atividades profissionais, depois da derrota do último domingo, uma multidão de ex-cabeças coroadas a que as urnas recusaram continuidade na política. Zé Eliton e Lúcia Vânia são dois que tiveram a carreira encerrada. Marconi Perillo deve insistir, mas ninguém é capaz de imaginar hoje o que pode acontecer no seu futuro. Giuseppe Vecci, produto da influência da máquina governista, vai dar aulas. Fábio de Souza, pregar. Dona Iris, primeira dama de Goiânia. Francisco Oliveira e Eliane Pinheiro, candidatos a vereador. Marcos Abrão, consultor imobiliário. Roberto Balestra, laranja. Sandes Jr., rádio. E Raquel Teixeira, nada. Tchau para todos.
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