ACERTO IMPLÍCITO ENTRE CAIADO E DANIEL VILELA ADIA DISCUSSÕES SOBRE ACORDO DEM-MDB PARA 2022
O presidente estadual do MDB Daniel Vilela tornou-se interlocutor frequente do governador Ronaldo Caiado. Desde a doença e a morte de Maguito Vilela, os dois estreitaram o relacionamento e abriram um canal de diálogo civilizado, inclusive com mais um encontro reservado nesta semana, no Palácio das Esmeraldas. Daniel voltou a dar declarações sobre política, praticamente encerrando o período de luto, reafirmando que o MDB é oposição, porém, pela primeira vez, sem fazer qualquer crítica a Caiado, mesmo leve ou superficial, e principalmente sem disparar as ironias e alfinetadas a que recorria desde que perdeu a eleição e o atual governador tomou posse. É evidente e incontestável a mudança do clima entre os dois, tendo surgido implicitamente um consenso de que pode, sim, haver uma discussão sobre alianças futuras, que, no entanto, não deve e não vai ocorrer agora e somente a partir do ano que vem. Esse prazo alongado tem duas justificativas, uma, os prejuízos que traria ao MDB em um momento em que supostamente teria se fortalecido com a vitória em Goiânia, outra a necessidade de tempo mínimo para a afirmação de Rogério Cruz como prefeito da capital, algo que ninguém sabe se ele conseguirá. Para Caiado, ao contrário, não há nenhum calendário, tanto faz agora como depois. O Palácio das Esmeraldas simplesmente seguirá com as portas abertas para Daniel Vilela e seu séquito, sem forçar a barra e sobretudo pisando em ovos, para evitar prejuízos causados pela precipitação.
VICE-PREFEITO DE APARECIDA NÃO CONSEGUIU SEQUER NOMEAR A RECEPCIONISTA DO SEU GABINETE
São críticas as relações entre o prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha e o seu vice, o ex-vereador Vilmar Mariano. Os dois, que são do MDB, passaram depois da posse a conviver como gato e rato. Vilmar Mariano é dono, digamos assim, de um estilo língua de trapo e não poupa adjetivos pesados ao se referir a Gustavo Mendanha. Ninguém sabe exatamente qual a origem da quizília entre eles, mas o fato é que, até hoje, o vice-prefeito não conseguiu nomear sequer a recepcionista do seu gabinete na Cidade Administrativa, o faustoso prédio construído pelo então prefeito Maguito Vilela com recursos emprestados junto ao BNDES. O que se imagina é que deve haver algo de muito grave, dado ao temperamento cordato, pelo menos quanto a aparências, do prefeito de Aparecida, que não tem o costume de entrar em brigas ou desentendimentos com quem quer que seja.
A ESQUERDA DESAPARECIDA: O QUE HOUVE COM A OPOSIÇÃO IDEOLÓGICA EM GOIÁS?
A esquerda, quando mais a com algum conteúdo ideológico, está desaparecendo em Goiás, depois de sair massacrada da última eleição municipal e confirmar que está reduzida à deputada estadual Adriana Accorsi, ao seu colega Antônio Gomide, ambos com pouco significado para o cenário regional da política, e mais três prefeituras sem peso político. Junto com o esvaziamento do PT, a miríade de partidecos pseudo-socialistas remanescente em Goiás não tem quadros e não é capaz de produzir uma ideia original para contribuir com o debate político estadual, nem mesmo a partir dos radicalismos com que alguns dos seus líderes enxergam o mundo. Se a oposição convencional ao governador Ronaldo Caiado, tipo MDB, PSDB, PL e adjacentes não formula projetos alternativos, menos ainda a esquerda, que vive hoje o seu pior momento em Goiás. É pouco mais do que pó de traque.
MAGUITO: ELEIÇÃO, DIPLOMAÇÃO E POSSE VÃO ENFIM SER AVALIADOS PELA JUSTIÇA
As ações que questionam a eleição, a diplomação e a posse de Maguito Vilela como prefeito de Goiânia vão ser apreciadas pela Justiça. Atenção: não representam, juridicamente falando, um caso perdido. Há situações nesses três momentos do processo eleitoral que despertam dúvidas e podem, sim, ser reposicionadas. Uma delas, talvez a mais grave, foi a posse através de um estranho documento que teria sido assinado digitalmente por Maguito, da UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Na legislação brasileira, não existe “assinatura digital”, que qualquer um pode falsificar com a maior facilidade. Há o certificado digital, que permite a autenticação de documentos acima de qualquer suspeita e é usado, por exemplo, por todos os advogados do país para movimentar online processos judiciais. Mas Maguito não usou um certificado, se é que o tinha (como advogado inscrito na OAB é provável que ele o tivesse). Outro ponto é que, ao ser eleito em dois turnos, ele não tinha, em cada um deles, condições físicas para concorrer ao cargo de prefeito. Tanto que essa situação (a divulgação de notícias falsas sobre o seu estado de saúde) foi denunciada pelo adversário Vanderlan Cardoso, com Daniel Vilela retrucando que abriria um processo contra Vanderlan – o que não ocorreu até hoje, pois levaria inevitavelmente a uma perigosa abertura dos prontuários médicos do candidato emedebista.
APROVAÇÃO POPULAR ELEVADA CRIA EXPECTATIVA FAVORÁVEL PARA REELEIÇÃO DE CAIADO
Dezenas de pesquisas já deixaram claro que o governador Ronaldo Caiado tem alta aprovação entre as eleitoras e os eleitores de Goiânia. Esse resultado positivo não cede, mesmo com o governo avançando e já dentro da sua segunda metade, um momento em que, tradicionalmente, a visão da sociedade sobre os governantes passa a ser mais crítica. Uma das causas, todo mundo sabe, é o sucesso da sua política para a segurança pública, que diminuiu drasticamente as ocorrências criminais em todo o Estado, principalmente na Grande Goiânia (e em especial em Aparecida), devolvendo a paz social a que as cidadãs e os cidadãos têm direito. Mas há mais motivos, dentre eles sua postura inflexível contra a corrupção e seu histórico de vida limpa, itens que estão entre os de maior apelo popular. A condução firme do governo do Estado durante a pandemia, com decisões acertadas e mediadas com sociedade, também soma. Graças a tudo isso, Caiado tem alcançado entre 60 e 70% de aprovação nos levantamentos sobre o seu desempenho e a sua gestão tanto na capital e quanto no interior. Esses números criam uma expectativa favorável, desde já, para a reeleição do governador em 2022.
ROGÉRIO CRUZ EVEREDA PELO CAMINHO PERIGOSO DAS CRÍTICAS AO ANTECESSOR IRIS
Em um comportamento ousado e surpreendente, o prefeito de Goiânia Rogério Cruz não tem segurado as críticas que espocam na sua equipe quanto a fatos da gestão passada de Iris Rezende. Afora a visita que fez ao ex-prefeito, o nome do velho cacique emedebista foi riscado do Paço Municipal, mas, mesmo sem ser citado, é alvo de alfinetadas e cutucadas a cada momento, como a reunião do prefeito com a bancada federal, divulgada com a ressalva de que, anteriormente, nunca havia ocorrido, com prejuízo para os interesses de Goiânia.
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