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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Coluna Momento Político - 10 de dezembro de 2018

10/12/2018 às 08h00


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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 O MUITO QUE SIGNIFICA BRAGA NA SEFAZ DE CAIADO

O ex-secretário da Fazenda Jorcelino Braga, segundo informação quentíssima do colunista Divino Olávio, foi convidado pelo governador Ronaldo Caiado para retornar ao posto. O que significa isso? Primeiro, que Caiado deseja blindar o seu governo de manobras financeiras que depois possam sujar o seu nome, a exemplo do que ocorreu nos governos de Marconi Perillo e Zé Eliton. Braga tem seus defeitos – como a intolerância em questões pessoais e a ingenuidade na política –, mas é um administrador de responsabilidade fiscal impecável. Segundo, aponta para a direção de uma gestão conservadora e sem grandes mudanças (ou sobressaltos), condizente com o perfil do novo governador. O mandato Alcides Rodrigues, com Braga na Sefaz, foi exemplar do ponto de vista fiscal e administrativo, mas não deixou legado. Não houve nenhuma obra ou projeto de importância que tenha ficado para os goianos.

 

CUIDAR DE CHIQUINHO E ELIANE COMPLICA A VIDA DE ÁLVARO

Ao vazar a notícia de que os deputados estaduais em fim de mandato Francisco de Oliveira e Eliane Pinheiro, ligadíssimos ao ex-governador Marconi Perillo, poderiam ser aproveitados em diretorias da Assembleia, a candidatura de Álvaro Guimarães a presidente do Legislativo acabou sofrendo um forte abalo. Pior ainda com o detalhe de que Francisco Oliveira seria o próximo diretor-geral, cargo que manipula milhares de cargos e só perde em importância para o de presidente. Tudo isso mostraria que Álvaro Guimarães estaria se desalinhando da orientação de Ronaldo Caiado, ao manter a administração da Assembleia dentro dos desgastantes cânones que vigoraram no Tempo Novo, com a prevalência do fisiologismo sobre as altas finalidades do trabalho parlamentar.  

 

LÚCIA VÂNIA BALANÇA COM CONVITE PARA A EDUCAÇÃO

Mudaram os planos do governador eleito Ronaldo Caiado para o ingresso da senadora findante na sua gestão: agora, ela pode escolher entre a Secretaria da Educação ou uma pasta, como a Secretaria do Entorno, a ser criada, onde poderá exercitar seu profundo conhecimento e trânsito nos canais decisórios de Brasília. Mas há informações no sentido de que, se aceitar o convite, Lúcia Vânia preferirá a pasta da Educação, que permitirá a ela residir em Goiânia e não se cansar exageradamente deslocando-se em viagens o tempo todo para o Distrito Federal e outras praças. É um espaço onde também ela acredita que poderá desenvolver o que tem de melhor: a capacidade para o diálogo. Há outro nome de peso sondado por Caiado para a Educação, o da professora Kátia Stocco, hoje exercendo cargo na estrutura do MEC em Brasília.

 

OPERAÇÃO CONFRARIA PIORA SITUAÇÃO DE MARCONI

Embora não tenha sido alvo direto da Operação Confraria, que prendeu o ex-presidente da Agetop Jayme Rincón, este pela segunda vez, e o presidente da Codego Júlio Vaz, o ex-governador Marconi Perillo não tem motivos para comemorar: ele foi citado expressamente nas denúncias do Ministério Público Federal como “chefe maior de uma organização criminosa que atua no governo do Estado”. Além de ficar sob expectativa de novos e desabonadores constrangimentos em curto prazo, Marconi pode ter rescindido o contrato de consultoria que assinou com a Companhia Siderúrgica Nacional, a maior do setor no Brasil, que tem ações na Bolsa de Valores e se submete a normas de governança rígidas – que seriam consideradas afetadas pela presença contagiosa do tucano de Goiás entre os seus prestadores de serviços.

 

A VERDADE SOBRE OS CARGOS COMISSIONADOS EM GOIÁS

O governador eleito Ronaldo Caiado, há poucos dias, falou na existência de 30 mil cargos comissionados em Goiás. Os governos de Marconi Perillo e Zé Eliton, por sua vez, sempre se fixaram em um número em torno de 10 mil, que supostamente teria sido reduzido à metade por medidas de contenção tomadas nos últimos anos. Qual a verdade? Difícil saber, por enquanto. Os 30 mil de Caiado sugerem um exagero. Mas menos de 10 mil parecem pouco, especialmente diante da farra de nomeações de protegidos e apaniguados que foi a marca do Tempo Novo. A verdade, que tarda às vezes, mas nunca falha, deve surgir até meados de janeiro, já com o Estado sob novo comando, quando a nova gestão colocar os números na mesa.

 

GUSTAVO MENDANHA SE AFASTA DE MAGUITO E DANIEL

Motivado pela esperança de viabilizar a sua gestão com obras e recursos do governo do Estado para chegar bem à tentativa de reeleição em 2020, o prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha vem conversando com o grupo de Adib Elias e estudando o seu realinhamento com a ala caiadista do MDB. Se isso acabar em rompimento entre os Vilelas e o prefeito, os rumos da política em Aparecida passarão por uma intensa mudança de conteúdo. Mendanha, que já não está bem, com a sua gestão mal avaliada, pode ir para o buraco em definitivo.

 

EM RESUMO

  • O senador eleito Vanderlan Cardoso já se movimenta para montar uma assessoria estrelada, que possa ser comparada a um pequeno Ministério. Vanderlan vai para Brasília no ano que vem com grandes ambições.

 

  • Dono de uma vocação natural para ser oposição, José Nelto critica a equipe de transição de Ronaldo Caiado por se mostrar tímida em relação a expor a verdade sobre o Estado que o novo governo irá receber.

 

  • Deputado estadual eleito Amauri Ribeiro (PRP), resolveu denunciar o que chama de “descalabro” no quadro de pessoal da Assembleia Legislativa. A gestão de Zé Vitti caminha para ser fechada com um retumbante escândalo.

 

  • Com o mandato se encerrando em 31 de janeiro, Daniel Vilela articula com o pai Maguito uma posição de destaque e visibilidade no governo de Jair Bolsonaro, por conta do apoio do MDB ao novo presidente.

 

  • Mais um goiano brilhando na cena federal: Leonardo Euler de Morais toma posse dia 20 na presidência da Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações. No seu nome, já está a indicação de quem é o pai.

 

  • As casas atribuídas a Jayme Rincón e Júlio Vaz, em Búzios e Aruanã, são propriedades que, se não pertencem aos dois, pelo menos são usadas por ele desde muito antes de ingressarem nos governos de Marconi Perillo.

 

  • É estranha a designação do deputado federal Delegado Waldir como articulador do presidente Jair Bolsonaro na Câmara. Essa não é a praia dele, muito pouco afeito e sem vocação para os bastidores da política.

 

  • O governador findante Zé Eliton sofre pressões para as inevitáveis medidas de fim de governo que podem representar ganhos de milhões para grupos privilegiados. Se ceder, como será visto pela História?

 

  • Estudo produzido por pesquisadores da UFG garante que, em matéria de incentivos fiscais, Goiás é o pior dentre todos os Estados – já que abre mão de valores elevados na sua arrecadação em troca de quase nada.